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Denúncia de Geraldo Resende leva MP a cobrar uso de ambulâncias do Samu em Campo Grande

Situação aponta desperdício de recursos, prejuízo à população e enfraquecimento do SUS

“As ambulâncias foram conquistadas para salvar vidas, não para ficar paradas em pátio público. Meu papel é cobrar até que elas estejam nas ruas, a serviço da população”, afirma Geraldo Resende.

A representação apresentada pelo deputado federal Geraldo Resende (PSDB-MS) ao Ministério Público Federal (MPF/MS) fez com que o MPF e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) emitissem recomendação à prefeita Adriane Lopes, cobrando da Prefeitura de Campo Grande um plano de ação urgente para colocar em funcionamento seis ambulâncias novas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que seguem paradas no pátio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Os veículos foram doados pelo Ministério da Saúde, por meio do PAC-Saúde, após articulação do parlamentar em Brasília, e fazem parte de um pacote de investimentos conquistados por ele para fortalecer o SUS e ampliar a estrutura de urgência e emergência em Campo Grande.

A medida dos órgãos de controle integra um Procedimento Preparatório instaurado pelo MPF para apurar a possível inércia da Sesau em ativar parte dos veículos destinados ao atendimento de urgência. No total, a Capital recebeu doze ambulâncias entre dezembro de 2024 e abril de 2025. Seis já foram incorporadas ao serviço, enquanto outras seis continuam sem uso, situação que, segundo o Ministério Público, compromete a política pública de urgência e emergência e pode até resultar em Tomada de Contas Especial, caso se configure dano ao erário.

Na representação feita em junho deste ano, Geraldo Resende pediu a apuração e responsabilização da Prefeitura de Campo Grande pela omissão no uso das ambulâncias, avaliadas em mais de R$ 4 milhões, recursos federais investidos para melhorar o atendimento de urgência à população da Capital.

O deputado lembra que as ambulâncias foram conquistadas justamente para reduzir o tempo de resposta nas ocorrências e ampliar a presença do SUS nos bairros. “Não é aceitável que veículos novos fiquem parados enquanto famílias esperam por socorro. Quando a cidade deixa de usar uma estrutura que já está disponível, quem perde é a população e quem paga a conta é o contribuinte”, afirma.

O parlamentar também chama atenção para o desperdício de recursos e para o impacto direto na vida das pessoas, já que, mesmo com ambulâncias novas e próprias à disposição, o Município mantém contrato com a empresa A&G Serviços Médicos Ltda, de Minas Gerais, para locação de viaturas, ao custo estimado de quase R$ 2 milhões por ano.

Para Geraldo Resende, a situação expõe uma escolha que vai na contramão da defesa do sistema público de saúde: “Lutamos para que Campo Grande tivesse uma frota própria, mais forte e mais preparada. Em vez de priorizar o que foi conquistado para a rede pública, a Prefeitura insiste em pagar aluguel. Essa não é a melhor decisão para quem quer um SUS mais eficiente e transparente.”

As ambulâncias doadas tinham justamente o objetivo de ampliar as equipes do Samu e renovar a frota, garantindo mais agilidade nas ocorrências e segurança para usuários e servidores. Essa expansão, porém, não avançou por falta de profissionais, infraestrutura e recursos financeiros, o que mantém metade dos veículos novos parada.

Com a recomendação emitida nesta semana, MPF e MPMS determinam que a Prefeitura apresente um plano concreto, com prazos definidos, para pôr fim à ociosidade das seis ambulâncias e assegurar que o investimento federal cumpra sua finalidade de reforçar o atendimento de urgência em Campo Grande.

Geraldo Resende afirma que seguirá acompanhando o caso de perto: “Meu compromisso é com a população e com o bom uso do dinheiro público. Vou continuar cobrando até ver essas ambulâncias nas ruas, atendendo quem mais precisa e ajudando a salvar vidas.”

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