Abrão Razuk – Advogado, ex-juiz de direito, ex-membro do TRE/MS por quatro mandatos, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, cadeira nº 18, e duas vezes vice-presidente.
Nasceu em 1632, em Amsterdã, Holanda, e faleceu em 1677. Viveu 45 anos. Século XVII e judeu.
Alguns enfoques ditos por Spinoza:
Ele afirmou que o homem faz parte da natureza.
O homem deve acreditar em si.
As emoções são causas naturais.
A pessoa tem suas causas específicas, daí não ter inveja, emoções, ansiedade.
A pessoa, no curso de sua vida, deve substituir a ideia inadequada pela ideia adequada.
Agir de acordo com a sua natureza.
Não lutar contra si mesmo.
Na verdade, o homem não morre, ele apenas muda de forma e nunca se separou de Deus, como a onda nunca se separou do mar. Era deísta. Para Spinoza, Deus é sinônimo da natureza. Tudo que existe faz parte de Deus. Deus, para ele, não condena e nem absolve; todos se integram com Ele e na imortalidade. Cada ser faz parte da imortalidade, tornando-se eterno. Corpo e alma não se separam e ambas se eternizam.
Foi um crítico feroz da religião e da Igreja. Todo ser humano, com a morte, como um ente único compondo a natureza, se eterniza. Acreditava piamente em Deus e na natureza. Foi considerado herege na Holanda, bem como foi expulso de Portugal. Acreditava que Deus, ou a natureza, comanda tudo que existe. Todas as coisas existentes — como o universo, as estrelas e os planetas —, e que na Terra há seres humanos, então, por que razão Ele, que comanda tudo, também não haveria de criar seres em outros planetas? Daí é racional e lógica irresistível que há seres em outros planetas.
Por incrível que pareça, em um discurso do Padre Antônio Vieira, ele fala sobre o pensamento latino “Memento homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris” — “Lembre-se, homem, que você é pó e ao pó retornará”. O corpo viraria pó e a alma se incorporava a Deus, imortalizando-se. Opinião semelhante à de Spinoza, data venia.
Era matemático, filósofo e de inteligência luminosa.
Perguntaram para Albert Einstein o que era Deus para ele, então respondeu: “O Deus de Spinoza”. Voltaire também era deísta. Mutatis mutandis.
Havia um mistério sobre o número 666, que representava a besta demoníaca, e que levou muitos séculos até o Império Romano. Sobre esse 666, que fragilizava o ser humano, ele, através da gematria — que desvenda a linguagem codificada —, provou que era uma ferramenta que os oponentes usaram contra o imperador Nero, que perseguia os cristãos. Nero matou muitos cristãos e era sádico e cruel. Então, era um meio de combater a ferocidade de Nero através desse símbolo matemático representado pelo número 666, citado nos evangelhos.
Essa tática foi usada em muitos episódios históricos. No fundo, ele sustentava que era um meio de manipulação e que existe até hoje. Ele demonstrou a farsa dessa tática. Era de inteligência rara e pesquisador da natureza e dos astros, etc. Esse tabu que fragilizava o ser humano era pura manipulação do mistério do 666, e essa manipulação ele provou a verdade do número 666.
Concluindo: foi um gênio que desmascarou muitos tabus, daí arranjar muitos inimigos — dos religiosos, governadores e farsantes. Foi considerado herege. Ele exerceu influência sobre muitos filósofos, estudiosos e religiosos. É óbvio que nem todos comungam com a opinião de Baruch Spinoza pela filosofia que pregava.
Discordava de Gregor Mendel — monge austríaco que descobriu as leis da hereditariedade, considerado o pai da genética —, através da experiência das ervilhas (genes recessivos e dominantes). É um conceito importante da genética. Nesse tópico, não concordo com a opinião de Spinoza. Entendo que o casal que tem filho ou filhos e filhas, então, eles possuem genes de seus pais. Logo, encerrado o ciclo de vida dos pais, todavia seus filhos, pela lei da hereditariedade, herdaram genes de seus pais.
E se esses filhos não tiverem descendentes por qualquer motivo, então essa geração encerra a hereditariedade com o término do ciclo de vida, com a morte — assim sucessivamente. De outro lado, o problema da alma é outra questão a ser pesquisada, e cada qual, com a sua concepção religiosa e filosófica, as quais devem ser respeitadas pela liberdade de expressão e da liberdade religiosa.
Campo Grande, MS, 07 de novembro de 2025.
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