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Alvo da CPI dos Robôs e chamado de ‘moleque’ por vereadora, Alan ‘ataca’ deputado

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José Henrique Marques –

Essa semana não está sendo nada alvissareira para o prefeito de Dourados Alan Guedes (PP), embora esteja mais de um ano no cerne de uma crise gerada pela incapacidade de sua administração de tapar buracos, iluminar e limpar as ruas e avenidas da cidade e de conter o caos na saúde, já a caminho de 02 anos de mandato. Essa situação ecoa na Câmara de Vereadores e nas redes sociais, e é aferida em pesquisas de opinião pública.

Haja a vista a reação às críticas à sua administração, proferidas pelo deputado estadual Barbosinha na Assembleia Legislativa (AL), o prefeito não esperava que, na sessão da Câmara de segunda-feira (25), o bloco independente [Lia Nogueira, Marcio Pudim, Diogo Castilho e Juscelino Cabral (PSDB), Elias Ishy (PT) e Fábio Luis (Republicanos)] pudesse cooptar mais um vereador e conseguir as sete assinaturas necessárias para requerer a instalação de uma CPI.

O prefeito, com certeza, não contava ou desconhece a Lei de Murphy: “Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível”. Foi o que aconteceu: no apagar das luzes daquela conturbada sessão, onde sorrateiramente, o Executivo impôs um projeto de lei de aumento salarial aos servidores, afrontando os educadores que lutam pelo piso nacional da categoria, Olavo Sul (MDB), líder sindical e guarda municipal da ativa, cedeu à pressão dos funcionários públicos, principalmente dos professores, e assinou o requerimento.

Assim, a compra de 50 kits de robótica por R$ 8,7 milhões junto a uma empresa alagoana, envolvida num escândalo nacional, será investigada na Câmara e, tudo indica, também pelo Ministério Público Estadual. Supostamente a Prefeitura de Dourados comprou os tais kits superfaturados. Reportagens da Folha de S.Paulo aventam algo em torno de 400%.

A CPI da Robótica foi a gota d’água para que Alan Guedes e sua vulnerável base de sustentação no Legislativo subissem nas tamancas. Horas antes, o prefeito e sua administração foram apupadas pelos educadores e duramente criticadas na tribuna da Câmara pelos vereadores de oposição pelo caos instalado no segundo maior e mais importante município do Estado.

O ápice da temperatura política naquela noite foi quando Lia Nogueira chamou o prefeito de “moleque” pela postura inadequada no cargo e desdém com os compromissos que assumiu na campanha eleitoral, cujo principal adversário foi o deputado Barbosinha, hoje no PP. A vereadora é perseguida implacavelmente pela “situação”.

A fervura ficou evidente quando o novo líder do prefeito, Sergio Nogueira (PSDB), atacou a vereadora dando margem, inclusive, de responder internamente processo por quebra de decoro parlamentar.

Na terça-feira (26), Barbosinha reverberou na AL o que está acontecendo em Dourados. Não foi uma fala sobre política partidária e nem um ataque a pessoa do prefeito, e sim críticas sobre a gestão e o completo abandono da cidade, com mato, lixo, bueiros entupidos, parques e praças abandonados, além dos casos na rede básica de saúde onde falta até papel higiênico e, muitas vezes, o paciente tem que levar papel para imprimir um pedido de exame.

A nota do prefeito rebatendo as críticas do deputado “saiu pior que o soneto”. Ao invés de reagir em relação aos fatos e explicar por que em 16 meses não consegue sequer limpar a cidade, Alan Guedes baixou o nível e partiu para ataques pessoais e inverossímeis. Agradou apenas a pequena turba que ainda o acompanha.

Justiça seja feita: como bom perdedor, Barbosinha esperou mais de um ano para se manifestar sobre a administração municipal – e não mentiu. O deputado apenas ecoou, como dever, no parlamento estadual o que está acontecendo em Dourados.

As críticas de Barbosinha a Alan Guedes não são ressentimentos eleitorais. Tanto é que ele e demais membros da bancada douradense de deputados estaduais vêm intercedendo, com êxito, junto ao Governo do Estado por Dourados, ainda que o município seja administrado por um prefeito que atacou seus ex-companheiros de política, inclusive o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), para lubridiar parte do eleitorado nas eleições de 2020.

Para quem é alvo de CPI, de investigação no Ministério Público sobre a suposta farra da publicidade que teria desviado cerca de R$ 1 milhão da Câmara na presidência de Alan Guedes em 2019 e 2020 e que precisa explicar por quê licitação para contratar empresa de limpeza pública está judicializada, além de outras cositas mas, é temerário um confronto atabalhoado. É a Lei de Murphy.

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