01/09/2018 11h01
Por: Folha de Dourados
Uma ação de formação sindical será realizada nesta segunda-feira, dia 03 de setembro, às 19h, no Bloco G da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, em Dourados. O tema deste encontro será “a crise do financiamento das universidades estaduais paulistas”, o que reflete um problema geral enfrentado no Brasil.
O formador será Wagner de Melo Romão, professor do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (IFCH – Unicamp). Atualmente, ele também preside a Associação dos Docentes da Unicamp (ADunicamp). A realização do evento é da ADuems (Seção Sindical dos Docentes da UEMS).
De acordo com o cientista político a crise financeira nas instituições de ensino superior é um processo típico em todo o país, tanto nas federais quanto nas estaduais. Ele lembra que de 95 a 2016, por exemplo, as universidades de São Paulo praticamente dobraram de tamanho, mas o padrão de financiamento continuou o mesmo, 9,97% do ICMS para a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e já citada Unicamp.
Romão afirma que é esse percentual que sustenta as universidades e que ao longo dos últimos 10, 15 anos tem sido diminuído por três fatores. O primeiro porque a expansão não correspondeu o aumento no financiamento, na parcela do ICMS. O segundo aspecto, que atinge todos os estados, são as desonerações fiscais, ou seja, os descontos nos valores totais arrecadados. Ele mostra que de janeiro a julho de 2018, menos R$ 200 milhões deixaram de vir para as universidades públicas paulistas devido a isso.
O terceiro ponto é referente à questão previdenciária. Em 2007, o governo de SP disse que arcaria com o déficit previdenciário e, no entanto, o que ocorre é que as universidades estão arcando com esta carência. “São problemas semelhantes de uma forma geral”, diz ele. Romão afirma ainda que será um prazer dialogar e conhecer um pouco mais da realidade de MS.
O membro da diretoria da Aduems, Esmael Machado, relata que de 2015 para cá, a UEMS não tem tido a destinação que acompanha sua ampliação. Ele explica que naquele ano foram R$ 185 milhões, prevendo que em 2019 serão R$ 197 milhões. “Um crescimento, mas sem condizer com nossa expansão, com novos cursos, como o de medicina, contração de professores, que não é uma necessidade de hoje, mas que vem de anos. Isso asfixia a universidade, não temos dinheiro suficiente”, finaliza.
