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Amplavisão: ‘A eficiência local e a ideologia pautarão as eleições’

Manoel Afonso –

LIÇÕES: Nas eleições municipais de 1996 Zeca do PT perdeu para Puccinelli por 411 votos. Em 1998 foi eleito governador. Hoje, ele admite que se tivesse sido eleito, teria tido dificuldades para administrar a capital devido a previsível oposição do MDB que governava o estado. Zeca confessa que amadureceu muito entre essas duas eleições.

OUTRO EXEMPLO:   Senador, Fernando H. Cardoso perdeu as eleições paulistanas para Jânio Quadros em 1985 por equívocos na campanha.  Mas em seguida se reelegeu senador. Com a chegada de Itamar ao Planalto, ele virou Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda. Em1994 – se elegeu presidente da República.

CONCLUSÕES: Se antes, Zeca criticava os dois grupos dominantes (Wilson e Pedrossian), em 1998 foi seletivo e ganhou apoio do eleitor Pedrista no 2º turno. Já FHC em 1994, até demorou para se livrar da pecha de intelectual e arrogante, mas conseguiu reverter a imagem e ficou popular graças ao Plano Real e se reelegeu.

INGRATOS? Em 2024 os prefeitos que apoiaram seus candidatos (vencedores), agora reclamam da ingratidão. É que eles incharam a ‘folha’ pelo excesso companheiros nomeados, inviabilizando as finanças das atuais administrações. O ex-governador Reinaldo vem atuando como conciliador em Aquidauana, Três Lagoas e Ponta Porã.

AQUIDAUANA: Mauro do Atlântico se elegeu com apoio de Odilon Ribeiro, que agora mira a Assembleia Legislativa. Comerciante, Mauro já concluiu que as contas da prefeitura não fecham pelo excesso de funcionários e outros encargos. O que fazer? Romper seria ruim. Aí, entrou em cena o ex-governador Reinaldo como bombeiro.

TRÊS LAGOAS: É o mesmo filme com outros personagens. A diferença é que o médico e prefeito Cassiano foi vereador apoiado pelo então prefeito Guerreiro. Candidato a deputado estadual, Guerreiro é forte nas pesquisas e atraiu a atenção dos caciques partidários. Mais uma vez Reinaldo apaziguou os ‘ânimos’ de ambos

PONTA PORÃ: Veio a público a briga entre o ex-alcaide Helio Peluffo e o atual prefeito Eduardo Campos. Peluffo tentará uma cadeira na Assembleia e o apoio do poder municipal é decisivo em suas pretensões. Vaidade? Ingratidão? Folha inchada? Sejam quais forem os motivos, Reinaldo Azambuja enquadrou ambos no esquema.

MAIS UM: O nome não deixa de ser emblemático: Missão. O Partido do Movimento Brasil Livre foi aprovado pelo TSE. Mais uma sigla no cenário político e que deverá ser liderado pelo deputado federal Kim Kataquiri, atualmente no União Brasil por São Paulo.  Mais ceticismo do que esperança quanto aos frutos que produzirá.

CRITICA: Assim pode ser definida a situação política da senadora Soraya Thronicke (Podemos). Sem tradição política e grupo apoiador, caminha melancolicamente para seu último ano no Senado. É lembrada apenas por dois fatos: pela sua fala naquele debate presidencial e pelas vaias recebidas no show do ‘Roupa Nova’. Nada mais!

NOVA YORK: O populismo venceu. O prefeito eleito Zohran Mandami prometeu transporte público grátis, subsídios para casa própria e rede de supermercados com alimentos a custo baixo. Sua eleição reflete o fenômeno que irá além fronteiras pelas dimensões da capital financeira do planeta. E Trump, foi o grande derrotado…

DE LEVE: Após o deputado Zeca do PT destilar restrições aos dirigentes das APAEs, por frequentarem sites vinculados a direita, Igreja e Maçonaria, o deputado Jr. Mochi pensa em convidar o colega petista para visitar a APAE de Campo Grande para ele conhecer a grandeza benemérita da entidade, dos seus dirigentes e colaboradores.

MISTURADOS: Qual a cor da fumaça que sairá da chaminé no encontro de Reinaldo, Contar e Valdemar C. Neto?  Devem pesar alguns detalhes e fatores. Vale lembrar que o grupo governista, além de Reinaldo, tem outros nomes cobiçando o Senado: Gianni Nogueira (PL), Gerson Claro (PP), Nelsinho Trad (PSD), Simone Tebet (?) (MDB).

REBELDE? Vice-prefeita de Dourados, mulher do deputado Rodolfo Nogueira, Gianni Nogueira diz que se não conseguir disputar o Senado pelo PL irá para outra sigla, como fez a deputada catarinense Caroline De Toni, que disputará o Senado pelo Novo apoiada por Bolsonaro, sua mulher e os filhos. No caso, os votos da direita não rachariam?

POLARIZAÇÃO: Em 2026 teremos uma espécie de plebiscito ideológico em nível nacional. O eleitor deve optar por uma sociedade mais liberal ou mais estatizante. A tendência é que o eleitor adote critérios diferentes: em nível nacional pautada em questões ideológicas e nos estados valerá a capacidade de entrega de resultados. .

INSISTO: As eleições estaduais terão lógicas diferentes; o pragmatismo vencerá as questões ideológicas. Assim as campanhas deverão adaptar o seu discurso de acordo a esfera de poder disputada. Correrá riscos de perder a relevância, aquele que tentar nacionalizar o pleito estadual ou ainda esvaziar ideologicamente a disputa federal.

APRENDIZADO: A esperança é que o eleitor tenha amadurecido a ponto de saber separar com clareza as diferentes esferas de poder e suas respectivas responsabilidades. Os números das pesquisas mostram o eleitor com crescente ceticismo pelas promessas genéricas e aquelas cansativas falas técnicas descoladas da nossa realidade.

PRECAVIDO: Por conta das incertezas nos bastidores, o deputado Antonio Vaz não descuida do seu ‘Republicanos’ tendo aumentado o contingente de filiados, diretórios e vereadores. Recuperado do infarto em setembro, ele já reiniciou as visitas e quer superar os 19.395 votos do último pleito. Merecidamente, consta da lista dos favoritos.

ENGANAÇÃO? Sobre o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha menos de R$5.000,00 o senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) pontuou bem: “Sem correção, a alegria vai durar pouco. É preciso garantir que a tabela seja corrigida anualmente, para que o projeto não seja uma enganação, uma fraude eleitoral”.

NO BRETE? Quem frequenta as sessões da Assembleia constata a contundente oposição  do deputado João H. Catan (PL) ao Governo. Observadores já ousam fazer algumas previsões sobre sua posição nestas eleições. Mudará de partido ou em nome da direita fará a reconciliação com a atual administração? Pegadinhas da política.

OS JOVENS: “Existe uma categoria social curiosa, quase exótica, que aparece ciclicamente nas universidades: os jovens. Entram em cena com uma mala invisível lotada de sonhos, recheada de expectativas e, claro, um saquinho de ansiedade que nunca fecha direito…( – )… Como dizia Nelson Rodrigues: “Jovens, envelheçam! ” (Lucas Daibert)

PONTO FINAL:

A minha maneira de brincar é dizer a verdade. É a brincadeira mais divertida do mundo. (George Bernard Shaw)

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