Bruna Villarinho vive, há quase um ano, um tipo de luto que não tem fim, marcado não só pela dor da perda, mas também pela incerteza de que um dia iria ver o responsável pela tragédia sendo levado à Justiça.
Em entrevista exibida neste domingo (25) pelo Fantástico, da Globo, ela falou pela primeira vez sobre o drama que fez sua vida mudar drasticamente.
O que aconteceu?
No dia 13 de julho de 2024, menos de um dia após oficializar a união com o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, de 42 anos, o casal decidiu caminhar até a praia após a comemoração no sítio onde estavam hospedados, na Ilha de Guaratiba, Zona Oeste do Rio. A noite tranquila terminou de forma brutal: Fábio foi atropelado por uma BMW em alta velocidade na Avenida Lúcio Costa. Ele morreu na hora.
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Após a tragédia, o responsável pelo crime deixou o local sem prestar qualquer tipo de assistência e desapareceu por quase dez meses. Apenas na última segunda-feira (19) decidiu se entregar às autoridades. Durante esse longo silêncio, Bruna Villarinho se manteve firme com a única coisa que lhe restava: a fé de que, um dia, haveria justiça.
Desabafo da viúva
“A gente vai tentando levar, a gente vai tentando recomeçar todos os dias, todo dia que o despertador toca, a gente vai respirando fundo, fazendo uma oração para poder levantar e ser mais um dia na esperança de continuar e assim, de dar tudo certo e de alguma coisa acontecer”, desabafou ela, emocionada.
As análises técnicas feitas pela polícia revelaram que Vitor trafegava a 109 km/h no instante do impacto, velocidade bem acima do limite permitido para a via, que é de 70 km/h. Registros apontam ainda que, pouco antes, ele teria acelerado até 160 km/h. Com base em imagens e testemunhos, os investigadores concluíram que ele assumiu o risco de matar. O caso foi enquadrado como homicídio com dolo eventual, além das acusações por omissão de socorro e fuga.
Embora tenha saído ilesa fisicamente, Bruna descreve a profundidade da dor que carrega. “Eu não tive nenhum arranhão, mas a minha alma por dentro estava dilacerada, como ainda continua”, contou. O momento do atropelamento foi captado por celulares das quatro mulheres que estavam no carro junto com Vitor. Nenhuma delas prestou socorro à vítima, e todas foram indiciadas por omissão.
Amanda Camargo, que à época era namorada do famoso, justificou através de sua defesa que não acionou o resgate por acreditar que outros já tivessem feito isso. O advogado de Vitor, por sua vez, afirma que ele se arrepende de não ter ajudado. “Foi um acidente, ele sabe que ele causou o acidente, mas ele não se sente responsável pela morte, porque realmente ele não conseguiu ter a visão do casal, porque tinha uma moto na frente e tinha um táxi. Na frente foi tudo muito rápido. Então ele não teve tempo de frenagem”, declarou Gabriel Habib.
O delegado Alan Luxardo, que conduziu a prisão, relatou que Vitor se apresentou de maneira calma, mas revelou dúvidas ao tomar a decisão. “Foi convencido a se entregar. Só que, em determinado momento, ele mostrou uma hesitação e até me perguntou ‘eu fiz certo em me entregar?’, eu falei: ‘óbvio que sim, porque era a única alternativa que você tinha. Você já estava preso sem estar preso'”, detalhou.
Com o acusado agora sob custódia, Bruna encara um novo ciclo no processo de luto. A dor da ausência permanece, mas há uma sensação de que algo começa, enfim, a se mover. “Agora eu sei e tenho a certeza que as coisas vão continuar e a Justiça vai fazer a parte dela”, disse ela.
Mesmo com a vida interrompida de forma tão cruel, Bruna guarda com intensidade o vínculo que construiu com Fábio, vínculo esse que, segundo ela, não será apagado pelo tempo. “Ele está muito vivo em mim, acho que a gente formou a nossa família, independente se a nossa família acabou minutos depois ou horas depois do casamento, a nossa família estava ali formada e o nosso laço vai ser eterno”, finalizou.
(Informações Terra)