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Governo do Estado prepara golpe contra Dourados

Segundas intenções – 02/05/2012

Nascimento
 
O anúncio de criação do curso de Medicina na UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, feito pelo governador André Puccinelli no início da semana, está sendo considerado como um “golpe contra Dourados e uma jogada política para se promover na Capital”.
 
Servidores da UEMS prometem se mobilizar contra o que chamam de “golpe contra Dourados”. Segundo um representante do quadro de servidores da universidade que preferiu não se identificar, temendo represália, “a idéia do governador é criar o curso de Medicina em Campo Grande para, em seguida, gradativamente, transferir a sede da instituição para a Capital, todos sabem o poder de influência que um curso de medicina exerce dentro de uma instituição, um curso assim logo iria demandar uma reitoria em sua unidade.” A UEMS foi criada com sede em Dourados pelo governador Pedro Pedrossian, mas desde o início opositores tentaram instalar a sede em Campo Grande.
 
De fato, na declaração, o governador afirma que o curso de Medicina será criado em Campo Grande, o que confirma a desconfiança dos servidores da UEMS. “Nós já sabíamos que o governador preparava alguma coisa assim”, diz a fonte, ressaltando que os servidores da universidade devem preprar uma mobilização de protesto assim que o assunto entre em discussão dentro da UEMS.
 
Outra ressalva feita pelos servidores da UEMS é quanto a “falta de respeito do governador” para com o reitor e a autonomia universitária. “O André toma decisões que compete à universidade e faz declarações como se ele fosse o reitor; diz que ele e “sua equipe pretendem implantar o curso na UEMS”, isso é uma falta de respeito absurda”, explica o interlocutor da folha. “Não somos contra a criação do curso de Medicina, mas a sua criação e implantação é uma discussão que deve ser feita pela universidade, isso não é da competência do governador e sim dos conselhos universitários”, acrescentou.
 
Quando a UEMS foi criada pelo governador Pedro Pedrossian, em 1993, a escolha de Dourados como sede ganhou oposição de Wilson Barbosa Martins (PMDB), que junto com outros políticos queriam implantar a sede em Campo Grande. Mesmo depois de instalada, forças da Capital sempre trabalharam para tirar a universidade de Dourados. “Nós esperamos contar com o apoio do prefeito, da classe política da cidade e de toda a sociedade, esperamos que eles façam alguma coisa contra esse golpe que está sendo arquitetado contra Dourados”, disse a fonte da folha.
 
“Para estar certo que se trata de uma jogada com segundas intenções basta atentar para um detalhe: a promessa do curso de medicina em Campo Grande não é de hoje, foi feita pelo governador na campanha para reeleição, e porque ele quer implantar apenas em 2014, exatamente no último ano de seu mandato? Deixa eu responder: primeiro, por que ele quer ser o pai da criança, isso seria um bom feito para sua futura pretensão de candidatura (será que um senado?) , segundo porque criando um curso no último ano, a fatura ficaria para o próximo governo pagar. Montar um curso de medicina demanda uma grande quantidade de recursos, desde aquisição de laboratórios, contratações de novos servidores e toda uma estrutura”, finaliza o servidor.
 
A UEMS e a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) são duas instituições genuinamente douradenses, importantes na promoção do desenvolvimento de Dourados e de toda a região. As duas universidades também constituem o projeto da Cidade Universitária, um projeto de coexistência das universidades no mesmo campus, pioneiro no país e que vem dando certo. O reitor da UEMS, Fábio Edir Santos Costa, foi procurado pela folha, mas passou o dia de quinta-feira em Campo Grande, onde teria uma reunião com o governador.
 

Fonte: Folha de Dourados

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