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Exclusivo: Dono da Precisa diz à PF que ‘foi orientado’ a telefonar para servidor do Ministério da Saúde para tratar da vacina Covaxin

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O dono da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano, afirmou em depoimento à Polícia Federal que “foi orientado” a telefonar para um servidor do Ministério da Saúde para esclarecer dúvidas sobre a vacina indiana Covaxin, que seria vendida à pasta por intermédio da sua empresa, mas que não se recorda quem lhe deu a orientação.

Foi por isso, segundo seu depoimento, que ele telefonou para o servidor Luís Ricardo Miranda, irmão de deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), que relatou ter sofrido pressões para autorizar a importação da vacina Covaxin. Maximiano negou a acusação e disse que a ligação foi para “se colocar à disposição”.

“Foi orientado, não se recordando por quem, a entrar em contato com Luis Ricardo para se colocar à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre o processo de autorização para importação das vacinas”, afirmou Maximiano para a Polícia Federal.

Em seu depoimento, o empresário disse que “não exigiu nem solicitou nada de Luís Ricardo, apenas se colocou à disposição para eventuais esclarecimentos”.

O depoimento, mantido sob sigilo, foi prestado à PF no dia 22 de julho no inquérito que apura suposta prevaricação do presidente Jair Bolsonaro no caso Covaxin, por não ter pedido investigação da Polícia Federal a respeito dos fatos relatados pelos irmãos Miranda.

Em seu depoimento, Maximiano afirmou que, no dia 19 de março deste ano, participou de uma reunião “com diversos servidores do Ministério da Saúde”, dentre eles o então secretário-executivo Élcio Franco, que comandou a reunião. O diretor da Precisa diz que, no encontro, foi abordado o cronograma de entrega do imunizante, dentre outros assuntos. Luis Ricardo Miranda não estava presente. Segundo Maximiano, foi nessa reunião que ele foi “orientado” a procurar Luís Ricardo. O telefonema feito a ele foi no dia seguinte, 20 de março.

Maximiano negou que o contrato tivesse pagamento antecipado e disse que os documentos “invoice” enviados ao ministério, que previam o pagamento da vacina antes que ela chegasse, eram apenas “rascunhos”.

A Covaxin entrou na mira da CPI da Covid após os senadores terem constatado que foi a vacina mais cara adquirida pelo Brasil, a R$ 80,70 por dose, o quádruplo da AstraZeneca. A comissão parlamentar tenta apurar como a representante da fabricante no Brasil, a Precisa, lucrou com a transação avaliada em R$ 1,6 bilhão para fornecer 20 milhões de imunizantes e se houve repasses de vantagem indevida a agentes públicos.

O contrato da vacina também é alvo de investigação do Ministério Público Federal, que suspeita de possiveis crimes no negócio. (Extra)

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