Pesquisa Datafolha mostra que 69% dos brasileiros acreditam que 2026 será melhor que 2025 no âmbito pessoal. Otimismo também é crescente em relação à situação do país, que cresceu 13 pontos
Por: Plinio Teodoro, na Revista Fórum –
O efeito Lula na economia, com inflação controlada, que freou a alta de preços nos supermercados, e a situação de pleno emprego – com índice de desemprego de 5,4%, o menor da série histórica, iniciada em 2012, do IBGE -, provocou uma onda de otimismo com o próximo ano que atingiu até mesmo os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
Pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (28), mostra que 69% dos brasileiros estão otimistas e acreditam que, no âmbito pessoal, 2026 será melhor que 2025 – 16% dizem que será igual, 11% pior e 3% não sabem. O índice de otimismo cresceu 9 pontos em relação ao ano anterior, quando 60% diziam que o ano atual seria melhor que o anterior, 21% igual, 16% pior e 2% não sabiam.
Em relação à situação atual do país o crescimento foi ainda maior e avaliação de que “2026 será um ano melhor para os brasileiros em geral” passou de 47% no fim de 2025 para atuais 60%.
No recorte, as mulheres (75%) se mostram mais otimistas que os homens (65%). Com índice de 74%, os mais pobres, com renda de até 2 salários mínimos, se mostram mais otimistas que a classe média (5 a 10 salários mínimos) e a classe alta (acima de 10 salários mínimos), que registraram percentual de 61%. Na classe média baixa, com renda 2 a 5 salários mínimos, 68% estão mais otimistas.
O Datafolha mostra ainda que até mesmo os eleitores que declaram votos em Bolsonaro em 2022 estão mais otimistas. Segundo a pesquisa, 61% deles acreditam que o ano eleitoral de 2026 será melhor que 2025. Entre os que declararam voto em Lula, o índice chega a 78%.
Ouvindo economistas, o próprio jornal da família Frias, declaradamente anti Lula, teve que admitir que “o otimismo sentido pela população é reflexo do bom desempenho de alguns dos principais indicadores da economia brasileira em 2025”.
“[2025] Foi um ano em que os preços dos alimentos se comportaram bem. Com menores taxas de desemprego e com a inflação de alimentos tão baixa, é natural que as pessoas estejam se sentindo bem. E a situação, de fato, está boa”, disse Samuel Pessôa, pesquisador do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) e colunista do jornal.
No entanto, a família Frias faz questão de colocar um “mas” – mesmo com o “mercado”, por meio da pesquisa Focus do Banco Central, errando todas as previsões, mais pessimistas, sobre a economia em 2025.
“Para Pessôa, 2026 não será um ano ruim para a economia, mas será mais difícil do que 2025”, diz o jornal, tentando minimizar as aspas do próprio colunista.
“A economia vai desacelerar. É possível que a taxa de desemprego se eleve um pouco, mas o comportamento médio da economia brasileira ainda vai ser de um mercado de trabalho forte e uma inflação contida. Os ganhos de salário que ocorreram nos primeiros anos do terceiro mandato do presidente Lula, que foram ganhos de salários expressivos, não serão diluídos”, destacou a Folha sobre a análise do economista, buscando se alinhar com a torcida da família Frias e da mídia liberal.
Neste sábado (27), Lula fez um fio na rede X lembrando os principais feitos do governo no ano. “2025 contado em imagens que falam por si: trabalho, momentos e conquistas que marcaram o Brasil”, escreveu o presidente.
Na lista estão a ampliação do diálogo com o mundo por meio de uma diplomacia soberana, os encontros multilaterais – como o dos BRICS – protagonizados pelo Brasil, o fortalecimento de políticas públicas especialmente na saúde e educação e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, uma das principais bandeiras que será levada para a campanha à reeleição em 2026.

