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Ambulâncias encostadas e infartado sem socorro: caos na saúde de Campo Grande

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) denunciou, por meio das redes sociais, que seis ambulâncias do SAMU estariam paradas na base descentralizada do serviço, localizada no Bairro Pioneiros, em Campo Grande. A denúncia ocorre quatro dias após o TopMídiaNews expor o caso de uma família que precisou pagar R$ 1 mil por uma ambulância particular para transferir um paciente até a Santa Casa.

Os veículos flagrados pela parlamentar são do tipo “unidade básica” e, segundo ela, foram encaminhados pelo Governo Federal já regularizados e prontos para circular. Luiza afirma que a demora em colocá-los em operação se deve à falta de um secretário municipal de Saúde para autorizar o uso das viaturas.

“Essas ambulâncias poderiam estar em funcionamento, salvando vidas. Mas estão estacionadas por falta de gestão. Campo Grande sequer tem secretário de saúde”, criticou a vereadora.

Em publicação no Instagram, a petista também refletiu sobre o impacto da situação para a população. Segundo ela, enquanto os veículos permanecem inutilizados, pacientes seguem desassistidos em casos de urgência. Luiza afirmou que pretende acionar o Ministério Público da Saúde para garantir que os recursos destinados à cidade sejam devidamente aplicados.

“Durante a prestação de contas da saúde, na Câmara Municipal, vamos exigir esclarecimentos e cobrar responsabilidades. Não é aceitável deixar seis ambulâncias paradas enquanto pessoas estão morrendo por falta de atendimento”, completou.

A denúncia da vereadora ocorre em meio à indignação popular por um caso recente envolvendo possível negligência médica. Uma moradora da Capital relatou ao TopMídiaNews que seu esposo procurou atendimento na UPA do bairro Nova Bahia no dia 19 de setembro, com dores intensas no peito. Mesmo após insistentes reclamações, o eletrocardiograma só foi feito horas depois, quando foi constatado um infarto.

Apesar da gravidade do quadro, a unidade de pronto atendimento não possuía o anticoagulante Androgel, essencial para o tratamento imediato. Um amigo da família precisou sair às pressas para comprar o medicamento em uma farmácia com recursos próprios, garantindo assim a continuidade do atendimento.

“É desesperador. A gente busca socorro e ainda tem que comprar o remédio para salvar a vida de alguém, porque o posto não tem”, desabafou a esposa do paciente.

Mesmo com o diagnóstico confirmado, a vítima teve de esperar horas por uma vaga na Santa Casa. A transferência só foi autorizada por volta das 15h, mas a UPA informou que não havia ambulância do SAMU disponível para fazer o transporte. Sem opções, a família contratou um serviço particular, desembolsando R$ 1.026 após mais de 40 minutos de tratativas.

“Estamos vivendo uma crise. Tudo apertado, e ainda temos que gastar mais de mil reais para que a pessoa não morra esperando. Isso é desumano”, finalizou a mulher.

Resposta da Prefeitura

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde explicou que a falta de medicamentos pode ocorrer devido à alta procura. Em relação ao transporte, informou que o SAMU prioriza os atendimentos considerados emergenciais. Leia abaixo:

“O abastecimento de medicamentos é monitorado de forma contínua, com reposições realizadas no menor prazo possível. Faltas pontuais podem ocorrer por aumento da demanda, atrasos de fornecedores ou indisponibilidade de insumos, mas a gestão municipal trabalha para manter a qualidade do atendimento.

O transporte de pacientes é feito pelo SAMU, com prioridade para casos graves. Durante a espera, todos os pacientes recebem cuidados médicos adequados”. (M.E)

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