Redação –
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (17), os delegados Lucas Albé e Adilson Stiguivitis Lima detalharam os desdobramentos do homicídio do padre Alexsandro da Silva Lima, de 44 anos, ocorrido na noite de sexta-feira (14) em Dourados. Segundo eles, as investigações indicam que o crime foi motivado por roubo e não possui caráter passional ou sexual, apesar das alegações feitas pelo autor durante o interrogatório.
O principal suspeito, Leanderson de Oliveira Júnior, 18 anos, confessou ter matado o padre com uma marreta e posteriormente com uma faca. Eles afirmaram que o crime teria sido motivado por um suposto abuso sexual, mas, segundo os delegados, não há indícios que confirmem a versão do suspeito. “Até o momento, não existe qualquer prova de que tenha havido envolvimento anterior ou ataque do padre. Acreditamos que o autor atacou de forma sorrateira, como uma emboscada, para dominar a vítima”, explicou Albé.
O delegado reforçou que o crime foi premeditado. Leanderson planejou roubar o Jeep Renegade do padre, avaliando vender o veículo no Paraguai por cerca de R$ 40 mil, além de subtrair celulares e objetos da residência. “Essa premeditação em relação ao carro, ao celular e aos objetos afasta a hipótese de crime passional. O objetivo era a subtração de bens”, disse Albé.
Participação de terceiros
A investigação aponta que duas adolescentes colaboraram em etapas posteriores ao crime, recolhendo objetos da casa e ajudando na limpeza de portas e móveis. O corpo do padre foi enrolado em um tapete, colocado no porta-malas do veículo e abandonado na Rua José Feliciano de Paiva, conhecida como Zé Tereré. Em seguida, o grupo circulou pela cidade, inclusive indo a um mercado, até ser localizado pela polícia em posse do veículo.
Desaparecimento e localização do veículo
O desaparecimento do padre foi percebido pelos familiares, que encontraram o celular do religioso em um terreno baldio próximo ao IFMS. O filho da mulher que achou o aparelho relatou ter visto o Jeep Renegade circulando pela região, coincidindo com o veículo do padre.
Investigação e perícia
O delegado Albé destacou que todos os telefones e objetos recolhidos passarão por perícia, para confrontar as informações prestadas pelo suspeito e confirmar a premeditação do crime. “O caso é tratado como roubo seguido de morte, latrocínio, porque os autores confessaram planejamento e premeditação”, afirmou.
Segundo o delegado, o rápido esclarecimento do caso se deve ao trabalho intenso da equipe policial, que realizou diligências desde o início, levantando informações, coletando depoimentos e localizando o veículo.
Antecedentes
Leanderson possui antecedentes policiais, enquanto as duas adolescentes envolvidas não têm registros criminais. Todos os suspeitos são de Dourados.


