Redação –
Às vésperas das eleições do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que acontecem nos dias 26 e 27 de novembro, a Chapa 2 – Pluralidade e Construção apresentou suas propostas e diagnósticos sobre a atual situação do movimento estudantil na universidade. Em entrevista, Adrian de Paula, estudante de Ciências Sociais e um dos integrantes da chapa, detalhou os motivos que motivaram a formação do grupo e suas principais pautas. A chapa disputa a eleição contra a “Caminho da Luta”.
Segundo Adrian, a criação da Chapa 2 nasceu da insatisfação com o que ele considera um enfraquecimento do DCE atual.
“Historicamente, o DCE da UFGD sempre foi um dos DCEs mais participativos… era reconhecido nacionalmente por sempre se posicionar, sempre estar com o movimento estudantil mobilizado. Hoje nós temos um DCE morno, frio, que não conseguiu mobilizar os acadêmicos e todo o corpo estudantil”, critica.
“Hoje nós temos um DCE morno, frio, que não conseguiu mobilizar os acadêmicos e todo o corpo estudantil”
Ele afirma que as promessas não cumpridas e a falta de ações concretas contribuíram para um distanciamento entre o DCE e a comunidade universitária. “Hoje a gente se encontra num estado de muitas promessas, de muitas falas e pouca ação”, disse.
Reconstruir o movimento estudantil
Adrian explica que a principal bandeira da Chapa 2 é a retomada da força do movimento estudantil na UFGD, que segundo ele perdeu representatividade: “A gente vem nessa ideia de resgatar o movimento estudantil, de reanimar… A gente sente que o DCE atual se perdeu no processo e não está conseguindo fazer esse vínculo dos estudantes com a instituição.”
Para ele, a falta de articulação do diretório tem consequências diretas para a comunidade acadêmica: “A gente vê um DCE atuando isolado… um DCE isolado não consegue organizar os centros acadêmicos, não consegue mobilizar os estudantes para chamar atenção para os problemas da universidade, como a falta de estrutura.”
“A gente vê um DCE atuando isolado… um DCE isolado não consegue organizar os centros acadêmicos …”
Adrian menciona ainda que denúncias de assédio têm sido relatadas por alunos sem resposta adequada do diretório: “A gente vê vários relatos de assédio dentro da universidade e pouco se fez por parte do DCE atual.”
Pauta de diversidade e permanência estudantil
Outro ponto central apresentado pela chapa é o compromisso com a pluralidade da comunidade acadêmica da UFGD. “Hoje a gente tem um corpo estudantil muito plural, muito diverso. Temos pessoas indígenas, quilombolas, quem trabalha, mães, pessoas reingressando… precisamos respeitar cada uma delas e trabalhar para que essas pessoas permaneçam na universidade.”
Para Adrian, antes de priorizar pautas externas, é preciso olhar para as condições internas dos estudantes: “Se a gente ficar trazendo pautas de fora da universidade sem cuidar da gente antes, sem resolver nossos problemas, a gente não vai caminhar para lugar nenhum.”
“Se a gente ficar trazendo pautas de fora da universidade sem cuidar da gente antes, sem resolver nossos problemas, a gente não vai caminhar para lugar nenhum.”
Propostas com “pé no chão”
A Chapa 2 afirma que não pretende fazer promessas irreais: “A gente não está prometendo coisas mirabolantes… a gente quer trabalhar com a realidade, com o pé no chão, e que os estudantes consigam, a partir de resolver pequenos problemas estruturais, avançar aos poucos.”
Adrian reforça que o grupo está aberto ao diálogo e preparado para reorganizar o movimento estudantil: “A Chapa 2 está aí preparada para dialogar com os estudantes, reorganizar o movimento e continuar a caminhada.”
“A Chapa 2 está aí preparada para dialogar com os estudantes, reorganizar o movimento e continuar a caminhada.”
As eleições para o DCE da UFGD serão definidas entre as chapas “Pluralidade e Construção” e “Caminho da Luta” nos dias 26 e 27 de novembro.

