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Impasse sobre ambulâncias do Samu expõe falhas na gestão em Campo Grande

Documentos anexados ao Inquérito Civil do Ministério Público Estadual (MPMS) revelam um impasse envolvendo seis novas ambulâncias do Samu, doadas pelo Governo Federal e ainda não utilizadas em Campo Grande. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) afirma não ter orçamento para contratar equipes e operar os veículos, enquanto o Ministério da Saúde destaca que o município assinou previamente um termo de compromisso assumindo a responsabilidade pelos custos e pela manutenção ininterrupta do serviço.

A investigação, conduzida pela 76ª Promotoria de Justiça, apura a não utilização das viaturas provenientes do “Novo PAC”. Em manifestação ao MP, a superintendente da Atenção Especializada da Sesau, Yama Albuquerque Higa, afirmou que a ativação das unidades exige contratação de profissionais e adequações físicas, medidas que demandam “significativo aporte financeiro” para o qual não há previsão orçamentária. A Prefeitura tenta autorização federal para usar os veículos apenas como “reserva técnica”, substituindo ambulâncias em manutenção.

Segundo informações divulgadas pelo TopMídia News, o Ministério da Saúde contradiz a justificativa municipal, ressaltando que a doação não foi automática, mas resultado de um processo seletivo em que Campo Grande apresentou proposta voluntária de expansão. Para receber os veículos, o gestor municipal assinou uma “Declaração de Compromisso” garantindo o cofinanciamento do custeio dos serviços.

Entre as obrigações listadas no Termo de Doação nº 561/2024 estão manter os veículos em funcionamento contínuo e assumir os custos operacionais. O órgão federal reforçou que a finalidade da entrega é ampliar a frota e reduzir o tempo de resposta, e não apenas renovar ou manter reserva técnica.

O projeto de expansão apresentado pela própria Prefeitura expõe a gravidade da situação: o tempo médio de resposta do Samu em Campo Grande para ocorrências de “código vermelho” (risco imediato de morte) é de 31 minutos, muito acima do ideal para garantir a sobrevivência de pacientes graves. Atualmente, a frota ativa conta com 14 ambulâncias, número considerado insuficiente para atender uma população superior a 940 mil habitantes.

O caso segue em investigação pelo MPMS, que aguarda posicionamento oficial da Prefeitura.

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