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Bolsonaristas organizam caravanas a Brasília para ‘exigir’ eleição de Lira na Câmara

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Coordenador do movimento, pastor Marlan Gustavo diz esperar no mínimo 2 mil pessoas em Brasília, e garante que não haverá violência

RAPHAEL VELEDA

No início da próxima semana, os parlamentares brasileiros vão decidir quem presidirá as duas Casas dos Congresso pelos próximos dois anos. Apesar da pandemia de coronavírus, bolsonaristas de todo o país estão se mobilizando para que a pressão pela vitória do candidato governista na Câmara não seja apenas virtual, mas física. Por todo o país, ônibus foram fretados para vir a Brasília no próximo dia 1º de fevereiro e, dizem as convocações, “exigir” a eleição de Arthur Lira (PP-AL) presidente da Câmara.

Coordenador nacional dessa mobilização, o pastor Marlan Gustavo, uma liderança bolsonarista em ascensão nas redes sociais, afirma ao Metrópoles que o objetivo principal nem é a eleição do aliado do presidente, mas a viabilização do debate sobre o voto impresso nas eleições brasileiras.

“Uma coisa está ligada a outra. Sem a presidência da Câmara com um aliado, não vamos conseguir votar este ano e viabilizar para 2022 o voto impresso”, afirma ele, que contabiliza ao menos 25 caravanas confirmadas e calcula que, no mínimo, duas mil pessoas virão à capital para o ato. “Vou manter nessa previsão, mas acho que vai ser bem maior”, aposta, garantindo ainda que o movimento é “democrático e pacífico”.

“Lógico que tem gente boa e gente ruim em todos os lugares, mas nosso movimento é do bem”, afirma ele, sobre relatos de parlamentares que teriam sido ameaçados nas redes sociais por extremistas. “Não existe ameaça a deputado [entre nós]. Todos estão fora de Brasília, com a pandemia a gente não pode mais nem entrar na Câmara”, completa.

Nas convocações encontradas pela reportagem nas redes sociais e sobretudo em grupos bolsonaristas nos aplicativos de mensagens, o 1º de fevereiro está sendo descrito como “o dia mais importante para o Brasil”. Em algumas conversas, perfis sobem o tom falam em “incendiar Brasília”.

Os pacotes para vir a Brasília e voltar, alguns prevendo hospedagem no caminho, saem por valor entre R$ 500 (para vir de Salvador) e R$ 350 (cota da caravana de Piracicaba, em São Paulo). Cidades mais próximas da capital, como Goiânia e Luziânia, em Goiás, estão organizando caravanas de carros de passeio mesmo, com vaquinha para ajudar na gasolina. “Temos movimentado a hotelaria e a alimentação em Brasília com esses atos”, valoriza o pastor Marlan Gustavo.

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Segurança do DF para questionar se havia um monitoramento do movimento e previsão de algum esquema especial de segurança. O órgão respondeu de maneira genérica; informou que “todo planejamento elaborado para acompanhamento de possíveis manifestações é realizado com base em informações previamente levantadas pelos setores de inteligência da pasta e das forças de segurança” e que “em atos públicos, as forças de segurança atuam em conjunto, com o número necessário de servidores, a fim de garantir a segurança, a ordem pública, a integridade física de todos e a fluidez no trânsito durante as manifestações”.

Eleição acirrada

O candidato governista tem sido apontado como favorito na eleição da Câmara, mas o voto secreto abre espaço para traições. Principal adversário de Lira, Baleia Rossi (MDB-SP) tem o apoio formal de PT, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Solidariedade Cidadania, PV, PCdoB e Rede, com 242 parlamentares.

Já o bloco de Lira conta com o apoio de PP, PSL, PL, PSD, Republicanos, Pros, Patriota, PSC, PTB e Avante – 249 parlamentares. O Podemos, com 10, sinaliza seguir com ele, totalizando 259 deputados.

Apesar do favoritismo de Lira, integrantes do governo têm se esforçado para aumentar o apoio em torno do candidato. Segundo Rossi, os esforços incluiriam “coação e perseguição” a parlamentares que declaram apoio à candidatura não governista.

Após participar de alguns bate-bocas com o principal adversário e com aliados dele nas últimas semanas, o deputado Arthur Lira abriu a última semana de campanha fazendo uma apelo por pacificação. “Com tanta coisa pra fazer e com tantos brasileiros e brasileiras precisando que as instituições trabalhem, não podemos nos perder com brigas, picuinhas e bate bocas de final de campanha”, escreveu ele, no Twitter.

“Vamos fazer uma campanha limpa, em respeito não apenas uns aos outros, mas sobretudo aos nossos irmãos e irmãs brasileiros e brasileiras. O Brasil merece respeito”, completou Lira.

Aliado de Baleia Rossi, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou a fala do adversário. “Em algum momento na agressão, ele [Arthur Lira] deve ter transferido a senha das redes sociais dele para o Carlos Bolsonaro, do gabinete do ódio. Só por isso eu imagino que ele deve ter ficado tão agressivo nas redes sociais, e hoje ele está dizendo que vai ficar mais calmo, porque deve ter recuperado a senha dele”, provocou Maia. (Metrópoles)

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