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‘Além de macumbeiro, é viado’: pai de santo é baleado após sofrer ataque de intolerância

Um pai de santo de 43 anos foi baleado na madrugada do último sábado (17), depois de ter sofrido ataques homofóbicos e de intolerância religiosa.

Leandro Teixeira dos Santos, conhecido como Leandro de Oyá, relatou que estava caminhando pelo bairro em que mora, após um rito de candomblé, quando passou a ser ofendido pelo agressor. No momento do ataque, Leandro usava vestes brancas ligadas à religião.

Ele contou que o homem se referiu a ele diversas vezes como “viado”. Em seguida, o agressor buscou uma arma de fogo em casa e atirou diversas vezes em direção às pernas de Leandro, acertando ambas.

O pai de santo foi socorrido, internado em um hospital em Mauá na grande São Paulo, passou por cirurgias e se recupera bem.

Me sinto extremamente agredido, usurpado dos meus direitos, de não poder exercer aquilo que é mais precioso para a minha vida, que é o meu candomblé. Me sinto ultrajado por tudo o que aconteceu. Não foi por nada, nada…

— lamentou Leandro em uma denúncia feita pelo também pai de santo Sidnei Barreto.

“A pessoa voltou para casa, pegou a arma e veio atirar em mim… Eu não fiz nada para a pessoa. Eu só estava vestido com minhas roupas de candomblé”, completou.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o agressor, que tem 27 anos, foi preso em flagrante após a Polícia Militar ser acionada. Ele confessou o crime.

A arma tinha numeração raspada e foi apreendida. O agressor foi conduzido ao 1º DP de Mauá, onde o caso foi registrado como posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, lesão corporal e injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional.

Em conversa com o g1, o babalorixá Sidnei Barreto Nogueira, que denunciou o caso e é pai de santo de Leandro, afirmou que a ocorrência retrata a violência contra religiões de matriz africana.

Leandro disse que pretende acompanhar o processo contra o agressor: “Agora é seguir em frente, dar prosseguimento ao processo contra a pessoa, que já está presa. Nunca vamos nos calar. Exú é dono da comunicação, então ele não deixa nos calar”, afirmou.

O g1 perguntou à Secretaria da Administração Penitenciária se o agressor continua preso, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

(Informações G1)

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