fbpx

Desde 1968 - Ano 56

9.6 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioBrasilIrmã de médico suspeito de matar esposa envenenada também morreu após ingerir...

Irmã de médico suspeito de matar esposa envenenada também morreu após ingerir chumbinho, confirma IML

A irmã do médico suspeito de matar a esposa envenenada também morreu após ingerir chumbinho, confirmou o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Diógenes Tadeu Cardoso, à EPTV, afiliada da TV Globo.

O caso ocorreu em Ribeirão Preto (SP), a conclusão faz parte de um laudo toxicológico finalizado quase um mês após a exumação de restos mortais de Nathalia Garnica, que morreu um mês antes da professora de pilates Larissa Rodrigues, esposa do médico Luiz Antonio Garnica. Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça, de 67 anos, estão presos.

O documento ainda não foi entregue à Polícia Civil, que também investiga as circunstâncias da morte de Nathalia para obter mais elementos sobre a morte de Larissa.

Cardoso adiantou à reportagem que as análises realizadas pelo Núcleo de Toxicologia do IML em São Paulo apontaram que a substância que matou Nathalia também é chumbinho, veneno ilegal para matar ratos, e foi encontrada em partes do pulmão, do estômago e do fígado.

Ele ressaltou, no entanto, que o chumbinho encontrado no organismo de Nathalia tem composição diferente do que levou à morte de Larissa.

Nathalia Garnica e o irmão, o médico Luiz Antonio Garnica, de Ribeirão Preto (SP). — Foto: Reprodução/EPTV

Nathalia Garnica e o irmão, o médico Luiz Antonio Garnica, de Ribeirão Preto (SP). — Foto: Reprodução/EPTV

Larissa, de 37 anos, foi encontrada morta no apartamento em que vivia com o médico em Ribeirão Preto em 22 de março deste ano. O laudo toxicológico apontou envenenamento pela substância conhecida popularmente como “chumbinho”.

O exame necroscópico descartou sinais de violência, mas apontou que ela teve lesões no pulmão e no coração, assim como a irmã de Garnica, que morreu aos 42 anos em fevereiro deste ano, após um infarto, mesmo sem apresentar problemas de saúde aparentes. Além disso, a proximidade das mortes chama atenção dos investigadores.

A professora Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano — Foto: Arquivo pessoal

A professora Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano — Foto: Arquivo pessoal

A morte da professora de pilates Larissa Rodrigues é tratada inicialmente como um homicídio qualificado na fase de inquérito policial, procedimento que resultou nas prisões temporárias do médico Luiz Antonio Garnica, marido da vítima, e da mãe dele.

A Polícia Civil e o Ministério Público suspeitam que um pedido de divórcio de Larissa, que pouco tempo antes havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, pode ter motivado o crime.

Além disso, suspeitam da sogra dela, a última pessoa a estar no apartamento da vítima antes da morte da professora. Tanto Garnica quanto Elizabete negam envolvimento na morte de Larissa.

Em uma carta divulgada à imprensa, Elizabete afirmou que Larissa morreu após tomar um remédio para dor de estômago que estava com veneno de rato na noite anterior à morte, mas que nem ela nem a vítima sabiam que o medicamento estava com chumbinho.

Caixão de Nathália Garnica é retirado do túmulo para exumação do corpo em Pontal, SP — Foto: Aurélio Sal/EPTV

Caixão de Nathália Garnica é retirado do túmulo para exumação do corpo em Pontal, SP — Foto: Aurélio Sal/EPTV

Envenenamento por substâncias diferentes

Segundo Cardoso, o chumbinho é uma classe de diferentes substâncias que, em termos gerais, têm o mesmo efeito se ingeridos por uma pessoa: de mal-estar à morte, a depender da quantidade e da exposição.

De acordo com o diretor do IML, a substância encontrada nos restos mortais de Nathalia é conhecida como “carbofurano”, enquanto que a que foi encontrada no exame toxicológico de Larissa é o “aldicarb”, com outra composição.

“Têm o mesmo efeito, causam a morte, causam tontura, náuseas, os dois são da mesma classe, então eles causam a mesma coisa, só que são substâncias diferentes”, explica.

Ele também explicou que o fato de o veneno ter sido encontrado no fígado, no pulmão e no estômago tem mais relação com as características da substância do que com a forma ou a quantidade da ingestão. “É mais uma característica farmacodinâmica da substância do que o jeito que se foi intoxicado ou a quantidade.”

Antes de ser entregue à Polícia Civil, o laudo do IML ainda precisa ser assinado pelo médico responsável e contextualizado com outras informações técnicas, segundo Cardoso. “Nos próximos dias, ele vai fazer o laudo, vai fundamentar com a literatura, pegar os achados necroscópicos encontrados e vai interligar tudo isso para o delegado.”

As conclusões, segundo ele, não são passíveis de contraprova porque, além de a análise em São Paulo ser baseada em protocolos internacionais, foi antecedida por uma série de cuidados com a amostra coletada no túmulo onde o corpo de Nathalia foi sepultado.

“O laudo toxicológico aponta a cadeia de custodia, isso é muito importante, lá no cemitério, na exumação, a gente lacrou aqueles retirados dos restos mortais da Nathalia. Esse lacre garante a cadeia de custódia, ou seja, ninguém mexeu nessa amostra até chegar ao laboratório.”

(Informações G1)

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS