José Henrique Marques –
O prefeito Alan Guedes (PP) e seus principais mentores de política de comunicação, o chefe de Gabinete, Alfredo Barbara Neto, e o assessor especial Milton Ribeiro Junior “da Lupa”, são alvos de procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual. Mas, não se trata de eventuais irregularidades cometidas na Prefeitura de Dourados e, sim, na Câmara de Vereadores, de onde o trio migrou no início deste ano para o Casarão da Avenida Coronel Ponciano.
Ontem (30), foi publicado no Diário Oficial do Ministério Público de Mato Grosso do Sul a instauração do Procedimento Preparatório nº 06.2021.00001179-7, na 16ª Promotoria de Justiça da Comarca de Dourados, visando apurar eventuais irregularidades na execução dos contratos oriundos do Processo Licitatório 023/2017, da Câmara Municipal de Dourados, no caso conhecido como Farra da Publicidade.
Alan, Alfredo e Milton são suspeitos de encabeçar organização criminosa (Orcrim) que teria desviado cerca de R$ 1 milhão dos cofres da Câmara no período em que o atual prefeito presidiu a Casa, em 2019 e 2020, através, principalmente, da agência Lupa Comunicação e do jornal Diário MS, que abocanhou mais de 30% do total da verba publicitária do Poder Legislativo.
Evidências de que atos desonestos teriam ocorrido na Câmara foram levantadas pela vereadora Lia Nogueira (PP), que encaminhou mais de 3 mil cópias de documentos juntados durante investigação ao MPE e à Procuradoria de Justiça do Estado, em Campo Grande.
Há indícios claros de que houve, no mínimo, crime de favorecimento a jornalistas, empresários e políticos sem mandato que receberam quantias mensais significativas sob a compadrio de Alan Guedes.
Lia Nogueira também encontrou indicações de que, a partir de julho de 2020, parte do dinheiro supostamente desviado foi utilizado como caixa 2 da campanha de Alan Guedes à Prefeitura de Dourados.
Também estão sendo investigados, entre outros, a ex-presidente Daniella Hall (PSD) e o atual presidente Laudir Munaretto (MDB). A vereadora por ter licitado o processo em que saiu vencedora a Lupa Comunicação, e o vereador porque vem utilizando o contrato e nos primeiros meses de sua gestão teria sido envolvido no esquema da suposta Orcrim.
