Início Cultura Crônica do escritor Elairton Gehlen: ‘De que me serve um dia para...

Crônica do escritor Elairton Gehlen: ‘De que me serve um dia para poeta?’

Elairton Gehlen – escritor 

Hoje é o dia do poeta! Digo hoje porque escrevo estas mal traçadas linhas sempre um dia antes delas serem publicadas, então quando eventualmente uma informação com data mais rigorosa como esta parecer estar atrasada é o caso de o escritor intencionalmente esperar o fim do dia para mandar o texto para o jornal com a certeza da publicação somente na manhã seguinte. 

O poeta deve ser homenageado e eu o faço porque nesse rol de escrevinhadores também me enquadro já que arrisco algumas rimas em versos e prosa onde o sentimento sempre está acima da razão, se é que haja alguma razão para as coisas do coração. Sem nenhuma razão aparente, em 1993 publiquei em livro meus primeiros versos, foi um atrevimento sem tamanho! O poeta que escrevia versos desde há muitos anos, de repente publica-os junto com outros autores e não se contém de contentamento. É um pensar sem pensar de um viver que não contém a vida, mas a compreende tão profundamente que já não é capaz de vive-la, somente a sente suspensa no ar até que o chamado da vida, real? faz tombar o sonho e descontruir a poesia!  

E tem poeta na Academia? tem sim senhor e senhora também! Se fosse citar os nomes a lista seria muito grande e certamente ficaria alguém de fora, justamente aquele que mais precisa de publicidade. Não posso fazer a lista, nem desejo massagear o ego de quem quer que seja que poeta não precisa disso. Quer fazer um elogio? Deixe o poeta declamar! Nem precisa bater palmas, apenas ouça, a poesia declamada já é o seu próprio elogio. Poesia de rima forçada não é poesia. Também não adianta cobrar da gramática que exija do poeta o rigor, não, a poesia tem licença, isso mesmo, licença poética é a permissão para a poesia burlar a gramática! Assim também a poesia burla o entendimento tecnológico e faz troça com o economicismo. Não, ninguém pode com a poesia, ela é revolucionária por natureza! 

Precisa ser culto? Ah precisa! A poesia abriga a essência da cultura porque ela não pode ser fabricada em linha de montagem e nem arrancada do chão com a força bruta. A poesia vem do mais interior do conhecimento onde se protege dos ataques da racionalidade. A poesia é a cultura e o poeta é o portador dos sentimentos mais humanos que a natureza foi capaz de produzir. Viva a poesia! E salve o poeta! 

Sair da versão mobile