Tiago Resende Botelho (*) –
A política sul-mato-grossense ganha um novo fôlego com a filiação de Fábio Trad ao Partido dos Trabalhadores na manhã deste sábado em Campo Grande. Mais do que um gesto simbólico, trata-se de um movimento estratégico para o fortalecimento do projeto democrático que o presidente Lula conduz no país. Trad soma ao PT não apenas sua experiência parlamentar, mas uma trajetória marcada pela defesa intransigente da Constituição, do Estado de Direito e da democracia.
É impossível falar de Fábio Trad sem lembrar sua corajosa atuação no debate jurídico que chegou ao Supremo Tribunal Federal, quando Lula foi injustamente preso em segunda instância. Naquele momento, enquanto muitos optaram pelo silêncio diante do punitivismo seletivo, Trad ergueu a voz em defesa do princípio constitucional da presunção de inocência. Com firmeza, sustentou que ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Mais do que um argumento jurídico, foi um ato de coragem e compromisso ético com a democracia e com a justiça social.
No Parlamento, sua marca também está registrada. Como deputado federal, participou ativamente da construção do novo Código de Processo Civil, modernizando a legislação processual e fortalecendo garantias individuais. Sua contribuição trouxe mais racionalidade, equilíbrio e segurança às relações jurídicas no Brasil. Trata-se de um legado inestimável, que o consagra como um dos melhores quadros jurídicos já produzidos por Mato Grosso do Sul.
A chegada de Fábio Trad ao PT representa a incorporação de um jurista e político preparado para percorrer o estado, dialogar com a sociedade e defender com firmeza o governo do presidente Lula. Em um momento em que o Brasil ainda enfrenta forças que buscam relativizar a Constituição e ameaçar conquistas democráticas, sua presença fortalece não apenas o partido, mas também a luta pela preservação da democracia.
Reconhecido nacionalmente e respeitado pelo próprio presidente Lula, Fábio Trad chega ao PT para qualificar o debate político, mobilizar a militância e consolidar o projeto de reeleição do presidente. A militância já o acolheu como uma das grandes lideranças do partido em Mato Grosso do Sul. Se será candidato a governador ou a deputado federal, essa é uma escolha que caberá a ele — e que será respeitada por todos. O essencial é que esteja no maior partido da América Latina, contribuindo com sua experiência, inteligência e compromisso democrático.
Mato Grosso do Sul ganha muito com essa decisão. O PT ganha muito. E o Brasil ganha ainda mais.
(*) Advogado, professor do curso de Direito – UFGD, superintendente da SPU e filiado ao PT.
