Depois de 32 anos, os irmãos Lino e Luciano deixaram de ser donos legalmente de uma oficina mecânica que construíram na capital paulista sem saberem. Sem acesso ao e-CAC, site da Receita Federal que armazena dados dos cidadãos e das empresas, a dupla percebeu que estava diante de um golpe.
Além de assumirem o controle, ao registrarem o negócio com nome de outra pessoa, os criminosos abriram uma conta bancária. Na prática, a nova dona da oficina poderia até vender o prédio.
O caso não é isolado. Relatos de empresas abertas indevidamente ou com quadro societário alterado de maneira fraudulenta têm sido mais frequentes.
De acordo com Clóvis Ferreira de Araújo, advogado especialista em segurança, há falhas na conferência de documentos e brechas com a possibilidade de registras questões empresariais pela internet que favorecem o crime. “Os hackers acessam os sistemas e fazem as alterações das empresas, seja no quadro societário ou até mesmo no capital social para obtenção de crédito. E as Juntas Comerciais acabam permitindo esse tipo de invasão por falta de proteção digital”, explica.

