Mariana Rocha –
No último dia 6 de julho, a Folha de Dourados esteve em Caarapó para entrevistar Mateus Palma de Farias, ex-vereador na década de 80, eleito e reeleito prefeito da cidade entre os anos de 2004 a 2016.
Durante a entrevista Mateus se emocionou, destacou a força que sua mãe teve ao criar os cinco filhos, falou de sua identificação e amor por Caarapó e nos contou um pouco de sua história política, com destaque para seus dois mandatos como prefeito da cidade.
Em 2004, Mateus encabeçou a coligação “DESENVOLVIMENTO, EMPREGO E CIDADANIA” e foi eleito por uma diferença pequena, com grande destaque para seu desempenho eleitoral entre a comunidade Indígena de Caarapó. O primeiro mandato passou e em 2008, Mateus Palma foi reeleito com a impressionante marca de 77,12% dos votos válidos, na coligação “CAARAPÓ AINDA MELHOR”.
Folha de Dourados: Mateus Palma! É um prazer falar com o senhor, queria, antes de mais nada, conhecer sua história. Como chegou ao cargo de prefeito de Caarapó? Você pensava que poderia chegar nesta cadeira?
Bem, na verdade, em 1988, quando eu tinha 20 anos, eu montei uma sorveteria. Daí, eu fazia um movimento na avenida, colocava mesas e cadeiras, atendia os clientes, falava e interagia com as pessoas. Naquela época, um candidato a Prefeito me viu e perguntou se eu não queria ser vereador. Bem, eu falei que não pensava nisso e tampouco queria largar de vender meus doces, ele disse que eu não precisava largar de vender doces e que o projeto era ajudar a chapa a eleger alguém. Eu aceitei! E aí, eu comecei a falar para as pessoas, depois fiz campanha e toda a turma do comércio me apoiou. Fui eleito um dos vereadores mais jovens da história de Caarapó, talvez o mais jovem. Bem, bastaram 30 dias como vereador para eu saber que o legislativo não serve pra mim. É muita reunião e pouca ação, então avisei os servidores que eu ficaria apenas um mandato e não voltava mais. Nos dois últimos anos de mandato eu conciliava as atividades parlamentares com a venda de doces, naquela época eu investi em uma doceria. Um tempo se passou, o mandato também, mas os doces deram muito certo, mas as pessoas sempre pediam que eu voltasse para a política, mas só em 2004 retornei ao cenário político. Pois bem, me candidatei e vivi uma das disputas mais acirradas da minha vida. No final, os votos das urnas da aldeia é que modificaram o resultado das eleições. Nós ganhamos! Na época, me lembro que o adversário cantou vitória antes do tempo, mas eu estava acompanhando cada urna e sabia que os votos da aldeia tinham virado o jogo, daí ganhamos por 386 votos.
E como foi seu primeiro mandato? Como era a cidade e como era a sua rotina do Mateus Palma prefeito?
Toda a turma se esforçou para dar conta do recado. Eu me dediquei como se eu estivesse em um dos meus comércios. Eu chegava às 5 horas da manhã na prefeitura para ter tempo de ler os papéis que eu assinava, até porque a partir das 7 horas eram muitas reuniões e atendimento ao público. Quando entrei na prefeitura, em janeiro de 2005, Caarapó tinha apenas 18 mil habitantes, quem conhece a história da cidade sabe que perdemos dezenas de moradores depois que a serraria fechou. A madeira acabou e muita gente foi para o norte do país. Então o foco do meu primeiro mandato foi geração de emprego para atrair moradores para a cidade. Então, foi no meu mandato que a usina veio para caarapó, o polo empresarial na saída para Dourados também é da minha época. Tudo isso para gerar emprego. Além disso, focamos também nas obras. Depois do primeiro mandato, nas eleições seguintes, eu praticamente não fiz campanha, as pessoas puderam ver que eu trabalhei e eu também não podia sair da Prefeitura no final do mandato para fazer campanha, confiei no povo de Caarapó. Depois do segundo mandato, para você ter uma ideia. 8 anos depois, a cidade já tinha mais 11 mil novos habitantes. Me lembro também que os mandatos Federais foram muito importantes para nós e destaco a ajuda dos Deputados Geraldo Resende (PSDB), do Murilo Zauith à época no DEM, e do Vander Loubet do PT, um grande parceiro na construção do anel viário.
E para 2024, Mateus, o sr. pretende disputar as eleições em Caarapó?
Não, eu não mexo mais com política. Eu não serei candidato e não estou mais em nenhum partido político. Então, eu também não participo de reuniões políticas também, porque se você decide se afastar, não pode atrapalhar os outros. Torço pela cidade, desejo boa sorte para quem vai ser candidato e repito, eu não estou mais na política partidária. A minha semente eu plantei e desejo um futuro muito bonito para minha cidade, Caarapó é minha vida, tudo que eu tenho eu construí aqui.