Berenice de Oliveira Machado Souza (*) –
A autora deste artigo foi vitima assédio moral no trabalho até que um dia despertou e disse a si mesma: “assedio não mais”, então começou a lutar para sair da telha do assédio.
O prejuízo foi muito avassalador além da saúde psíquica, psicológica, física e financeira, por que o assedio moral no trabalho vai muito além disso que acabo de mencionar, o assédio afeta além de sua vida profissional, a sua vida social.
Como um trabalhador assediado vai atender bem o usuário que esta ali também vulnerável precisando de um acolhimento se o trabalhador esta sofrendo humilhação esta vivendo um terror psicológico aonde ele muitas vezes esta precisando de um acolhimento?
O assédio moral, também chamado de humilhação no trabalho ou terror psicológico, acontece quando se estabelece uma hierarquia autoritária, que coloca o subordinado em situações humilhantes. A vítima pode desenvolver sentimentos de tristeza, desesperança e perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas.
Veja bem.
Uma pergunta que não quer se calar àqueles que não esse entendimento, por exemplo:
– O assédio moral trás prejuízos financeiros para as vitimas?
Indubitavelmente sim, o assédio moral no trabalho por exemplo traz prejuízos financeiros para a vítima, tanto que em muitas ocasiões a vítima passa a ter despesas com saúde e consequentemente com o tratamento em razão disso, gerando um problema de saúde pública e seu custo é muito elevado sob o ponto de vista econômico-financeiro, para a sociedade e também possui um custo humano.
O custo do assédio é suportado pelo responsável, pela sociedade e pelas pessoas que dele participam direta (vítima, testemunhas) ou indiretamente (familiares e amigos), o que pode acarretar, dependendo da gravidade da situação, possíveis ações judiciais, exemplo: indenização.
Nessa seara, de acordo com os estudos, existem os efeitos catastróficos na vida do ser humano, além da possibilidade de realizar a prevenção, realizar o combate e buscar alternativas, senão vejamos:
Os efeitos catastróficos no âmbito social
As consequências do assédio não afeta somente o trabalhor, o seu trabalho, enfim, atinge também a sociedade num todo o que acaba contribuindo com os gastos públicos para o tratamento dessas vítimas, incluindo as que são diagnosticadas com depressão, ressaltando que dos nove alvos sobre dez de assédio apresentam um estado de estresse pós-traumático, revivendo a situação passada, evitando, sofrimento significativo e ativação neurovegetativa, e sua dor é invisível.
Os efeitos catastróficos sob o aspecto Humano
Assédio também tem seu custo humano, pois o trabalhador começa a perder a confiança em si, na sua competência, na sua qualidade profissional, ele começa a se sentir culpado, perde a estima de si. As pessoas normalmente estão acostumadas somente a avaliar os danos aparentemente externos, sendo difícil a avaliação do dano interno, sendo que o dano interno é duradouro e em muitos casos difícil de ser curado. Assim, verifica-se que quanto maior o percentual de pessoas assediadas maior será o custo do assédio, logo, o melhor caminho para evitar custos com o assédio moral é trabalhar de forma preventiva.
Prevenção, combate e construção de ambiente
A construção de um ambiente de trabalho justo e saudável é missão de todos e a prevenção e o combate aos abusos deve ser a tônica dos trabalhadores durante o desempenho de suas funções, pois o ser humano encontra a realização pessoal no produto de seu trabalho, portanto, vamos todos trabalhar em prol de um trabalho justo e saudável.
Destaque-se que o sentimento de culpa, a irregularidade da conduta não depende do comportamento da vítima, pois a “culpa” pelo assédio é do assediador, JAMAIS do assediado. Diga, claramente: NÃO ao assediador e ROMPA O SILÊNCIO e busque o auxílio de outras pessoas.
(*) Ex-secretária municipal de Saúde, Coordenadora do Programa Municipal deDst/Aids e Hepatites Virais de Dourados, Coordenadora do Fórum dos Trabalhadores em Saúde (2015 a 2018), Presidente do Conselho Municipal de Saúdede Dourados (2013 a início de janeiro de 2019), Servidora pública e graduanda em Serviço Social