O dólar encerrou a quarta-feira (6) com valorização de 0,63%, a R$ 5,423, favorecido por um aumento na aversão de riscos ao redor do mundo conforme as apostas em uma recessão econômica generalizada ganham força entre os investidores, incentivando a migração para ativos considerados mais seguros. Esse foi maior o valor desde 27 de janeiro (R$ 5,424).
A moeda, porém, reduziu parte dos ganhos, ante uma máxima de R$ 5,462, após a divulgação da ata do Federal Reserve.
Já o Ibovespa teve alta de 0,43%, aos 98.718,98 pontos, revertendo a queda durante a maior parte da sessão e seguindo um movimento de recuperação nas bolsas dos Estados Unidos. Entretanto, os ganhos foram contidos pela queda nas ações ligadas ao petróleo, que seguem o recuo nos preços do barril. No dia, a commodity caiu aproximadamente 1%.
O foco do mercado nesta sessão foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, referente à última reunião de juros. Nela, o banco central dos Estados Unidos subiu os juros em 0,75 ponto percentual pela primeira vez desde 1994 para combater a inflação.
O texto sinalizou que a próxima reunião deve ter uma alta de 0,5 p.p. ou 0,75 p.p., dependendo dos dados inflacionários, mas o tom foi lido como menos agressivo que o esperado pelo mercado, reduzindo em parte o pessimismo global, já que não menciona um risco de recessão no país.
Ao mesmo tempo, o anúncio de novos lockdowns na China para combater um novo surto de Covid-19 reforça a aversão a riscos. O movimento deve desacelerar a economia chinesa, por isso, também repercute pelos mercados.
Já no âmbito doméstico, o mercado seguiu atento à tramitação da PEC dos Benefícios, aprovada no Senado e que agora é analisada na Câmara. O texto criou um risco fiscal, já que tem gastos estimados em cerca de R$ 41 bilhões e prevê decretar um estado de emergência para justificar despesas fora do teto e ampliar benefícios sociais.
A medida não foi bem recebida por investidores, e leva a uma retirada de investimentos devido à possibilidade de descontrole de gastos.
(CNN)