14/10/2016 09h32
Breve análise sobre o PSOL e as eleições municipais em Dourados
Por: Folha de Dourados
(*) Enio Ribeiro de Oliveira
Em seu artigo ‘Dourados sonhando com novos rumos’, o professor e meu amigo de longa data, Wilson Valentim Biasotto, opinando sobre as eleições municipais ocorridas neste ano, em nosso município, para prefeito(a), vice-prefeito(a) e vereadores(as) assim se expressou: “Vanderlei Carneiro e o professor Ênio entraram na disputa para contribuir para o fortalecimento de seus respectivos partidos”.
Meu amigo Biasotto, falando por mim e pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), além deste objetivo vislumbramos outros, os quais passarei a elencar em seguida:
1º) sustentar uma candidatura de esquerda em Dourados, afinal de contas, as outras 04 candidaturas, eram todas do campo de direita. Entendemos que as políticas neoliberais na atualidade ganharam muito espaço em nosso País, logo a contraposição e elas se faz necessária;
2º) demonstrar a sociedade douradense que podemos pensar o voto não como uma mercadoria, isto é, submetida à lógica da troca, característica marcante do modo de produção capitalista. Nós do PSOL, entendemos que nos colocando sob uma lógica não capitalista, é possível, ter o voto não como um instrumento de troca, mas de transformação social e de exercício da cidadania, diga-se de passagem, uma eleição deve ser aproveitada sob o ponto de vista pedagógico para demonstrar isto ao eleitor;
3º) que em um processo eleitoral a vitória pode se dar sob duplo aspecto: eleitoral e político. Avaliamos que obtivemos a vitória política por termos nos colocado numa disputa com tão poucos recursos, especialmente os financeiros e num momento que a esquerda precisa ser repensada e reinventada. Quanto ao aspecto eleitoral, em sentido absoluto fomos derrotadas, mas uma análise relativizada revelará que fomos vitoriosos, afinal de contas obtivemos 2445 votos, correspondente a 2,25% dos votos.
E o período pós-eleitoral, apesar de decorridos apenas 12 dias, demonstrou que não estávamos errados. Diversas pessoas: intelectuais, profissionais liberais, lideranças sindicais, estudantis, indígenas, LGBT e cidadãos comuns, estão nos procurando para se filiar, manifestando o desejo de ingressarem nas fileiras do PSOL.
E, mesmo antes das eleições, eu particularmente fui abordado por diversas pessoas que disseram: “professor, o que vocês estão fazendo não deve ser avaliado apenas em função da votação obtida. Muita gente votará em outros candidatos porque está sendo paga, mas ao mesmo tempo, está muito admirada pela forma como o PSOL, apesar de fazer uma campanha eleitoral que beira a indigência, estar se portando de forma tão digna, sem se dobrar ao poder econômico.
(*) Professor de geografia na rede estadual e candidato a prefeito pelo PSOL em Dourados (2016)
