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Elairton Gehlen: ‘Então é Natal, às vezes o presepio atrapalha’

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Elairton Gehlen – escritor 

O Natal é uma data quase tão comemorada quanto o ano novo na sociedade ocidental. É um verdadeiro culto ao deus momo! Só vale a pena celebrar o nascimento de Jesus num lar cristão se, antes, alimentar o principal inimigo de Jesus, o consumismo! 

Mas, de onde vem o Natal? Tem aí algum cristão que saiba fundamentar biblicamente a data? Não, né! Por mais que se queira o Natal como data cristã, ela não tem nenhum fundamento bíblico e, ao contrário, surge da adoração a deuses pagãos. Foi uma adaptação feita à cultura grega e mesopotâmica antiga de celebração do solstício de inverno, no hemisfério norte, quando ocorre a noite mais longa do ano e, daí em diante o sol terá mais tempo de luz beneficiando a agricultura e gerando abundância para as famílias. Nesta data celebravam-se cultos aos deuses Dionísio, deus do vinho e da vida mansa (Gregos) enquanto os egípcios celebravam a passagem de Osíris para o mundo dos mortos. 

Mas, Jesus nasceu, isso é fato, e era inverno e, se há generosidade nesse fato é a permissão para que José e Maria passassem a noite num estábulo onde o Messias nasceria entre os animais irracionais, aquecido pelas palhas de sua alimentação. As ruas da cidade tem “estábulos” de papelão esparramados pela rodoviária, pelo comércio que tranca as portas das lojas cheias de roupas e cobertores deixando do lado de fora mendigos friorentos, dos consultórios médicos que jogam no lixo o juramento de Hipócrates e atendem quem tem trezentos reais para a consulta e deixando morrer à mingua os Messias em seus “currais” urbanos e supermercados fartos de alimentos barrando a entrada de pobres famintos. 

Então é Natal e eu me lembro de uma igreja animada que desejava fazer um presépio ao ar livre mas o local escolhido estava ocupado por uma família de paraguaios que  ali se alojaram com suas quatro crianças e não houve argumentação cristã que os fizesse sair daquele lugar, nem mesmo por uns dias ‘ até depois do Natal’. Era lugar de grande circulação de pessoas e tanto crentes quanto excluídos tirariam dali os resultados a que se propunham, uns atrair fiéis para sua igreja, outros o dinheiro das esmolas para o sustento da família. 

É natal e as casas das pessoas abastadas ficam abestadas com a fartura de comida e bebida com os portões trancados e uma placa na porta indicando uma empresa de segurança. É o medo que a própria riqueza produz, medo da pobreza. Jesus era pobre e a elite romana tinha medo! 

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