Juliel Batista –
Na manhã deste domingo (21), a Feira Central de Dourados foi palco de uma manifestação popular que reuniu moradores, militantes, representantes de movimentos sociais e lideranças locais. O ato, realizado simultaneamente em várias cidades do Brasil, teve como foco o repúdio à PEC da Blindagem, ao projeto de Anistia para golpistas e a defesa da soberania nacional.
Com faixas, panfletos e discursos, os participantes protestaram contra o que chamam de retrocesso político e institucional. A manifestação faz parte de uma mobilização nacional que vem crescendo nas últimas semanas e denuncia tentativas de proteger autoridades e políticos de consequências legais por seus atos.
Contra a PEC da Blindagem
A chamada PEC da Blindagem (Proposta de Emenda à Constituição) tem gerado forte reação da sociedade civil organizada. O texto, que tramita no Congresso Nacional, propõe restringir a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério Público sobre parlamentares e outras autoridades, limitando, por exemplo, buscas e apreensões ou quebras de sigilo sem autorização do Legislativo.
Para os manifestantes, a proposta representa um ataque à Justiça e à democracia, criando um ambiente de impunidade institucionalizada. “Não podemos permitir que políticos fiquem imunes às consequências de seus atos. Justiça tem que valer para todos!”, dizia um dos panfletos distribuídos durante o ato em Dourados.

Contra o projeto de Anistia
Outro ponto central do protesto foi o repúdio ao projeto de anistia a envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em invasões e depredações nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os manifestantes cobram que o Congresso não acolha projetos que anulem condenações ou beneficiem autores de crimes contra a democracia.
“Sem anistia para golpistas! O Congresso precisa parar de servir aos interesses daqueles que atacaram nossa democracia e voltar seus trabalhos para o povo brasileiro”, discursou um dos organizadores do evento, vinculado ao Comitê de Defesa Popular.
Em defesa da soberania nacional
A manifestação também abordou pautas econômicas e geopolíticas, especialmente em relação à recente disputa comercial com os Estados Unidos. Os protestos foram marcados por críticas à ameaça de tarifas adicionais anunciadas por Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA, contra produtos brasileiros como aço e alumínio.
Para os organizadores, esse tipo de ataque externo reforça a necessidade de proteger a soberania nacional, promover a industrialização interna e preservar o controle brasileiro sobre suas riquezas naturais e setores estratégicos.
“O Brasil é nosso e não pode ficar nas mãos de interesses estrangeiros. Precisamos defender nossa riqueza, nossa cultura e o futuro do nosso povo”, diziam os panfletos distribuídos pelos manifestantes.

Mobilização popular
O evento em Dourados foi organizado pelo Comitê de Defesa Popular. Os participantes reforçaram que a luta é pacífica, democrática e permanente.
“Unidos, somos mais fortes para conquistar direitos, justiça social e um Brasil verdadeiramente soberano”, afirmaram os organizadores ao final do ato.
Em várias capitais e cidades do interior, manifestações semelhantes ocorreram ao longo do final de semana, indicando que a pressão popular sobre o Congresso deve continuar nos próximos meses.
