20/09/2014 08h26
Por: Folha de Dourados
Datafolha expõe efeitos do tiroteio eleitoral
Do blog de Kennedy Alencar
Atacada pela presidente Dilma (PT) e pelo ex-senador Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (PSB) caiu três pontos percentuais em uma semana, de acordo com a pesquisa Datafolha. Tinha 33% das intenções de voto e passou para 30%.
A presidente Dilma marcou 37% na pesquisa. Aécio oscilou positivamente dois pontos, passando de 15% para 17%. A propaganda negativa o ajudou a recuperar uma parcela de eleitores que havia migrado para Marina após a morte de Eduardo Campos.
Marina ainda tem uma dianteira de 13 pontos sobre o tucano no primeiro turno. A 16 dias da eleição, será difícil que Aécio consiga tirar essa diferença. Ele vai muito mal na região Nordeste. Tem apenas 8% dos votos, contra 32% de Marina e 49% de Dilma. Está em terceiro lugar no Sudeste, apesar de ter governado Minas Gerais e de São Paulo estar prestes a eleger o governador tucano, Geraldo Alckmin, no primeiro turno. No Sudeste, segundo o Datafolha, Dilma tem 32%, Marina 28% e Aécio 20%. Sem melhorar os números na região, ele não conseguirá ultrapassar Marina.
As duas próximas semanas serão importantes para medir o tamanho da resistência ou da fraqueza de Marina. Em um mês, a rejeição a ela dobrou. Passou de 11% para 22%. Dilma tem 33% de rejeição e Aécio, 21%. Mesmo sob intenso bombardeio, atacada pelos dois lados, Marina ainda tem 30% das intenções de voto no primeiro turno e 46% na segunda etapa.
Se a rejeição crescer até 5 de outubro, a candidata do PSB poderá perder votos chegar mais fraca ao segundo turno. Caso resista no patamar de 30% de votos e mantenha o empate técnico com Dilma, ela chegará forte à segunda etapa da campanha e terá mais tempo no rádio e na TV para rebater os ataques do PT.
Nesta semana, houve novos recuos no programa de governo de Marina. Ela sinalizou que poderia flexibilizar direitos trabalhistas. Depois, voltou atrás. O vaivém nas propostas e a vitimização excessiva transmitem uma ideia de fragilidade e inconsistência. Não combinam com a figura de um presidente. Dilma e Aécio têm explorado isso.
É um momento difícil para Marina. Mas ela ainda tem capital suficiente para chegar à frente de Aécio e enfrentar Dilma de modo bem competitivo no segundo turno.
