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Erminio Guedes: ‘O pior momento’ do País em pedaços, desarrumado de caos político

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Erminio Guedes – Eng. Agrônomo, consultor/sustentabilidade –

O pior momento

Poderia falar dos ipês e de suas flores descortinando a primavera, mas são muitos os espinhos e, em época de crise, deixa-se o que é importante para fazer o que é urgente. O Brasil vive o seu pior momento, de caos político e trágica governança pública. O País está em pedaços e desarrumado.

Quase 3 anos, só leniência à violência, alucinações e discriminação social. Proselitismos neuróticos e reacionários, pregando golpe de estado. Retórica extremista e indulgente, de “mercadores da dúvida”, prega à direita e contra os mais fracos. Parece aula de como tratar os mais fracos como “culturas inferiores e inaptas” e as submeter as “culturas superioras”, dos mais ricos, evoluídos e aptos a sobreviver.

Tudo errado no meio ambiente, na economia, educação, saúde e na assistência a perto de 50 milhões de desempregados, sub e que desistiram de procurar. Mais 600 mil famílias choram vidas perdidas e pelas crianças órfãs, deixadas pela Covid – 19. Se a vacina fosse disponível em tempo, as perdas seriam a metade. Qualquer semelhança disso ao rifle sanitário aplica dos animais irracionais, é mera coincidência.

Falo do pior dos sentimentos humanos, do sadismo ao sofrimento alheio e do delírio negacionista, da maior mentira.  Uma “gripezinha” desdenhada por Bolsonaro, encheu os cemitérios de covas rasas, fazendo brasileiros sofrer muito além da imaginação. Fazendeiros paraenses fizeram o “dia do fogo”, levando a sério promessas de campanha para queimar a Amazônia. P. Guedes manda recado: “os excluídos que se f….”. Salles clama: às escondidas passar a boiada, em benefício do crime, mesmo que falte água e a temperatura seja insuportável. Falta dinheiro na saúde, mas sobra overdose de cloroquina, por interesses indecentes (CPI da Covid – 19).  O mesmo saiu do MEC: Curso superior é para minoria (elite) privilegiada!

São tantos os absurdos que podem encher várias laudas. O fato é que o Brasil retrocedeu e virou vergonha planetária. Religiões voltaram a mandar na política, famílias pobres a usar lenha para cozinhar, pessoas morrendo por falta de vacina e a ciência não ser prioridade, como no passado. Na verdade, religiões se prestam a golpismo. Em 64 grupos católicos de extrema direita ajudaram o golpe militar. Hoje, evangélicos do mesmo perfil, ajudam devaneios por golpe, como foi tentado e fracassado em 7 de setembro.

Ninguém mais respeita e acredita no governo. A sua ignorância sepulcral e faro bovino, só trabalha em pautas negativas, distribuindo agressões diárias. Procurar uma boa atitude é como encontrar agulha no palheiro. A rigor, Bolsonaro fracassa com 9% da população (pesquisa), no seu fascismo estruturado. Outros 11% o apoiam, mas estão na fila da vacina e não entrarão no cemitério com ele.

A economia faz política desvairada, na exportação de commodities, que é importante, mas não suficiente. Destrói o mercado interno e castiga a maioria consumidora, de trabalhadores, pequenos empresários e excluídos. Na essência, é a opção pela escola de transferir riqueza dos pobres aos mais ricos, para concentra renda, mesmo que aumente a desigualdade. O modelo cria dependências no setor produtivo e aumenta o fosso entre pobres e ricos, origem tragédia brasileira.

A economia sustenta-se na rapinagem ambiental, derrubando e queimando a Amazônia e o Cerrado, cujo resultado é a tragédia climática e hídrica, que vivemos. Sem chuvas no berço das águas, secam bacias hidrográficas, param hidroelétricas e a energia sobe. A Amazônia virando savana, já sem capacidade de retirar CO2e da atmosfera e frear o aquecimento global, ou seja, o saldo entre captura e emissão de carbono já é negativo.

Tempo amargo, de inflação e falta de empregos. Os alimentos impõem a fome a quem não tem mais o que comer e o que perder. Famílias pobres abandonam o botijão de gás e vendem o fogão para comprar comida. A energia inacessível traz de volta o candeeiro e banho frio.

A gasolina sobe sem parar e está ultrapassou longe R$ 6,00/litro, quando em 2016, era R$ 3,75/litro. A paridade é falsa porque o petróleo baixa, mas os preços aqui amentam todo dia, para o deleite de acionistas da Petrobrás e de donatários das suas reservas. Enquanto isso, o salário mínimo subiu 16%, de R$ 998,00 (2019) para R$ 1.192,40 (2021). Em 2004 o SM era R$ 260,00 (U$ 85,00) e em 2016, R$ 880,00 (U$ 241, 29).

Não se trata de “catastrofismo”, mas das evidencias da realidade. O colapso social, está na esquina, em ambulantes oferecendo doces para sobreviver. O jovem que limpa o pátio em troca de um “puxeiro”, porque as crianças estão com fome e não mais brilha o olhar. A outros só resta perambular a procura de pouso e comida, mas não as encontram, porque seus habitats estão destruídos. Aposentados a caminho da inviabilidade da vida, como ocorreu no Chile, pela mesma escola. Nesse ambiente tenebroso, desgraçadamente, cresce a infâmia e o crime, inclusive abominável corrente da corrupção.

Nada novo, Bolsonaro continua desprezível, como sempre foi. Monstros adormecidos acordaram para venerar o terremoto socioambiental, cultural, econômico e político, que vivemos. Como Nero fez, assistem com olhar delirante e sarcástico, Roma queimar. Outros o apoiam por conveniências, ideológicas ou econômicas, mas o abandonam porque se agarrar em náufrago é inspiração perigosa.

A situação preocupa. A Fundação Getúlio Vargas, com dados do Gallup World Poll, apontou a política pública do Brasil, em saúde, educação e meio ambiente, na pior entre 40 países e de maior desigualdade, durante a Pandemia. Alguém terá coragem para investir aqui, na desacreditada “república de bananas”? Os leilões fracassados da Petrobras provam isso.

Precisa dizer mais? Tem explicações convincentes? Evidentemente, não!

De Flávio Magliaccio, antes da morte – “não deu certo” – “Cuidem das crianças”!

Pensem nisso!

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