Mato Grosso do Sul aparece entre os cinco estados com menor taxa de óbitos por arma de fogo no país, ocupando a 4ª posição no ranking nacional, segundo a 3ª edição da pesquisa Custos da Violência Armada, elaborada pelo Instituto Sou da Paz com base em dados do SIH (Sistema de Informações Hospitalares).
Principais números
- Taxa de mortes por arma de fogo em MS (2024): 8,7 por 100 mil habitantes
- Estimativa anual: cerca de 250 mortes, considerando a população de 2,92 milhões
- Média nacional: 15,5 por 100 mil habitantes — quase o dobro da taxa sul-mato-grossense
- Centro-Oeste: MS só fica atrás do Distrito Federal (5,8 por 100 mil)
Apesar do bom desempenho em relação às mortes, o Estado aparece entre os que mais registram internações por arma de fogo, ocupando o 7º lugar no país, com taxa de 10,5 por 100 mil habitantes — o que corresponde a 307 internações em 2024.
Perfil das vítimas
- Homens: 89% das internações
- Pessoas negras: 82,3%
- Jovens: 52%
- Mulheres: maior proporção de acidentes (21% das internações femininas)
- Homens: maioria nas agressões (78%)
No recorte racial, agressões são a principal causa entre pessoas negras (79%), enquanto acidentes e lesões autoprovocadas aparecem com maior peso entre não negros.
Custos para o SUS
Em 2024, os hospitais brasileiros internaram 15,8 mil pessoas por ferimentos de arma de fogo, gerando um custo de R$ 42,3 milhões ao SUS. Esses gastos são cerca de 80% maiores do que os de internações por agressões com objetos cortantes ou força física.
A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, destacou que os valores podem ser ainda maiores, já que não incluem atendimentos ambulatoriais nem reabilitações posteriores, além de não contabilizarem recursos estaduais e municipais.


