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Fábio Trad, motim caro, na mira, e agora Riedel, autismo seletivo e vice sem protagonismo

Juca Vinhedo

A FRASE

“Não vou ficar chorando, nem rastejando; se os EUA não quiserem comprar, nós vamos tentar vender para a China, para a Índia, para a Rússia, para qualquer lugar.” (Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rebatendo a retórica americana e defendendo a soberania econômica do Brasil).

Motim custa caro

O presidente da Câmara, Hugo Motta, reagiu com força ao “motim” que paralisou os trabalhos nos dias 5 e 6 de agosto: encaminhou à Corregedoria processos para suspender até seis meses o mandato de 14 parlamentares que se recusaram a liberar a Mesa Diretora, obstruindo o andamento das sessões. Segundo Motta, o objetivo é assegurar a normalidade da Casa, e as denúncias seguiram para a Corregedoria da Câmara, que decidirá se, de fato, haverá punição.

No olho do furacão

Três deputados de Mato Grosso do Sul estiveram diretamente envolvidos na confusão: Rodolfo Nogueira (PL), que espalhou resistência virtual (e literal) nas redes; Camila Jara (PT) acusada de agredir o colega Nikolas Ferreira (PL-MG); e Marcos Pollon (PL), que chegou a ocupar a cadeira de Hugo Motta, impedindo que o presidente retomasse a sessão. Por falta de provas, Camila Jara ficou fora da lista da punição.

Anotem os nomes

Além do sul-mato-grossense Marcos Pollon, os demais deputados que podem sofrer punições pela invasão da Mesa Diretora da Câmara, são: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Zucco (PL-RS), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Carlos Jordy (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Allan Garcês (PP-MA), Caroline de Toni (PL-SC), Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio (PL-MG), Zé Trovão (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Julia Zanatta (PL-SC).

Autismo seletivo

O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), conhecido pela defesa ferrenha da pauta armamentista e por ostentar o título de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), resolveu explicar sua presença no “motim” que paralisou a Câmara nos dias 5 e 6 de agosto de um jeito, no mínimo, curioso: disse que é autista e, por isso, “não estava entendendo nada do que estava acontecendo”. A pergunta que fica é: é correto usar o autismo como salvo-conduto para justificar a participação em um protesto contra o próprio funcionamento da Casa?

Fábio Trad, motim caro, na mira, e agora Riedel, autismo seletivo e vice sem protagonismo

Com a arma na mão

Se Marcos Pollon, defensor do armamento civil (é integrante da chamada “bancada da bala”) um dia estiver com uma arma na mão no meio de uma confusão, poderá simplesmente alegar que “não entendeu nada” por ser autista? O raciocínio é o mesmo que usou para justificar sua presença no bloqueio da Câmara. O problema é que, quando se trata de quem legisla e incentiva o porte de armas, a responsabilidade e a lucidez devem estar carregadas o tempo todo, assim como a segurança do gatilho.

Terá que se explicar

Por falar em Rodolfo Nogueira, o “Gordinho do Bolsonaro”, agora enfrenta dois inquéritos na Polícia Civil do Distrito Federal após denúncias de que teria ameaçado uma empresária de Brasília para evitar que ela tornasse público um golpe de R$ 24 mil supostamente cometido por seu chefe de gabinete, Babington dos Santos, o “Bob”.

A culpa é da mídia

A vítima, fonoaudióloga e empresária, afirma que foi contatada por Bob e induzida a fazer a transação financeira com promessa de câmbio; ao perceber o golpe, registrou o estelionato, e depois teria recebido telefonema de Nogueira se apresentando como influente e ameaçando ação judicial caso ela revelasse os fatos. O deputado nega veementemente todas as acusações, classifica-as como ataque à sua imagem e afirma que afastou o assessor enquanto as investigações transitam. Como sempre, a “mídia” é a culpada: “Gordinho” estaria sendo vítima de distorções midiáticas e perseguição política.

Deslocamento ideológico

O diretório estadual do PT de Mato Grosso do Sul decidiu, por unanimidade, romper com o governo do tucano Eduardo Riedel, entregando todos os cargos comissionados que ocupava na administração estadual. A decisão, formalizada em 8 de agosto, foi motivada por declarações de Riedel apontando como “excessos judiciais” a prisão domiciliar de Bolsonaro, além de apoio público ao ex-presidente. Para o PT/MS, esses movimentos sinalizam uma guinada ideológica pela direita extrema, traindo o espírito da aliança que sustentou a vitória de Riedel em 2022.

Hegemonia ameaçada

O caldeirão político em MS já começa a borbulhar para 2026. O PT também sinaliza que pode lançar o ex-deputado Fábio Trad (de malas prontas para o partido) como candidato ao governo do Estado e o deputado federal Vander Loubet ao Senado. Enquanto isso, a ruptura com o governo Riedel, principalmente após as declarações polêmicas sobre Lula, coloca em xeque a hegemonia de Eduardo Riedel. Se esses nomes forem confirmados, podem se transformar em forte alternativa à reeleição do governador, especialmente com o desgaste político decorrente da guinada ideológica.

E agora, Eduardo?

Mas não é apenas o rompimento do PT que pode dificultar os planos do governador Eduardo Riedel em sua reeleição. Uma resolução do PL, partido para o qual está migrando seu padrinho político, o ex-governador Reinaldo Azambuja, também acrescenta mais borbulhas no caldeirão fervente da política sul-mato-grossense, porque pode impedir aliança política entre Azambuja e Riedel. A Resolução veda que filiados ao PL manifestem apoio público a candidaturas de outras legendas, sob pena de sanções que vão da perda de recursos do Fundo Partidário à expulsão da sigla.

Avanço no Campo Belo

A Prefeitura de Dourados está mudando a realidade da Sitioca Campo Belo, com o cascalhamento de ruas que, em dias de chuva, se tornavam verdadeiras armadilhas para motoristas e pedestres. A iniciativa, divulgada pelo prefeito Marçal Filho em suas redes sociais, mostra que o trabalho no bairro está avançando e dando mais dignidade aos moradores.

Associação

Mérito também para a Associação de Moradores que viabilizou, junto a CCR, a fresa utilizada no serviço, fruto de mais de um ano de tratativas da entidade com a concessionária da BR-163, em MS, hoje rebatizada de Motiva Pantanal.

Olhar para a Campina

O sucesso do trabalho no Campo Belo já inspira pedidos de outros bairros. Moradores da Sitioca Campina Verde querem que a Prefeitura faça o mesmo por lá, já que, há anos, enfrentam as mesmas dificuldades: ruas intransitáveis nos dias de chuva e poeira insuportável nos dias de sol.

Vice sem protagonismo

A vice-prefeita Gianni Nogueira (PL-MS) tem marcado presença, mas só em palanques nacionais. Conhecida por sua defesa pública de temas da direita bolsonarista, ela parece mais militante nacional que vice-prefeita de Dourados. A sensação que fica é a de que o posto de vice está vazio, sem nenhum protagonismo administrativo. Um contraste e tanto entre o discurso ideológico e a falta de visibilidade nos reais problemas da cidade.

Suplente de Reinaldo?

Gianni chegou a despontar internamente como pré-candidata ao Senado, uma possibilidade alimentada por seu nome forte no PL Mulher e pela associação a Bolsonaro. Mas com a iminente filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja ao PL, tudo indica que essas ambições podem ir por água abaixo. Reinaldo surge como nome competitivo para o Senado e, na prática, engoliria a estratégia da chapa pura para o partido.

Samba acadêmico

Como parte da programação dos 20 anos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), No próximo dia 29, a partir das 20h, o Parque Antenor Martins (Parque do Lago) será palco de uma noite de samba e pagode no “Pagode do Pericão”, com entrada gratuita, comandada por ninguém menos que o cantor Péricles. Antes dele, o Festival Universa vai abrir os trabalhos com talentos sul-mato-grossenses como Poeta Emmanuel, Lu Mace, Bromcs, Gi Torres e Soulra Inha. Uma mistura de cultura, música e celebração que promete lotar o parque. e mostrar que a UFGD sabe unir ensino, pesquisa e extensão até no ritmo do surdo e do cavaquinho.

BASTIDORES DO PODER

De “caçador” a “cassado”

Fernando Collor de Mello já foi “o novo”, “o moderno”, “o caçador de marajás” e, claro, o primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura. Nos anos 90, fazia discursos inflamados contra privilégios e corrupção, até que a maré virou e ele próprio precisou renunciar para escapar do impeachment — não escapando, porém, da pecha de corrupto.

Anos depois, como se fosse personagem de novela de Benedito Ruy Barbosa, ressurgiu das cinzas na política de Alagoas e chegou ao Senado. Mais discreto no figurino, mas ainda exibindo aquele jeito de quem não perdeu o fio da vaidade. Nos corredores de Brasília, contava-se que Collor conseguia gastar mais tempo cuidando do carro importado do que cuidando de votações importantes.

Agora, o destino parece ter dado outra volta completa. Condenado novamente por corrupção, cumpre prisão domiciliar, vendo pela TV o mesmo tipo de noticiário que um dia estrelou.

O “caçador” virou presa, e o “marajá”… bem, talvez esse nunca tenha deixado de existir.

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