Política Estadual “Alerta Clima na Escola” prevê a participação voluntária de alunos, mães e professores na geração de dados que orientarão políticas públicas
A deputada estadual Gleice Jane (PT) protocolou o Projeto de Lei “Alerta Clima na Escola”, que institui uma política estadual de combate à crise climática com o apoio da comunidade escolar. O texto propõe a participação voluntária para mapear os riscos e vulnerabilidades climáticas do entorno de cada escola participante. A proposta visa promover a educação climática e garantir que os dados obtidos sejam utilizados nas políticas relacionadas à resiliência climática, ao desenvolvimento urbano e à prevenção de riscos.
Essas informações serão captadas por meio da elaboração anual do Diagnóstico Participativo de Vulnerabilidades e Soluções (DPVS). Esse documento será utilizado na criação do Mapa Colaborativo de Riscos e Soluções Climáticas, para orientar também obras municipais que exijam a colaboração e o financiamento do governo Estadual. O Mapa consiste numa plataforma digital de acesso público, gerida pelo Poder Executivo.
A deputada Gleice Jane justifica o Projeto de Lei como uma maneira de educar e aproximar a população nas ações em meio a catástrofes. “A gente não sabe o que fazer diante de um vento, onde é que a gente se esconde, se deve ficar embaixo de uma árvore ou não. Eu estive em Corumbá, em uma situação de queimada, e na hora que o fogo foi chegando perto da escola, as pessoas não sabiam muito o que fazer”, relembra. A professora reforça que as mudanças climáticas já são uma realidade no estado, com a notícia de que a formação de tornados já é considerada inevitável.
“A gente não sabe o que fazer diante de um vento, onde é que a gente se esconde, se deve ficar embaixo de uma árvore ou não”
Urgência climática
Mato Grosso do Sul está em uma das regiões que mais aquecem no planeta. O ano de 2024 foi o mais quente da série histórica no estado, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec). Além disso, projeções de especialistas indicam que, até o fim do século, a região pode enfrentar um aumento médio de 42 dias por ano com temperaturas acima de 35ºC. Essa elevação térmica e o déficit de chuvas previsto em algumas regiões potencializam a ocorrência de eventos extremos.
O estado possui 29 cidades já classificadas em áreas vulneráveis, de acordo com documento elaborado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC). O prognóstico é de que extremos climáticos sejam cada vez mais comuns em Mato Grosso do Sul. O relatório da SEDEC aponta que mais de 25 mil sul-mato-grossenses estão suscetíveis a eventos como enxurradas, alagamentos e deslizamentos.


