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Longe do front da política, ex-prefeito Laerte Tetila se dedica à literatura e à música

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Nesta quarta-feira (07), o ex-prefeito lança, através de live, o livro “Meio Ambiente – Mato Grosso do Sul em Foco”

José Henrique Marques

O ex-deputado e ex-prefeito de Dourados, o professor universitário aposentado José Laerte Cecílio Tetila ainda não “pendurou as chuteiras” na política. Não está mais no front, encabeçando campanhas eleitorais, é verdade, mas continua presente na vida partidária do Partido dos Trabalhadores como conselheiro e entusiasta de novas lideranças que surgem nos quadros do PT, como o também professor universitário aposentado, João Carlos de Souza, o Joca, hoje candidato a prefeito como foi Tetila algumas vezes no passado.

Aos 73 anos, Tetila já participou de 12 eleições, das quais 9 como candidato, sendo vencedor em 6: duas como vereador, duas como deputado estadual e duas como prefeito de Dourados.

Desde que deixou de estar deputado estadual, em 2014, Tetila, como geógrafo, tem focado nas questões ambientais, sobretudo pela sua passagem pela USP, onde foi orientado por grandes ambientalistas, como Azis Ab’Saber – daí o interesse em pesquisar e editar nessa área.

Nesse meio tempo, além da pesquisa e da literatura, o ex-prefeito de Dourados, que é músico, vem compondo e gravando, em estúdio, canções com artistas da cidade.

Os produtos resultantes dessa nova fase da vida do professor, que fez sólida e exemplar carreira política, são uma coletânea de músicas e o livro “Meio Ambiente – Mato Grosso do Sul em Foco”, que será lançado numa live, nesta quarta-feira (07), às 19 horas, tendo como convidada a professora Maria Eugênia Amaral.

O livro editado pela Novas Edições Acadêmicas, de São Paulo-SP, foi impresso em Berlim, capital da Alemanha. Os exemplares estarão à venda, em Dourados, na Livraria Canto das Artes.

Sobre o livro “Meio Ambiente – Mato Grosso do Sul em Foco”, Tetila disse o seguinte à Folha de Dourados:

“A vida inteligente no planeta não tem sido tão inteligente assim. A destruição do meio-ambiente segue por quase toda parte, não obstante as grandes conferências mundiais alertarem, insistentemente, para o quanto a espécie humana depende de ecossistemas saudáveis. Hoje, na falta de um planeta B, a temática ambiental é global e a preservação tornou-se imprescindível.

É visível que Mato Grosso do Sul, ao integrar-se às rotas da globalização, também ficou muito aquém do uso sustentável de seus recursos naturais.

Para a boa ecologia, se necessários são os espaços de produção, imprescindíveis são os de preservação. Todavia, no MS, a incrível perda da biodiversidade já é uma evidência que salta aos olhos de cada um de nós. A maioria absoluta dos nossos biomas já se encontra degradada ou sob severa pressão.

 O atual modelo de produção não tem levado em conta a vulnerabilidade e a exaustão do meio-ambiente. E ainda que haja algumas ações de sustentabilidade, não há como negar a existência de muitas outras, contrárias aos fundamentos da própria vida.

No MS, há um aumento exponencial do uso de agrotóxicos proibidos em outros países. Também a supressão ilegal e desmedida de biomas centenários, como a Mata Atlântica, Cerrados, Complexo do Pantanal, Matas Ciliares, chega às raias do absurdo.

Incêndios provocados e em progressões geométricas aí estão.  As imagens que o digam. Imagens horríveis, de matas em combustão e animais, aos milhares, ardendo em chamas. E o que dizer dos mais de nove milhões de hectares abertos para a pastagens e que foram degradados pela erosão dos solos, largados que foram ao deus-dará, sem uma curva de nível sequer?    

Destarte, se as faturas ambientais não têm sido cobradas institucionalmente, a própria natureza vem se encarregando de fazê-lo. O acúmulo de passivos ambientais, como erosão dos solos, bloqueio de milhares de fontes e nascentes, assoreamento dos rios, poluição hídrica, dentre outros, tem sido implacável.

Com o expressivo despertar da consciência ambiental, sobretudo no pós Rio+20, já não faz sentido o desenvolvimentismo prevalente em nosso Estado. A degradação e o esgotamento dos recursos naturais que aí estão clamam por uma transição.

Transição para um modelo agropecuário que promova a produção de alimentos, mas que evolua, enquanto é tempo, para o desenvolvimento sustentável. Tecnologia é o que não falta.

Urge, pois, um pacto sul-mato-grossense focado num futuro sustentável. Um pacto com visão holística, regenerativa, em sintonia fina com medidas restaurativas de nascentes, pastagens e de matas ciliares; reflorestamentos com biodiversidade; implantação de corredores ecológicos; combate firme às queimadas e aos desmatamentos ilegais, dentre outras”.    

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