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Dourados e ministros, Simone x Reinaldo, Cassação rejeitada e Nome em ascensão

Juca Vinhedo

A FRASE

“O cenário é otimista puxado pelo aumento na produtividade devido às condições climáticas favoráveis e à expansão na área de colheita de grãos, diferente do ano passado. Somos o segundo do país em PIB total e saímos de 4,4% para 5,5% por conta do avanço do agronegócio”. (Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, sobre o crescimento econômico da região Centro-Oeste.)

Uma vez golpista…

O senador Flávio Bolsonaro disse, em entrevista à Folha de São Paulo, na semana passada, o candidato à presidência da República que quiser o apoio de seu pai (Jair Bolsonaro), precisa ter compromisso com a anistia àqueles que tentaram o golpe, em 2023. E mais:  se o STF considerar a anistia inconstitucional, o futuro presidente teria que usar “a força” contra o Supremo. O incrível é a família Bolsonaro ainda tentar convencer os brasileiros de que não teriam nada a ver com a trama golpista em julgamento no STF.

Os três “is”

O ex-presidente Jair Bolsonaro entregou, na última terça-feira (17), durante evento realizado no interior de São Paulo, uma medalha (que ele costuma chamar de “três is”), ao governador Tarcísio de Freitas. Elas seriam referência, segundo o próprio, às expressões “imbrochável”, “incomível” e “imorrível”. Para pessoas que analisam o cenário com bom senso, melhor seria trocar as expressões por outras: “indecente”, “imoral” e “irresponsável”, já que o próprio ex-presidente, tão valente, corajoso e arrogante com as pessoas simples e humildes, “brochou” diante do ministro Alexandre de Moraes.

Podemos se reposiciona

O ex-presidente Jair Bolsonaro mentiu e foi desrespeitoso com réus do 8 de janeiro durante julgamento do golpe. A opinião é da senadora Soraya Tronicke (Podemos-MS), em entrevista à imprensa paulista. Aliados avaliam que a senadora buscou reposicionar o partido (e a si mesma) como guardiões das instituições democráticas, reforçando a ideia de que a retórica do ex-presidente ultrapassou os limites do respeito ao Judiciário. Fontes ligadas à equipe política da parlamentar afirmam que houve preocupação em mostrar um recuo do Podemos em relação ao bolsonarismo estridente, apostando num discurso mais alinhado ao decoro institucional.

Risco de desgaste entre

Ainda que o tom contundente tenha agradado boa parte da ala moderada do partido, assessores de Soraya admitiram internamente que a postura pode tensionar bases eleitorais mais conservadoras no Mato Grosso do Sul. Sabendo disso, houve orientação para calibrar o discurso nas próximas aparições, com o uso de palavras mais cautelosas ao tratar de Bolsonaro, evitando assim desgastar alianças regionais que ainda mantêm simpatia pelo ex-presidente.

Apoio do agro

Nos bastidores do agronegócio, a senadora Tereza Cristina (PP‑MS) ressurgiu como uma das principais candidatas a compor uma chapa presidencial de centro‑direita para 2026. Lideranças como a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e entidades estaduais de Mato Grosso do Sul como a Famasul e a Acrissul, defendem abertamente sua indicação: “Tereza Cristina reúne todas as credenciais de uma legítima representante do setor agropecuário”, afirmou Guilherme Bumlai, da Acrissul.

Centrão e Direita Moderada

Depois de se destacar como relatora do projeto de reciprocidade comercial com os EUA (PL 2088/2023), Tereza recupera prestígio no cenário nacional e é vista como elo entre o agro, o centrão e a direita moderada. Internamente, acredita‑se que sua experiência em Brasília e a articulação técnica podem trazer equilíbrio à chapa de centro-direita, sobretudo se o nome escolhido pelo PL ou Republicanos não consiga agregar apoios de forma tão eficaz.

Simone x Reinaldo

A articulação de uma federação entre MDB, Republicanos e PSDB ganha força em Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma possível dobradinha ao Senado: a ministra Simone Tebet e o ex-governador Reinaldo Azambuja poderiam disputar, juntos, a vaga de senador. Seria uma aliança incomum, pois Simone contaria com o aval do presidente Lula, enquanto Reinaldo teria o apoio de Jair Bolsonaro.

Instinto de preservação

A provável federação que uniria MDB, Republicanos e PSDB está sendo ajustada nos bastidores com olhares voltados para preservar os dois maiores partidos como forças políticas de peso já consolidadas. Se concretizada, a estratégia pode desmontar candidaturas isoladas de senadores como Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), que já sondam apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB).

Água para as aldeias

Está marcada para a próxima segunda-feira (23), a cerimônia de entrega de dois caminhões-pipa destinados ao abastecimento emergencial das aldeias Bororó e Jaguapiru, na Reserva Indígena de Dourados. A ação, articulada pelo deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) em conjunto com o governo estadual, visa complementar o trabalho da Defesa Civil e do DSEI-MS, que hoje fornece cerca de 32 mil litros de água tratada por dia.

Solução emergencial

A entrega de dois caminhões para a Reserva Indígena de Dourados integra uma estratégia de curto prazo, articulada por com apoio de emenda parlamentar do deputado Geraldo Resende, de R$ 750 mil, somando R$ 1,5 milhão com recursos do Estado. Seguramente, esse é apenas um paliativo até a implantação de projeto definitivo, que vai custar cerca de R$ 53 milhões, oriundos do governo federaL. Os caminhões-pipa são solução emergencial, mas possibilitam continuidade da luta pela implantação da rede de abastecimento para toda a Reserva Indígena.

Cassação rejeitada

Em sessão na semana passada, a Câmara Municipal de Dourados rejeitou o pedido de abertura de processo de cassação da vereadora Isa Marcondes (Republicanos) por 13 votos contrários e 6 favoráveis. O caso surgiu após denúncia feita pelo médico Flávio Jardim Gomes, que acusava Isa de supostas quebras de decoro parlamentar, incluindo calúnia, difamação, injúria, ameaça, abuso de autoridade e exposição indevida. Isa rebateu as acusações em seu discurso, dizendo que suas ações de fiscalização “são feitas dentro da lei” e visam evitar maus-tratos à população.

Fôlego recuperado

Com o pedido arquivado, a vereadora mais votada em 2024 em Dourados recupera fôlego político e a oportunidade de reforçar sua imagem de combativa defensora da população. Nos bastidores da Câmara, sua defesa foi apontada como cenário “para tocar com mais firmeza as ações de fiscalização em relação à saúde pública” e mudar a narrativa em torno do mandato. Por sua vez, o processo segue à espera de decisão no Conselho de Ética da Casa, o que mantém o tema em aberto.

Mandato surpreendente

Mesmo em seu primeiro mandato, o vereador Franklin Schmalz (PT) tem chamado atenção dentro e fora da Câmara de Dourados. Sua atuação equilibrada – porém firme em defesa da juventude, dos trabalhadores e de minorias – vem rendendo elogios até mesmo de adversários políticos. Na tribuna, seu tom moderado e argumentativo tem se destacado, especialmente por vir da bancada de oposição ao prefeito Marçal Filho. Franklin tem evitado ataques vazios e apostado no debate técnico e social, o que o posiciona como uma grata surpresa no cenário político local.

Nome em ascensão

Entre interlocutores da política local, o nome de Franklin Schmalz já começa a ser citado como uma promessa eleitoral de fôlego. Jovem, combativo na medida certa e com forte ligação com os movimentos sociais, o petista desponta como possível nome para disputar espaços maiores no futuro.  O estilo ponderado, mas propositivo, tem rendido dividendos políticos e pode colocá-lo no radar das eleições do ano que vem.

Dourados na rota

Dourados deverá se tornar, nos próximos meses, palco de uma série de visitas ministeriais do governo federal. Além de Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos, que deve assinar a ordem de serviço para o novo terminal do Aeroporto Regional, também poderão desembarcar na cidade André Fufuca (Esporte), Alexandre Padilha (Saúde) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas). A movimentação reflete o peso político da cidade no cenário nacional e a articulação de lideranças locais junto ao Planalto.

Pauta indígena

As agendas ministeriais que se desenham para Dourados têm um foco claro: a pauta indígena. André Fufuca poderá anunciar a revitalização total da Vila Olímpica Indígena, enquanto Alexandre Padilha deve vir para lançar a implantação do SAMU Indígena e a construção de duas novas UBS nas aldeias Jaguapiru e Bororó. Já a ministra Sonia Guajajara, que tem acompanhado de perto essas ações, deve novamente marcar presença, consolidando Dourados como vitrine nacional das políticas voltadas aos povos originários.

BASTIDORES DO PODER

A garrafa e o legado da CAND

Num dia de sol, em 21 de janeiro de 1944, um grupo de pioneiros liderados pelo agrônomo Jorge Coutinho Aguirre reuniu-se num trecho próximo à Vila São Pedro para marcar o início da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND) com um ato simbólico: cravaram uma cruz de aroeira, denominada “Cruzeiro”, e enterraram, aos seus pés, uma garrafa contendo documentos originais, termos de posse, cartas dos primeiros colonos e memórias daquela data.

O compromisso foi solene: a cápsula só deveria ser desenterrada cinco décadas depois, quando, em cerimônia oficial, os legatários da CAND desceram ao local, abriram o frasco e resgataram parte constituinte da identidade de Dourados – um verdadeiro ritual de iniciação de um povo que viria a construir grande parte da região.

Hoje, parte desses documentos está preservada no Museu da CAND, instalado entre Vila São Pedro e Indápolis, perto do Cruzeiro tombado em 1987. Num ritual repetido, as novas gerações depositam redações escolares no lugar da garrafa, agora mantendo o relicário vivo num baú, celebrando o passado e projetando o futuro.

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