O que seria apenas mais um dia de troca de experiências sobre cultura, arte e educação do Programa Cidadania Viva dentro das ações do I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania – “Campão Cultural”, acabou tendo um desfecho diferente para dois jovens indígenas da Aldeia de contexto Urbano Paravá; eles finalizaram a ação com uma oportunidade de emprego.
Os jovens Nel da Silva Fialho e Jonielson Dias, foram selecionados para integrar o grupo de funcionários do Instituto Sarasá, responsável pela restauração da Casa do Artesão de Campo Grande, que é um espaço singular de comercialização do rico artesanato de Mato Grosso do Sul.
“O Cidadania Viva tem como objetivo fazer integração, promover a troca de ideias, de culturas, e é isso que nós estamos fazendo aqui. E o que aconteceu hoje me deixou muito emocionado porque desde o primeiro dia o Toninho, do Instituto Sarasá, estava aqui com a gente na roda de conversa, e ele fez uma coisa incrível, abriu espaço para que dois jovens que estão aqui participando maior de idade, para que possam se empenhar em aprender o ofício de restauração”, ressaltou o secretário-adjunto de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero.
Durante toda a manhã desta sexta-feira (26), os jovens tiveram a oportunidade de conhecer de perto como funciona o processo de restauração, de conhecer o papel importante do restaurador e dos reconhecimentos da profissão.
“Eu agradeço muito essa oportunidade de poder aprender com esses adolescentes e jovens, e esse carinho, essa integração que vocês têm com a terra é o que nós queremos e vamos passar, então esse convite para que esses dois jovens integrem nessa área da conservação e restauração do Instituto Sarasá, com a função de aprendiz de conservação e restauro, é só o primeiro passo.
Pois o que nós queremos é que eles aprendam o ofício para depois levar para a comunidade todos esses conhecimentos. E a partir de agora vocês são aprendizes de uma profissão que é tão importante, que é uma arte”, explicou o arquiteto Toninho Sarasá.
Na ocasião, Toninho destacou também que para o ano de 2022, está preparando uma grande ação para ser realizada com as mulheres indígenas da Paravá. “Vamos doar o material para que essas mulheres possam pintar as suas casas, com base no ofício na restauração, usando técnicas tradicionais de argamassa. E a contrapartida que queremos é apenas deixar as almas dessas mulheres libertas para a criação da arte”, finaliza.
Para o cacique da Aldeia Paravá, Silvio Terena, o momento foi de muita alegria e de agradecimento. “Eu fico feliz por esses dois jovens, por vocês estarem olhando para a nossa comunidade. E esses dois meninos não tem mais mãe, eles são criados pela avó, que inclusive tem acompanhado essas atividades de vocês. E no começo os jovens não queriam participar, mas depois de estarem aqui com vocês, muitos não querem ir para casa, e depois desse resultado de hoje, isso é um incentivo para os outros, nós só temos a agradecer”
Vale ressaltar que o Governo do Estado está com edital aberto para o processo de seleção de jovens entre 16 e 29 anos para atuarem dentro do Programa Cidadania Viva. Os interessados têm até o dia 12 de dezembro para se inscreverem. O programa foi elaborado e será conduzido pela Secretaria Estadual de Cidadania e Cultura (Secic).
Os selecionados iniciam no Cidadania Viva recebendo uma bolsa de R$ 700 (setecentos reais), podendo chegar a R$ 4.200 (quatro mil e duzentos reais), caso consiga se enquadrar dentro dos requisitos para ser coordenador –geral do programa. As outras funções são para monitor social, supervisor e coordenador-regional.
A inscrição deve ser realizada através do site da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (www.sigfundect.ledes.net ).
Acesse aqui o edital do Programa Cidadania Viva.
