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Governo desconfiava de contratos da Pfizer e Johnson, mas apostava em spray nasal

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Telegramas secretos do Itamaraty mostram que, em fevereiro deste ano, o governo de Jair Bolsonaro ainda resistia a assinar contratos para a compra de vacinas com a Pfizer e a Johnson & Johnson. Naquele momento, as farmacêuticas já tinham selado acordo com cerca de 70 países para fornecer bilhões de doses. Os documentos foram enviados à CPI da Covid e obtidos pelo GLOBO.

Um dos telegramas foi endereçado a 19 embaixadas brasileiras no dia 24 de fevereiro. Na mensagem, o Itamaraty pediu que diplomatas fizessem uma “consulta informal às autoridades locais” sobre os termos dos contratos confidenciais assinados com as farmacêuticas.

Ao mesmo tempo, o então chanceler Ernesto Araújo foi a Israel conhecer um spray nasal que não tinha eficácia comprovada no tratamento da Covid-19. O encontro da comitiva brasileira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi relatado em outro telegrama do Itamaraty. Depois, o governo brasileiro recuou sobre a compra do produto, que só foi aprovado para uso em Israel e na Nova Zelândia.

Em paralelo: outro documento em posse da CPI revelou que Jair Bolsonaro intercedeu junto ao governo da Índia para liberar a exportação de insumos usados na produção de hidroxicloroquina por duas empresas, a EMS e a Apsen. O presidente da Apsen, Renato Spallicci, é um apoiador de Bolsonaro desde antes da eleição de 2018. A farmacêutica é considerada a líder de mercado na produção de hidroxicloroquina.

Repercussão: o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que Bolsonaro tentou desviar a discussão sobre sua atuação em favor de empresas privadas dizendo, ontem, que o Ministério da Saúde poderia desobrigar o uso de máscara. “Ao ser pego no flagrante de fazer lobby privado para a cloroquina, ele atacou a máscara”, afirmou.

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