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Dourados: Jeferson Bezerra ‘mira’ candidaturas que representam as oligarquias na política

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José Henrique Marques –

O jornalista Jeferson Bezerra já foi patrulheiro mirim, escoteiro e soldado do Exército Brasileiro e nas eleições municipais deste ano é uma das duas das novidades na política de Dourados entre aqueles que postulam o cargo da prefeita Délia Razuk. A outra, é o empresário Mauro Thronicke, do PSL.

Mas ao contrário do candidato bolsonarista, Jeferson Bezerra pretende causar na campanha eleitoral, “indo para cima” das outras candidaturas que representam “grupos e oligarquias políticas que estão nas arestas do poder com interesse em se apossar da Prefeitura e patrocinar candidaturas hegemônicas nas eleições 2022”.

Por hora, sua atividade na política restringisse na disputa pela presidência da Associação de Moradores do Conjunto Habitacional Canaã I, no final dos anos 90, e atualmente é presidente do diretório municipal do Partido da Mobilização Nacional (PMN).

O candidato do PMN tem consciência de que precisa polemizar para fazer frente aquelas candidaturas com mais musculatura eleitoral, mas com um, porém: “Os fatos serão oportunamente revelados durante a campanha, mas desde que a minha assessoria jurídica me oriente com fatos verdadeiros e provas”.

Jeferson José Bezerra é casado, nasceu em Dourados há 47 anos e conhece bem a zona rural e alguns bairros periféricos da cidade onde já morou, como as Vilas Formosa e Vargas, BNH 4º Plano, Canaã I e Vila Cachoeirinha.  Profissionalmente é diretor-presidente do Portal MGSnews, com atividades em Dourados e Campo Grande.

Nessa entrevista exclusiva à Folha de Dourados ele diz não se considerar um candidato quixotesco e que não tem a pretensão de se tonar um novo Ari Artuzi na política douradense. Era um fenômeno insubstituível, deixou um legado importante aos douradenses, que seria a simplicidade, caridade e o desafio as oligarquias políticas que sempre se revezaram no poder.

O candidato do PMN fala ainda das propostas que levará ao julgo do eleitorado, que não pretende mexer no PCCR da administração municipal, que sua campanha será concentrada 80% nas redes sociais e apoiadores voluntários e revela que tem “ótima relação pessoal com o ex-deputado Roberto Razuk, a prefeita Délia Razuk, além dos deputados estaduais Neno Razuk (PTB) e Zé Teixeira (DEM) ”, mas que “oficialmente essas figuras políticas não são os estandartes da minha campanha”.

A seguir, a entrevista na íntegra.

Folha de Dourados – Há muito tempo que o senhor vinha falando que seria candidato a prefeito de Dourados, e poucos acreditavam pela sua pouca experiência em gestão pública. Não considera sua candidatura meio quixotesca?

Jeferson Bezerra – Não, primeiro que o livro “O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha”, o romance que Miguel de Cervantes Saavedra apresentou em 1605, nos traz o sarcasmo das histórias de cavalaria, sem contar que são realçados a falta de elasticidade atrás de atitudes quixotescas, atos estes dos quais eu não me enquadro. Essa obra mostra que precisamos pensar nas consequências que sofremos ao defender nossos ideais, mas nós do PMN nunca seremos heróis ou salvadores da pátria, não desejamos derrubar nenhum avião desgovernado em pleno voo, mas temos a noção que gerenciar a Prefeitura da segunda maior cidade requer planejamento e austeridade, adotando dados reais, que exigem cortes de gastos ligados aos cargos comissionados, digitalização de 100% dos serviços públicos burocráticos e a criação de uma previdência complementar aos funcionários que ingressarem na carreira a partir de 2021, tomando cuidado para não atacar os direitos adquiridos das partes envolvidas.

Folha de Dourados – O senhor acha que pode se tornar um novo Ari Artuzi na política douradense?

Primeiro que o Ari Artuzi era um fenômeno insubstituível, deixou um legado importante aos douradenses, que seria a simplicidade, caridade e o desafio às oligarquias políticas que sempre se revezaram no poder. Todos nós temos o nosso valor, portanto jamais desejei ser a reprodução do ex-prefeito e ex-deputado estadual, mas sou o Jeferson que nasceu em Dourados, passou toda a sua infância na Vila Formosa, Vila Vargas e o BNH 4º Plano, vivenciou as tensões econômicas do arrocho salarial da década de 80, cansei de ver meus pais reclamar da falta de carne nos açougue e supermercados, graças ao descontrole inflacionário do governo de José Sarney (1985-1990), depois ingressei no Grupo Escoteiro Dourados, passando a desenvolver o espírito de equipe e companheirismo, posteriormente fui soldado na Patrulha Mirim, criada pela vice primeira dama Meire Takimoto, assim que passei a prestar atenção na importância da formação profissional à juventude carente, e por fim, ser militar do Exército Brasileiro que foi uma experiência valiosa.

Folha de Dourados – Qual seu diagnóstico político-social e econômico do município? 

Me lembro que no final dos anos 70 e início dos anos 80, tivemos como prefeitos o agrônomo José Elias Moreira e o professor Luiz Antônio Alvarez Gonçalves, doravante, até 1978 a cidade se resumia em três grandes avenidas, a Marcelino Pires, Weimar Torres e Joaquim Teixeira Alves. Faço esse paradoxo para rememorar as deficiências no crescimento econômico e territorial que tiveram uma descontinuidade em épocas distintas, pois o Zé Elias induziu a ocupação dos vazios urbanos com a construção dos novos conjuntos habitacionais BNH 1º, 2º, 3º, 4º e Cohab II, planejou a cidade prevendo seu crescimento trinta anos na frente, com obras faraônicas de pavimentação asfáltica e demais equipamentos urbanos. O Luiz Antônio enfrentou a saturação de recursos, crises financeiras a nível nacional, a falta de apoio político dos governadores Wilson Barbosa Martins e Ramez Tebet, que o tinham como oposicionista. Portanto, o meu diagnóstico acerca do Município é que estamos atrasados por sucessivas administrações que não deram o devido andamento ao planejamento necessário. Agora, muito embora o prefeito Braz Melo tenha expandido as vagas na educação infantil e ensino fundamental com a construção dos Centros de Educação Unificadas (CEUs), temos um longo caminho a percorrer, isso sem contar que até 2008, quando o professor Laerte Tetila entregou a administração ao sucessor Ari Artuzi, ele disse aos meios de comunicação que havia extinguido as favelas graças ao audacioso projeto habitacional desenvolvido em parceria com o alinhamento político do governo Zeca do PT e o presidente Lula, mas não sentimos isso nas ruas atualmente, dada a existência de várias ocupações irregulares na periferia.

Folha de Dourados – Quais as principais propostas que levará ao julgo do eleitorado em 15 de novembro?

Elaboração de estudos objetivando abrir editais de leilões diretos de todas áreas públicas ociosas que pertencem à Prefeitura, utilizando os valores arrecadados numa operação tapa-buracos contínua, concessões públicas/privadas dos parques ambientais, praças e Estádio Fredis Saldivar, pelo menos para a manutenção básica desses empreendimentos, induzindo a instalação ao seu entorno de foods took por exemplo. Criação de uma previdência complementar aos novos servidores públicos que ingressarem na carreira a partir de 2021, dado o inchaço da folha de pagamento com mais de 7 mil funcionários, mas também daremos opções à categoria aderir ao plano de demissão voluntária, digitalização de 100% dos serviços da máquina, principalmente a abertura de empresas, a devolução da gestão plena da saúde o Governo Estadual, a extinção da Fundação de Esportes e da Secretaria de Cultura, que serão realocadas em superintendências congêneres.

Folha de Dourados – Para atender a Lei de Responsabilidade Fiscal, o senhor, uma vez eleito, pretende mexer no PCCR da administração municipal?

A priori não, mas vou combater a mudança de letra nas categorias que apresentam formação em áreas diferentes da que atua no serviço público, o que gera gastos exorbitantes anualmente, um descontrole na folha de pagamento que seria solucionada com uma auditoria geral no segmento.

Folha de Dourados – O senhor tem estrutura suficiente para enfrentar candidaturas, digamos, mais robustas quanto a aporte financeiro e apoio de lideranças consolidadas na política douradense?

Não, e quem tem essa estrutura financeira precisa antes explicar a origem dos valores ao seu eleitor, pois não teremos fundo partidário, iremos nos fortalecer apenas no debate de ideias, onde a campanha será concentrada 80% nas redes sociais e apoiadores voluntários.

Folha de Dourados – A propósito, sua candidatura tem apoio de lideranças estaduais?

Não, indiretamente tenho uma ótima relação pessoal com o ex-deputado Roberto Razuk, a prefeita Délia Razuk, além dos deputados estaduais Neno Razuk (PTB) e Zé Teixeira (DEM), mas oficialmente essas figuras políticas não são os estandartes da minha campanha. Por isso temos autonomia de tocar na ferida e atacar os gargalos das últimas gestões na Prefeitura Municipal.

Folha de Dourados – Uma hipotética administração do senhor estaria alinhada com o Palácio Jaguaribe?

Primeiro que uma administração que se submete aos desejos do Parlamento não tem autonomia de decisões, uma vez a Câmara de Vereadores exercendo o seu papel de fiscalizar os atos do Executivo, teremos a perfeita harmonia entre os poderes, porém na ausência de democracia nas decisões, irei recorrer ao apoio popular. Mas considero importante trazer os vereadores para gerenciar comigo a máquina, dando a eles o protagonismo necessário na atração de empresas, delimitação de obras e prioridades na captação de emendas parlamentares junto à Bancada Federal em Brasília.

Folha de Dourados – Como avalia seus adversários: Alan Guedes, Barbosinha, Mauro Thronicke, Professor João Carlos, Racib e Wilson Mattos? O que difere deles?

Avalio todos de maneira positiva e sem menospreza-los, dada a importância do Alan Guedes como advogado, internacionalista e vereador, o Barbosinha como ex-prefeito de Angélica, diretor-presidente da Sanesul, secretário de Justiça e Segurança Pública, além de parlamentar pelo segundo mandato. Isso sem contar o brilhante trabalho do João Carlos enquanto pesquisador do curso de história, diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o Racib que tem travado vários debates, foi tenente do 28ª Batalhão Logístico, ocupou cargos de direção na Prefeitura em administrações passadas, o Mauro, que a exemplo de mim é novo na política, e colocou seu nome à apreciação do eleitorado e o Wilson Matos como advogado e militante das causas indígenas, que inclusive tem um legado interessante no segmento evangélico. Quero respeitar todos eles nessa campanha.

Folha de Dourados – O senhor já declarou à imprensa que pretende mostrar na campanha o que há por detrás das outras candidaturas. Existe muita coisa por debaixo do tapete?

Sim, são grupos e oligarquias políticas que estão nas arestas do poder com interesse em se apossar da Prefeitura e patrocinar candidaturas hegemônicas nas eleições 2022. Por isso a importância em dizer nas nossas falas que iremos revisar alguns contratos suspeitos nas áreas de limpeza urbana e lixo, bem como devolver a gestão plena da saúde ao Estado, para que este contrate a Cassems ou Hospital Evangélico (Mackenzie) na administração dos serviços hospitalares, por fim, esclareço que a nossa obrigação será cuidar da atenção básica e ampliar as parcerias com o Hospital Universitário, que é coordenado pela União Federal.

Folha de Dourados – Entre as outras candidaturas, há um alvo específico em que pretende mirar?

Sim, quero saber como os demais candidatos irão tratar a eventual extinção de eleições nas escolas municipais, chega de reeleições eternas nessas unidades, implantar a eleição de servidores do quadro permanente para a coordenação dos Centros de Educação Infantil (CEIMs), a redução dos cargos comissionados, e o atraso secular do Distrito de Itahum que merece a elaboração de estudos pela sua imediata emancipação político/administrativa, pois pretendemos atuar nos debates para obter financiamentos junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de prédios da Câmara Municipal, Prefeitura e órgãos afins nesse distrito atrasado. Isso fora que temos um sonho semelhante em dar autonomia à Reserva Indígena, mas dentro das rebarbas da legislação federal, reserva orçamentária e planejamento técnico.

Folha de Dourados – No seu entendimento, o povo prefere ouvir propostas ou saber dos podres dos candidatos?

Jeferson Bezerra – Prefere ouvir as propostas, eu por exemplo nunca fui preso em operações policiais, nunca respondi processo penal ou civil, se os demais postulantes estão associados a essas temáticas, os fatos serão oportunamente revelados durante a campanha, mas desde que a minha assessoria jurídica me oriente com fatos verdadeiros e provas.

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