Por José Tibiriçá Martins Ferreira – advogado, produtor rural e um dos fundadores-proprietário do clube 05 de maio de Dourados –
Há quase 40 anos um grupo de empregados e empregadas da Telecomunicações de Mato Grosso do Sul S/A – TELEMS, Alda Maria Fernandes Saldanha, Cláudio Garcia, William de Campos Pinto, Antonio Alves da Cunha, Cícero Ramos Peralta, Anadir Rute dos Santos, Edivaldo da Silva (pelé), José Tibiriçá Martins Ferreira, liderados pelo eng. Mário Bernardo Guimarães (in memoriam), mentor da idealização do clube, reuniram-se no segundo andar da empresa e fundaram o Clube Cinco de Maio de Dourados.
Anadir foi escolhida para lavrar a ata de fundação, eu encarregado para elaborar o estatuto, Carmelita Fanfa Ribas na máquina de escrever preencheu o formulário de requerimento do CNPJ. Com o processo pronto, publicamos no diário oficial para tornar-se personalidade jurídica.
O primeiro presidente do clube, aclamado pelos presentes foi o empregado Cícero Ramos Peralta.
Precisávamos de um local para recreação, foi formada uma comissão que foi até o prefeito de Dourados, Luiz Antonio Álvares Machado. Nos recebeu, ainda deu-nos a liberdade de escolher uma área localizada no bairro Parque Alvorada. O pedido de doação foi encaminhado pelo executivo à Câmara Municipal para análise da comissão de justiça com a finalidade de verificar sua viabilidade. Os três dos vereadores de oposição ao prefeito, pertenciam à comissão: Albino Mendes, Áureo Garcia Ribeiro e Neri Azambuja, infelizmente deram parecer contrário à doação.
Na gestão do prefeito Antonio Genelhu Braz Melo tivemos mais sorte, foi aprovada a doação por unanimidade ao clube de uma área de 10.000 m2. (dez mil metros quadrados), próximo ao bairro Izidro Pedroso. A diretoria do clube 05 de maio de Campo Grande se posicionou contra, houve retaliação ao nosso grupo porque com a criação do clube aqui em Dourados, ia perder nossas contribuições de sócio, mas fizemos à sua revelia.
Com a colaboração de muitos empregados e o apoio do gerente regional Roberto Adão de Moraes e de Carlos Eduardo Mendes, construímos o clube. Ali foi um local muito frequentado pelos empregados e empregadas com os familiares nas festas de um modo geral, sendo o forte nas festas juninas.
Veio a privatização da Telems pelo pacote do FHC, no dia 29 de julho de 1998, começaram assim as demissões e transferências dos empregados para outras localidades. A vida mudou para todos nós e para o clube, fui demitido da empresa no dia 16/06/1999 depois de 23 anos de trabalho, como a maioria que era sócia. Os valores de contribuição eram descontados em folha de pagamento mensalmente, uma fonte de sustentação muito boa. O quadro de empregados diminuiu radicalmente com o passar dos anos, o clube para sobreviver ampliou suas atividades com aluguel das dependências para eventos sociais.
A partir da pandemia as dificuldades por causa das proibições de aglomerações aumentaram ainda mais, hoje está sobrevivendo graças ao altruísmo de sua diretoria, de alguns trocados de aluguel recebidos de peladas de terceiros no campo de futebol.
O clube ainda pertence a seus ex-empregados e empregadas que ajudaram na construção.
Vamos nos preparar para a comemoração do seu 40o. aniversário no ano que vem. Apesar dos problemas enfrentados pelo clube não desanimemos, dias melhores.
Hoje também comemoramos o dia das comunicações, data que inspirou a fundação do clube.
