Acadêmicos do curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) organizam uma manifestação para exigir a demissão de um professor condenado por estupro contra uma ex-aluna da própria instituição. O caso ocorreu em 2016, durante uma festa de confraternização, e ganhou nova repercussão após o docente ter sido promovido recentemente pela universidade, mesmo com a condenação em primeira instância.
O professor, lotado no Instituto de Biociências (Inbio), foi condenado no dia 12 de março de 2025 pela Justiça Estadual. À época da denúncia, a UFMS determinou seu afastamento preventivo e instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do servidor. A universidade também revisou o ato administrativo de agosto de 2016, que havia definido pela não apuração interna dos fatos.
Apesar da condenação judicial, o professor continuou vinculado ao quadro da instituição, com salário mantido e ministrando aulas. Em 11 de agosto deste ano, foi promovido de adjunto 4 para associado 1, o que resultaria em aumento salarial. A decisão gerou forte repercussão negativa nas redes sociais e entre os estudantes.
Diante da pressão, a UFMS divulgou nota afirmando que a promoção foi anulada:
“O servidor afastado está impedido de obter a progressão referente ao período 2023-2025 e a UFMS imediatamente anulou a sua promoção. O servidor segue integralmente afastado, aguardando a conclusão do processo administrativo disciplinar”, informou a instituição.
No entanto, para os alunos, a medida é insuficiente. O Centro Acadêmico de Biologia — responsável pela organização do protesto — cobra a demissão do professor e um posicionamento institucional mais claro.
“A UFMS deveria se envergonhar por ter medo de demitir um estuprador, deveria se envergonhar por barganhar e negociar com alguém que cometeu um crime irreparável”, publicou o Centro Acadêmico nas redes sociais.
“Não houve posicionamento sobre o caso, mas a UFMS tem feito várias palestras no campus para apresentar canais como a ouvidoria e corregedoria. Porém, sobre o PAD, nada”, criticou a presidente do Centro, Rebeca Garcia.
O Centro Acadêmico também publicou uma nota de repúdio reforçando que
“Ter aula com um estuprador representa uma violação direta e é absolutamente inconcebível”.
O protesto está marcado para esta quarta-feira (20), às 11h, em frente à biblioteca da Cidade Universitária, em Campo Grande.