Um empresário de 42 anos de Campo Grande afirma ter sido vítima de racismo durante uma brutal tentativa de homicídio ocorrida em 23 de setembro, no Jardim Autonomista. O ataque, perpetrado pelo vizinho após uma discussão sobre um carro estacionado, resultou em 14 facadas na vítima, que passou sete dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O desentendimento começou quando o empresário pediu ao vizinho que retirasse a caminhonete que estava em frente à sua casa. Segundo o relato ao TopMídiaNews, o pedido, inicialmente simples, escalou rapidamente para a violência. “Ele chegou tranquilo, me cumprimentou, e de repente me jogou no chão e começou a me esfaquear. Foram 14 facadas. Eu lutava pela minha vida e ele gritava que ia me matar,” contou a vítima.
Ofensas Raciais e Luta pela Vida
Durante a agressão, o empresário ouviu ofensas racistas. Ele relata ter sido chamado de “macaco” enquanto era esfaqueado. “Apanhei, fui esfaqueado e ainda chamado de macaco. Não sei se foi por eu ser preto, por eu ter tatuagem, só sei que ele quis me matar,” desabafa a vítima.
Mesmo gravemente ferido, o ataque não parou. O agressor arrastou o empresário para dentro da própria casa para, segundo a vítima, “terminar de me matar”. O agressor teria pego um revólver e se preparava para atirar, mas a passagem de uma viatura da Polícia Militar no momento salvou a vida do empresário.
Recuperação e Indignação com a Justiça
A vítima foi socorrida em estado grave, passando por cirurgias e um período na UTI com ferimentos na barriga, pernas, mãos e uma fratura exposta. Ele recebeu alta na última segunda-feira (6), mas segue em recuperação e necessita de cuidados para atividades básicas.
O caso, que inicialmente havia sido registrado de forma incorreta, foi corrigido pela Polícia Civil e agora é investigado como tentativa de homicídio qualificado por motivo racial.
No entanto, o empresário manifesta sua revolta com a decisão judicial que liberou o autor do crime após o pagamento de R$ 5 mil de fiança. “Ele me esfaqueia, tenta me matar e sai da delegacia porque tem dinheiro. Isso não é justiça. Eu estou vivo por milagre, e ele está solto,” declara.
Com o agressor morando em frente à sua casa, o empresário diz sentir medo e pensa em se mudar, relatando estar “horrorizado com tudo isso”. A reportagem buscou o contato do autor, mas não obteve retorno. (J.B)