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Dourados: ‘marajás’ e ingerência política provocaram crise na saúde pública

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José Henrique Marques

Desde o mês passado pululam rumores sobre a insatisfação dos homens escalados pelo prefeito Alan Guedes (PP) para gerir a saúde pública de Dourados. As razões são três: a complexidade dos problemas, a baixa remuneração paga ao secretariado e a ingerência desmedida do secretário de Governo Henrique Sartori.

Ontem (11), o rumor se transformou em fato com pedidos de exoneração “em caráter irrevogável” do secretário de Saúde Frederico de Oliveira Weissinger e do diretor-presidente da Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud) Milton Batista Pedreira Junior.

Em reunião tensa, o prefeito conseguiu que Weissinger reconsiderasse sua posição, pelo menos até que a pandemia da covid-19 seja arrefecida em Dourados, e assim, amenizou a crise. Já a decisão de Pedreira Junior era, realmente, “irrevogável”. Foi substituído pelo advogado Jairo José de Lima, já devidamente nomeado no cargo.

A missão do advogado é hercúlea. Assume um órgão eivado de problemas e dívidas até agora não auditadas na casa de dezenas de milhões de Reais, que vem se acumulando desde quando criado na gestão do ex-prefeito Murilo Zauith (DEM).

Jairo José de Lima é de extrema confiança de Alan Guedes. Ele é sócio do pai do prefeito, Eudélio Mendonça, numa banca de advogados.

Entre os médicos do círculo de amizade de Weissinger corre a informação de que ele esperava que o prefeito resolvesse, como prometido, o problema dos baixos salários pagos pela Prefeitura de Dourados aos ocupantes de cargos de confiança. Em Dourados um secretário ganha pouco mais de R$ 9 mil brutos.    

Médico concursado da rede pública municipal, Weissinger está regulado no esquema de plantão e exerce a pediatria à distância, recebendo mais de quatro vezes do ganha como secretário. Ocorre que a chefia da pasta da saúde preconiza dedicação exclusiva.

Por hora, Alan Guedes resolveu apenas o problema salarial dos três secretários cedidos – um da UFGD e dois do Governo do Estado – que irão onerar o caixa da Prefeitura em cerca de R$ 450 mil por ano. À boca pequena são tratados de “marajás” pelo restante do secretariado e já há muita insatisfação entre os jovens empresários e profissionais liberais dos primeiro e segundo escalões.

Além de receber menos do que ganhava para, pelo menos, equacionar os problemas da saúde pública que continuam os mesmos do ano passado, já causando revolta na população, Weissinger tem muitas queixas em relação ao secretário Henrique Sartori que estaria colocando obstáculos políticos na formação da nova equipe na Secretaria de Saúde.

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