José Henrique Marques –
Cerca de cinco anos atrás, Creuzimar Barbosa tornou-se cadeirante com o agravamento de problema na coluna cervical, contra o qual lutava havia anos. Não esmoreceu e seguiu em frente, tocando a vida.
Em 2020, incentivado pelo vice-governador Murilo Zauith elegeu-se vereador pelo DEM – partido de ambos. Assim como Murilo, no início deste ano Creuzimar contraiu a covid-19. Depois de meses internados, sobreviveram, mas com sequelas. O vice, se recupera bem, mas o vereador, devido aos meses acamado contraiu escaras – feridas na pele de difícil cicatrização -, que surgem em quem fica muito tempo deitado.
A condição de cadeirante dificulta ainda mais a cura. O vereador já foi submetido a uma cirurgia e precisa de outra, reparadora, com urgência para voltar, pelo menos, a ficar sentado.
Com feridas expostas e desconforto participa deitado, online, em cama de sua casa, de sessões da Câmara Municipal. Nessas condições seria razoável que Creuzimar se afastasse da vereança até a cicatrização das escaras. Entre vereadores, da oposição e da base de apoio de Alan Guedes (PP), é sabido que o problema está no suplente: Pedro Pepa, um dos vereadores defenestrados da Câmara para que o atual prefeito emergisse de coadjuvante à presidência do Legislativo e dali à Prefeitura.
Creuzimar estaria sendo, mais uma vez, coagido a não se licenciar por mais de 30 dias para que Pepa não assuma.
Ao contrário de Creuzimar, Pepa se posicionaria na oposição propositiva a Alan Guedes, a exemplo dos demais membros da bancada do DEM: Juscelino Cabral, Marcio Pudim e Diogo Castilho que, afastado, está sendo substituído por Edson de Souza. Os Democratas foram vencidos pelo atual prefeito que derrotou o deputado estadual Barbosinha.
Nesse ínterim, chama a atenção a renúncia de Creuzimar (por problemas de saúde) à relatoria da comissão processante que apura suposta quebra de decoro de Diogo Castilho (DEM) – mas não do mandato.
Agora, provocado, o Ministério Público quer saber se a Câmara Municipal arcou com os custos integrais da remuneração de Creuzimar Barbosa durante período em que esteve de licença médica.
Nesse contexto, Mahatma Gandhi vaticinou há muito tempo que “política sem princípios” colabora na “destruição da humanidade”.
