Livro de Ermínio Guedes propõe um desafio educativo e ético diante do colapso ambiental; Casa da Cultura da UEMS ficou lotada apesar do frio.
Juliel Batista –
Na noite desta sexta-feira (13), a Casa da Cultura da UEMS, em Dourados, foi palco do lançamento do livro “A Revolta da Natureza”, de autoria do Ermínio Guedes. Mesmo com o frio, o espaço foi completamente tomado por um público atento e emocionado, que lotou a parte interna do local para prestigiar o evento, marcado pela força do discurso e a urgência da temática.
Com fala contundente e envolta em emoção, Ermínio Guedes destacou que sua obra “não tem a pretensão da perfeição, mas a coragem de dizer o que outros não dizem”. Segundo ele, o livro é um “desafio educativo” que convoca a sociedade a enfrentar a crise climática com consciência, humildade e ação concreta. “É preciso acender a luz e clarear a consciência dos que sabem, mas escondem, e dos que precisam saber, mas ainda ignoram”, disse.
O autor fez duras críticas ao modelo econômico atual, chamando-o de “carbonizado e predador”, responsável pela destruição dos biomas brasileiros e pela intensificação das mudanças climáticas. “A natureza está revoltada com o homem. Estamos nos comportando como canibais ambientais, destruindo a nossa própria morada”, afirmou.
Ermínio apresentou sua obra como resultado de mais de 10 anos de trabalho de campo em 25 municípios de Mato Grosso do Sul, ouvindo e vivenciando as dificuldades de comunidades rurais e urbanas em meio à degradação ambiental. A inspiração para a escrita veio também da Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, da pandemia de Covid-19 e do contato direto com agricultores, indígenas, quilombolas e trabalhadores do campo.
Além do forte conteúdo ambiental, o autor dedicou o livro às futuras gerações, simbolizado no evento pela entrega de um exemplar à neta Maitê. “Dedico este livro às crianças, construtoras do futuro. Que possam viver em um mundo sadio, realizar seus sonhos e serem felizes”, declarou emocionado.

Presenças marcantes
O evento contou com a presença de diversas lideranças políticas, acadêmicas e culturais da região, entre elas:
- José Laerte Tetila, ex-prefeito de Dourados
- Thiago Coelho, presidente do SIMTED Dourados
- Carlos Magno Amarilha, presidente do Grupo Literário Arandu
- Prof. Dr. Amilton Novaes, pró-reitor da UFGD, representando o reitor Prof. Dr. Jones Dari
- Professora Ilsyane Kimita, representando a Academia Brasileira de Letras – Seccional Dourados
- João Carlos de Souza, presidente do PT Dourados, representando a deputada estadual Gleice Jane
- Marcos Coelho, presidente da Academia Douradense de Letras
- João Grandão, ex-deputado federal
- Beto Carvalho, diretor-executivo da Agraer
- Vereador Franklin
- Prof. Dr. Fernando Machado, pró-reitor da UEMS, representando o reitor Prof. Dr. Laércio Carvalho
- Janes Estigarribia, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região
- Vereador Laudir Munaretto
- Vereador Marcelo Mourão
- Natal Ortega, representando o vereador Elias Ishy
- Prof. Ataulfo Stein, diretor do SIMTED e vice-presidente regional eleito da FETEMS
- Zeca do PT, ex-governador e deputado estadual
- Gilda Santos, ex-primeira-dama do Estado
- Fernando Baraúna, procurador-geral da Câmara Municipal de Dourados
Mensagem final: uma travessia necessária
Ermínio encerrou sua fala com um apelo direto à ação coletiva e urgente:
“Ou mudamos o rumo agora ou poderá ser tarde demais. A REVOLTA DA NATUREZA é o alerta, o desafio e a esperança. Precisamos de educação ambiental, de políticas públicas efetivas e de coragem para romper com a lógica predadora.”
A obra já está disponível para venda e promete ser um marco na discussão sobre o futuro ambiental do Brasil e do planeta.
Confraternização
A noite refletiva sobre o desastre climático em curso no nosso planeta foi concluída celebrando a vida, com performances de artistas amigos de Erminio Guedes, num clima gostoso de celebração.
Fala de Erminio Guedes:
Boa noite, Senhoras e Senhores!
Estou muito honrado e feliz pelo prestígio que as amigas e amigos, nos dão neste ato de lançamento do livro – A REVOLTA DA NATUREZA. De coração, muito emocionado e agradecido pela presença!
Apresento-lhes um Livro que não tem a pretensão da perfeição, mas a coragem de dizer o que outros não dizem, talvez por desconhecimento ou por receio de falar. O livro propõe um Desafio Educativo, formal e informal,para usar rápido a sabedoria noParadigma do Desenvolvimento Sustentável.
Um Desafio Educativo à procura de um gato preto numa sala escura, sabendo que ele está lá, mas sem que ninguém o encontre. Resta, então, acender a luz e clarear a consciência dos indivíduos que sabem, mas guardam segredos e a de outros que não sabem, mas precisam saber. Fazer o que a próxima geração espera, uma escritura dacidadania ambiental, que lhes permitam realizar sonhos e serem felizes.
Agradeço à Folha de Dourados, na pessoa do seu diretor, o amigo José Henrique Marques e a sua equipe, pelo apoio. Agradecendo a José Henrique, estou agradecendo a imprensa de Dourados que abriu a divulgação e o debate sobre a REVOLTA DA NATUREZA. Na verdade, um tributo à imprensa livre, porque graças a ela a questão ambiental é discutida hoje, aqui e no mundo.
Em especial, agradecer a um dos primeiros amigos que ganhei em Dourados – José Laerte Tetila. Amizade e trabalho, agora avalista do meu Livro. Agradeço muito pelas palavras generosas que falaste aqui e no Prefácio do livro.
Agradeço a UEMS, por este templo sagrado, onde Adilson Mazini cantou sinfonias da natureza, hoje a Casa de Cultura, que nos acolhe com elegância e solidariedade.
Senhoras e senhores, escrevi – A REVOLTA DA NATUREZA com o olhar de quem viu, com a reação que o coração sentiu e com a inteligência que a minha consciência exigiu. Fiz uma releitura ambiental crítica, na voz dos que não têm mais forças apara romper o silencio. Uma quebra de lógica da história, de sempre ser contada pelos vencedores.
Tratamos de algo muito grave! “É paradoxal que o animal mais inteligente seja também o mais irracional do universo.” É a crise das crises, que não é só ambiental, mas também social, cultural, econômica e política. É a crise ética, da educação e de conhecimentos, empurrando a natureza ao ponto de não retorno. A dor que ela sente é a mesma que sentimos no dente sem gengiva.
Precisamos de uma saída urgente. Pergunta que incomoda: Por que chegamos na beira do precipício climático? Precisamos de humildade para reconhecer que fracassamos e de coragem para mudar.
O Desafio Educativo visa uma travessia – Da economia carbonizada para a Bioeconomia ou Economia Verde. Cidades viraram fábricas de venenos e o meio rural, crematório ambiental. Ambos precisam de um choque educador inclusivo. Paulo Freire ensinou – Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.
Uma equação matemática. Uma resultante vetorial de valores ambientais, sociais, culturais e econômicos. Se o homem retirar mais do que entrega, a natureza entrará em múltiplas falências. Se a energia gasta na produção foi maior do que a gerada nos produtos finais, o resultado é insustentável. Se liberar mais carbono do que retira da atmosfera, a temperatura subirá e os desastres ambientais serão maiores, tudo acabando mais cedo do esperado.
O consumismo ambiental não passa de uma ambição doentia, tipo desvio mental, masoquismo, ou auto aniquilamento, para compensar traumas, vazios emocionais e espirituais, frustrações e falta de pertencimento. Parece frustração pelo amou que perdeu, procurando compensar, agredindo a natureza. Nessa psicose, interesses aprisionam vítimas “embaixo do balaio” e as fazem reféns dependentes da economia carbonizada de commodities.
As provas dos estragos estão nos biomas brasileiros. Alguns já falidos e outros em situação crítica. Mata Atlântica e Caatinga são os mais alterados. O Cerrado, novo oásis do agronegócio brasileiro, está embalado pelo capital especulativo, na rapinagem ambiental. Pampa e Pantanal, igualmente estão sendo devorados pela agroquímica.
A Amazônia Legal, só não está mais estragada porque ainda é úmida e o fogo avança menos. Mesmo assim, no Estado do Mato Grosso, Rondônia e no Pará, gafanhotos avançam comendo tudo que encontram. No Mato Grosso resta pouco e, no Pará e na região do MATOPIBA, em breve restará a cinza e áreas desérticas, como já tem no Piaui.
Na Mata Atlântica resta menos de 20% da floresta original. Depois do colonizador entrar com faca nos dentes em busca de pau-brasil e minérios, a ganância predatória prosperou em “ter e consumir” além do que precisa, como se a vida terminasse amanhã ou fosse eterna, comendo como urso para hibernar.
Na Caatinga, crescem Áreas Suscetíveis à Desertificação. No Cerrado, a caixa d’água, onde nascem os principais rios brasileiros, já perdeu 30% dos seus recursos hídricos. O Cerrado desmatado esquenta e desvia o fluxo de rios voadores, com resultados já conhecidos. O Pantanal seca porque falta água na bacia do Paraguai. No Pampa, a locomotiva química mata ricas pastagens nativas e a diversificação produtiva local.
Claro, ninguém pode ser contra ao progresso econômico, desde que ele ocorra com ética ambiental, respeito a diversidade biológica e à cidadania. Mas, ninguém pode ser a favor de milícias ambientais ensandecidas, roubando o patrimônio que é de todos os brasileiros.
Estou arrependido! Pelo pouco que fiz, quando poderia ter feito mais pela natureza. Como eu, todos têm o direito ao arrependimento e diminuir o saldo devedor. Na Bíblia, a confissão dos erros é princípio ao crescimento espiritual. Um dos versículos que expressa essa verdade está em Provérbios 28:13: “O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”.
Na verdade, todos erraram, uns mais e outros menos, alguns por faltar educação e conhecimento, outros por má fé. Mas na hora que a terra desmorona, o arrependimento deve ser geral, porque remendos não seguram mais as mudanças climáticas e os desastres ambientais. A grandeza humana está em reconhecer que errou e em corrigir o percurso.
Amigas e Amigos, a natureza está revoltada com o homem, que metaforicamente se comporta como canibal, comendo a própria carne e destruindo a morada comum, por riqueza. Sim, somos vítimas de nós mesmos, da presunção de sabedoria. Ninguém pode mais ignorar os gemidos da terra. Não há como esconder, negar, dissimular ou relativizar, as mudanças climáticas, pois elas são cada vez mais violentas.
O Brasil tem esse nó para desatar. As cinzas da morada comum não podem mais sustentar o crescimento econômico e colocar brasileiros na fogueira da desigualdade. Daqui para a frente a natureza será mais enérgica e cobrará a conta em voz alta. Ou se muda o rumo agora ou poderá fica tarde demais.
O arcabouço de motivações, neste Livro, vem da caminhada que fiz antes e agora, na educação ambiental e em organização social e produtiva. Vem tambémdaEncíclica LAUDATO SI do Papa Francisco, 2015. Francisco me chamou à responsabilidade ecológica, justiça social, dignidade humana e a uma crítica ao consumismo desenfreado, e à indiferença global ao sofrimento dos mais pobres na degradação do planeta.
Veio a Pandemia de Covid – 19. Em 2020 fiqueiprisioneiro e fiz a reflexão – sobre o que conheci, analisei e apreendi, fiz e deixei de fazer, concluindo que o refúgio era oportunidade para escrever sobre a crise que nos afeta e propor consertos a devaneios humanos.
Foram 10 anos, de 2010 a 2020, em 25 municípios das regiões Cone Sul, Ex-colônia Federal de Dourados, Pantanal e Costa Leste, de Mato grosso do Sul, com 15 mil pessoas, rurais e urbanas, discutindo a degradada ambiental e soluções à indignidade humana.
Vi alegrias, dificuldades e sofrimentos. Agricultores familiares que viraram safristas, indo atrás de renda na colheita do café em MG e da maçã, em SC. Vi, com satisfação, agricultoras vendendo orgânicos em feiras livres. Vi a moradora urbana queimar lixo no fundo de casa, mas vi também outras fazerem dinheiro com artesanatos. Vi tristezas, mas vi também esperanças.
Assim, depois do que vi, ouvi, li e comprovei, escrevi A REVOLTA DA NATUREZA, não como uma narrativametafórica, mas como desencanto ao tecnicismo meritocrático, financista e simplificador da natureza, que desrespeita outras racionalidades, não menos importantes. Não por acaso pandemias e eventos climáticos extremos estão na nossa rotina. O Papa Francisco escreveu na Encíclica LAUDATO SI (2015):
O homem reúne “atitudes que dificultam os caminhos de solução, da negação do problema à indiferença, à resignação acomodada ou à confiança cega nas soluções técnicas”.
Nessas andanças pelo Estado, presenciei a REVOLTA DA NATUREZA, em comunidades que fracassaram e outras em vias de fracassarem.
Conheci um lugar biodiverso – Nioaque. Um município peri-pantaneiro com 17 comunidades rurais, sendo 9 assentamentos, 4 terras indígenas e 4 unidades quilombolas, e uma população urbana de maioria pobre e sofrida na poluição. Nioaque ainda tem angico, aroeira, cedro, cambarú, canafístola, castela, cedro, cerejeira, ipê, jatobá, peroba, sucupira, etc., mas em situação de risco, porque a soja está na Serra de Maracaju e, onde ela entra, não sobra uma árvore em pé.
O mesmo na Serra da Bodoquena, derrubando e queimando a reminiscência da Mata Atlântica. Por certo, as águas cálidas que descem ao Rio Formoso deixarão de existir, mais cedo do que imaginamos, porque sem floresta a água acaba.
Trabalhei em comunidades da Ex-Colônia Federal de Dourados. Na margem direita do Rio Dourados, onde os recursos naturais esgotaram e as cidades esvaziaram. Glória de Dourados, teve 40 mil habitantes nos anos 1970 e a população encolheu a 10 mil habitantes.
No cone sul do Estado, em 5 meses, de outubro/2025 a março/2016, vi A REVOLTA DA NATUREZA, em chuvarada de 1700 mm, muito além da média de 1500 mm anuais. Resultado: estradas, residências, animais e o solo atulhou a Bacia do Rio Iguatemi. Só Tacuru teria perdido um volume de solo equivalente a uma montanha com de 1000 m x 1000 m x 180 m de altura.
Culpa de quem? Do modelo econômico carbonizado!
Nas concertações, expertises do pensamento filosófico e antropológico, sociológico, agroecológico e da psicologia social, do direito socioambiental e humanista, da democracia e da cidadania. Pensamentos inspiradores, indicando a cabeça da ponte, da educação orientada à autonomia emancipatória, à libertação e à sustentabilidade.
José Lutzenberger, agrônomo, filósofo, escritor e ambientalista, o primeiro a afirmar que os nossos sistemas produtivos são insustentáveis, porque consomem mais energia na produção do que geram nos produtos finais. Exceção a processos agroecológicos.
Ana Maria Primavesi, ícone da agroecologia que ensinou – o solo degradado cria plantas e animais doentes, que alimentam pessoas que, igualmente, ficarão doentes.
Carlos Nobre, cientista da INPE/USP – Amazônia já é fonte de carbono, emite mais do que absorve. “Se continuar, haverá efeitos dramáticos à civilização”.
Hans ter Steege, renomado cientista americano confirma declínio irreversível na parte leste e sul da Amazônia Leal, onde mais cresce o desmatamento e a agricultura.
Papa Francisco, pediu ao mundo não destruir a morada comum, porque significa a morte de toda a biodiversidade, inclusive o homem.
“Corremos o risco de ficarmos presos na lógica de remendar, enquanto avança um processo violento de deterioração. Supor que qualquer problema futuro poderá ser resolvido por intervenções técnicas é pragmatismo homicida”.
Sebastião Salgado, o cronista visual de horrores. Retornando à MG, viu a terra de origem mais doente do que ele. Inconformado, plantou mais de 3 milhões de árvores e transformou a paisagem desértica em verde cintilante, onde voltou a água, a biodiversidade e a alegria.
Pelo retrovisor se vê evidências do ponto de ruptura. Em 2024, a temperatura global ultrapassou 1,5oC acima do período pré-industrial. Se continuar, até o final do Século a temperatura poderá crescer 5oC e restará muito pouco, condenando a descendência a viver em bolhas de oxigênio e de ar condicionado, usando academias e ansiolíticos para o tempo passar, como frangos confinados, na fila da morte.
Estudos recentes indicam que a temperatura continuará crescendo, pelo menos até 2029, com secas e incêndios avassaladores, além de temporais e inundações. Marcos Kazmierczak, pesquisador em geotecnologias na KAZ Tech e especialista em Imagens Orbitais, fez declaração bombástica sobre a Emergência Climática no RS – Extremos climáticos podem se intensificar nos próximos 15 anos.
Em compensação, pela lupa ecológica, se pode ver inteligência antecipatória do futuro, na prioridade básica – plantar árvores, pois sem elas a vida acaba. Plantar árvores para segurar o aquecimento global e diminuir o risco de colapso ambiental e climático.
A OMS/ONU recomenda 36 m2 de floresta per capita, para minimamente compensar as emissões na atmosfera, hoje avaliadas em 30 Kg per capita de CO2/dia. Então, imaginem a carga de carbono na atmosfera. Para ilustrar, Dourados precisaria de 500 mil há florestas, para compensar o saldo negativo das suas emissões de carbono.
Falamos de problemas graves. O gelo polar derretendo e o mar crescendo. Na terra a água some por falta de florestas, a temperatura aumenta e a seca leva as colheitas.
Mães sofrendo com abortos, nascimento prematuro, déficits cognitivos e doenças respiratórias e cardiovasculares, em recém nascidos. O carbono negro entra no pulmão e pode ultrapassar a placenta, e atingir o bebê. Da mesma forma, evidências de Transtorno do Espectro Autista, câncer e alergias, crescerem nos efeitos agrotóxicos. Hora de juízo, porque a natureza poderá descartar o que não serve e recomeçar novamente.
Importante desmistificar a teoria econômico-financeira-tecnicista-carbonizada. Não é verdade que a naturezasuporta infinitas agressões. Não é verdade que sempre haverá uma solução técnica para corrigir erros humanos na natureza. Também não é verdade a narrativa de matar a fome do mundo, com commodities. As commodities representam pouco mais de 30% da alimentação global. Na verdade, o sistema agroindustrial quer impor ao mundo comer proteína, gordura e açúcar, para controlar melhor os negócios. Pensem no que que está acontecendo com a saúde das pessoas.
É preciso diversificar a produção de alimentos. A OMS recomenda que devemos comer todo o dia, 300 gr. de frutas e verduras. Pergunto: quanto colocamos no prato?
É preciso desmistificar loucuras, em tecnologias pontuais que, via de regra, causam constelações de outros problemas mais difíceis. Exs.: Agrotóxicos, Big Techs, etc.
Senhoras e aos senhores, ouso descrever algumas anotações que justificam o que faleiaquisobre A REVOLTA DA NATUREZA:
- Sem educação ambiental, nenhuma sociedade avança e deixa sequelas.
- A maioria das pessoas são ambientalmente ignorantes, fruto da educação que receberam ou que lhes faltou.
- As comunidades estão degradadas porque consumiram a natureza, por riqueza.
- As pessoas desprezam a agroecologia porque foram orientadas a venerar a agroquímica e a economia carbonizada.
- As pessoas estão doentes, porque vivem em ambiente envenenado.
Evidente, as pessoas precisam de educação. O que era loucura de ecologista, virou uma necessidade. Por isso, o convite a um mergulho profundo e corajoso nas razões da REVOLTA DA NATUREZA e nas alternativas de soluções, por meio do Paradigma do Desenvolvimento Sustentável.
O futuro indica a floresta em pé, como alternativa a ganhar mais dinheiro, do que com soja ou gado. A floresta pode oferecer rendimento líquido de R$ 5.000,00/ha/ano, contra R$ 2.000,00 na soja + milho/ano, ou R$ 1000,00 com boi. Lógico, a floresta em pé terá mais valor quando o fazendeiro assumir o manejo florestal sustentável e o Mercado de Carbono.
Dedico o meu livro às crianças, as construtoras do futuro e da sociedade sustentável. Em especial, aos nossos sete netos – a que possam viver em um mundo sadio, realizarem seus sonhos e ser felizes. Dedico também à minha família: à minha esposa Suzana e a minhas filhas e filho, e aos genros — fontes de inspiração e apoio à minha caminhada.
Para materializar essa confiança, convido a Maitê, nossa segunda netinha, a receber a lembrança deste momento maravilhoso.
Prezadas e prezados, peço a Deusa Gaia que nos proteja e que a mãe-natureza nos permita renovar a parceria, para a vida continuar com alegria!
MUITO OBRIGADO!




