fbpx

Desde 1968 - Ano 56

25 C
Dourados

Desde 1968 - Ano 57

InícioPolíticaGoela abaixo, Circo sem picadeiro, Estratégia tucana, Mara do Sul, Boicote e...

Goela abaixo, Circo sem picadeiro, Estratégia tucana, Mara do Sul, Boicote e Barbosinha

Juca Vinhedo –

A FRASE

“Houve uma redução muito grande das alíquotas de impostos cobrados dos super-ricos, praticamente em todo o mundo. Isso precisa ser repensado”.

(Fernando Haddad, ministro da Fazenda, no discurso de abertura da reunião de ministro das Finanças e governadores de Bancos Centrais do Brics, no Rio de Janeiro, no sábado (5/7)

—————–

Goela abaixo

Depois de anos atacando Reinaldo Azambuja e tudo que cheirasse a PSDB, os bolsonaristas Marcos Pollon, João Henrique Catan e Rafael Tavares agora estão arriscados a terem que aplaudir o ex-governador em palanque. Pior: poderão ter que pedir sua bênção se quiserem concorrer nas próximas eleições. Reinaldo está de malas prontas para o PL, com direito a festa organizada por ninguém menos que Jair Bolsonaro. O mesmo que está prestes a enfrentar julgamento no STF, mas que, sem nenhum cargo ou mandato, age como dono do tabuleiro político nacional.

Silêncio constrangedor

Muita gente pergunta se os fiéis escudeiros do bolsonarismo em MS — Pollon, Catan e Tavares — estarão na agenda de filiação de Reinaldo Azambuja ao PL. Nenhum dos três responde em público. Também pudera: como justificar à base bolsonarista a presença num provável evento ao lado do “inimigo” tucano? A incoerência ficaria grande demais até para quem já se acostumou a trocar discurso por conveniência.

Do palanque ao porão

Ex-presidente do PL em Mato Grosso do Sul, o deputado Marcos Pollon agora assiste calado à desconstrução de tudo que construiu no partido. Tiraram-lhe a presidência, apagaram seu discurso “contra os tucanos” e ainda o colocaram na fila do “aval do Reinaldo” se quiser ser candidato. Tudo isso sob a bênção do ex-presidente Bolsonaro.

Circo sem picadeiro

A política sul-mato-grossense vive um teatro de contradições. Bolsonaro, que enfrenta uma penca de processos e pode ser julgado a qualquer momento pelo STF, desembarca como “chefe político” para abençoar a entrada do ex-governador Reinaldo Azambuja no PL. O curioso é ver figuras que juravam lealdade cega ao “mito” agora tendo que engolir a seco alianças que jogam no lixo anos de discurso antipolítica. Claro que o que o que move muita gente não é ideologia; é legenda, tempo de TV e fundo partidário.

Estratégia tucana

Os deputados federais do PSDB de Mato Grosso do Sul não pretendem acompanhar o ex-governador Reinaldo Azambuja na filiação ao PL. As articulações caminham no sentido dos três disputarem na mesma coligação, para tentar a reeleição de todos. Para tanto, a estratégia é integrar a possível federação entre MDB e Republicanos, com possibilidade de ampliação para o PSDB. Caso isso se concretize, Beto Pereira (PSDB) deverá migrar para o Republicanos, Geraldo Resende (PSDB) para o MDB e Dagoberto continuaria no PSDB.

Ela veio do Cone Sul

A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), que iniciou sua carreira política em Eldorado em 1996 e que hoje tem projeção estadual está sendo fortemente cotada para disputar uma das vagas à Câmara Federal em 2006. Ela poderá, inclusive, ser levada a tiracolo para o PL, acompanhando o ex-governador Reinaldo Azambuja. As amarrações políticas e possíveis “dobradinhas” já estão sendo articuladas em toda a região, principalmente no Cone Sul do Estado.

De olho em Brasília

Outro que trabalha com a possibilidade de disputar uma vaga à Câmara Federal é o vice-governador José Carlos Barbosa, o “Barbosinha”, esse oriundo da região do Vale do Ivinhema, tendo sido prefeito de Angélica entre os anos de 89 e 92. Ele tem total apoio do governador Eduardo Riedel nessa empreitada. Essa posição, no entanto, só terá a “batida de martelo”, quando se encontrar um nome viável para substituí-lo na disputa pela atual vaga de vice-governador.

O PP o aguarda

Segundo as últimas especulações, o govenador Eduardo Riedel deve se filiar ao PP, partido da senadora Tereza Cristina, embora tenha recebido convites para ingressar no PSD, um dos possíveis partidos que poderão compor a estratégia político-eleitoral do grupo que comanda atualmente o governo do Estado. Oficialmente, no entanto, Riedel afirma que ainda não decidiu seu futuro político.

O filho é bonito

Entre os dias 14 e 18 deste mês de julho, está prevista a vinda a Dourados do ministro da Saúde Alexandre Padilha para ativar o SAMU Indígena, que vai atuar nas aldeias douradenses. Será o primeiro do país, e poderá servir de piloto para outras regiões. O serviço deveria ter sido ativado ainda na gestão do ex-prefeito Alan Guedes, mas ficou para a atual, que inicialmente colocou dificuldades. Na semana passada, porém, o prefeito Marçal Filho postou a conquista nas redes sociais como sendo uma conquista exclusiva de seu mandato.

Segurança nas universidades

O vereador Rogério Yuri (PSDB) firmou uma inédita aproximação com o Conselho Institucional de Segurança Pública (Coised) ao tomar a frente de um Acordo de Cooperação Interinstitucional para a instalação de oito câmeras de monitoramento com tecnologia OCR no entorno das principais universidades de Dourados. A medida, aprovada por unanimidade em 6 de junho, visa coibir crimes em pontos críticos, ampliando a vigilância nas imediações da Anhanguera, UFGD, UNIGRAN, UNIFRON e dos campi da UEMS e UFGD.

Iluminação em cena

Além das câmeras, Yuri está conduzindo um mapeamento dos pontos de iluminação pública nas áreas acadêmicas. O objetivo é estimular ações da Prefeitura e do Estado para trocar lâmpadas queimadas e instalar novas luminárias, reforçando a segurança noturna. O parlamentar defende que “a segurança começa com ambientes bem iluminados e monitorados”, e vê a parceria como um passo estratégico para proteger os estudantes e frequentadores das universidades à noite.

Boca no trombone

O vereador Marcelo Mourão (Podemos) subiu o tom na tribuna ao denunciar o que classificou como “boicote institucional” à publicação de frentes parlamentares criadas pela Câmara de Vereadores. A indignação tem nome e prazo: mais de 90 dias sem qualquer divulgação oficial sobre a Frente Parlamentar da Rádio e a que trata da contratação de neuropediatras. Mourão já avisou: vai judicializar o caso e convocar a imprensa para jogar luz sobre o que considera um silêncio proposital e estratégico dentro da própria Câmara.

Temas urgentes

Ao criticar a morosidade da criação das frentes parlamentares, Marcelo Mourão também lembrou que os temas ignorados não são triviais. A luta por um neuropediatra para Dourados e a defesa da concessão de uma rádio FM pública para o município são demandas urgentes e estruturais. “Não consigo entender por que esses projetos, que beneficiam diretamente a população, continuam engavetados”, disparou.

——————–

BASTIDORES DO PODER

O coordenador inesperado

Nos corredores quentes do Planalto, circulava um rosto discreto — Julian Lemos, o homem forte da campanha de 2018 no Nordeste. Bastava um aperto de mão para sentir o peso político daquele que segurou Bolsonaro nos primeiros passos presidenciais. Entre cafés apressados e longas jornadas de agenda, Lemos arquitetou a estratégia que levou o capitão ao Palácio do Planalto.

Mas o destino, diz ele hoje, em inúmeras entrevistas, se vestiu de vaidade e reservas internas. Os filhos do presidente, especialmente Carlos, começaram a impedir que qualquer brilho político vivaz ofuscasse a imagem paterna. “Carlos não suportava ver ninguém brilhar ao lado do pai”, confessou Lemos, revelando aquele sentimento cravado de ciúmes corporativos.

O estranhamento cresceu, escancarado em entrevistas: hoje, Lemos chama Bolsonaro de “farsante” e “populista de quinta categoria”. Disse ainda que o líder que dizia combater o sistema tornou-se “sócio” dele. Em seu tom cortante, a traição se tornou público desabafo: “me tornei um alvo… trabalharam para destruir minha imagem”.

A ruptura teve contornos teatrais: um aliado fervoroso, agora convertido em crítico feroz. Nas redes sociais, Lemos chama seguidores bolsonaristas de “burros” e “imbecis” — palavras fortes que revelam não apenas desilusão, mas amargura vinda do coração de quem foi peça-chave no tabuleiro inicial. Supliciado pela vaidade de um círculo íntimo, Lemos declara que Bolsonaro não tinha projeto de país, apenas de poder.

- Publicidade -

ENQUETE

MAIS LIDAS