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Londres segue rastros de “Jack, o Estripador” 120 anos depois dos crimes

Internacional – 15/05/2008

Em 27 de setembro de 1888, a Agência Central de Notícias britânica recebeu a carta de alguém que se gabava de ser o autor do assassinato de várias prostitutas no bairro de Whitechapel, em Londres, e ameaçava continuar matando.
Assinada por “Jack, o Estripador”, a carta deu origem à lenda.
Cento e vinte anos depois, o Museu de Docklands de Londres permite, a partir desta sexta-feira, acompanhar os rastros daquele que é considerado por muitos “o primeiro assassino em série moderno”, através, precisamente, dessa carta e de outros documentos policiais originais e matérias publicadas na imprensa na época.
Entre abril de 1888 e fevereiro de 1891, onze mulheres foram brutalmente assassinadas no East End londrino.
Embora todos os crimes tenham ficado sem solução, a Polícia só atribuiu a Jack os assassinatos de cinco delas, Mary Ann Nichols, Annie Chapman, Elizabeth Stride, Catherine Eddowes e Mary Jane Kelly, cometidos em pouco mais de dois meses, entre 31 de agosto e 9 de novembro de 1888.
As vítimas, que foram cruelmente mutiladas, compartilhavam uma vida marcada pela miséria e pela prostituição em um bairro que, no final da Era Vitoriana, era um dos mais pobres da cidade.
A exposição, que pode ser vista até novembro, percorre os fatos que se escondem por trás de cada crime e mostra como se desenvolveu uma das “caçadas ao assassino” mais ambiciosas da história criminal britânica que, apesar disso, não permitiu encontrar o culpado.
Assim, podem ser vistos pela primeira vez documentos policiais originais, alguns deles confidenciais, que se referem aos crimes; declarações de testemunhas e a faca que supostamente o assassino teria usado em seus homicídios.
Também estarão à disposição do público algumas cartas de cidadãos que tentavam ajudar a encontrar o culpado e outras do suposto assassino, entre elas a que deu origem ao famoso pseudônimo.
“Querido chefe”, começa a carta, escrita com tinta vermelho sangue e que, mesmo com vários cadáveres mutilados já tendo surgido, foi considerada inicialmente uma brincadeira.
Nela, o suposto assassino adverte de que continuará “rasgando” prostitutas: “Minha faca é tão boa e afiada que quero colocá-la para trabalhar sem parar se tiver uma oportunidade”.
O autor, que assina sua carta como “Jack, o Estripador”, pede ao jornalista que guarde o documento até que ele faça “outro trabalho” e então divulgue-o, mas a agência de notícias enviou-a à Polícia em 29 de setembro. No dia seguinte, outras duas mulheres foram assassinadas.
Convencidos de que “nada vende melhor que um bom crime”, os jornais da época se lançaram a uma competição “feroz” para conseguir “as histórias mais sensacionalistas” e “as descrições mais gráficas dos corpos mutilados”, como destacou hoje a curadora da exposição, Julia Hoffbrand, na apresentação à imprensa.
Os jornais tentaram conseguir declarações de testemunhas e apontaram suas suspeitas em direção a várias pessoas, atrapalhando, em algumas ocasiões, o trabalho policial.
Entre uns e outros citaram centenas de suspeitos, em uma tentativa de revelar a identidade do assassino que continua sem ser revelada até hoje.
Aos nomes da época, entre os quais ganhavam mais força o médico Francis Tumblety, conhecido por sua misoginia, ou o advogado Montague John Druitt, considerado um “maníaco sexual”, se somaram com os anos um neto da rainha Vitória, o médico pessoal da soberana e o pintor Walter Sickert.
A última teoria, apresentada no ano passado, aponta a um oficial de Polícia, Melville Macnaghten, que visitou as cenas do crime e que se guardou fotos post-morten das vítimas e que teria cometido os assassinatos para forçar seu superior a renunciar.
Se a identidade do assassino continua desconhecida, as das vítimas são bem famosas, como destacou hoje a curadora.
E, por isso, os organizadores da exposição decidiram mostrar pela primeira vez ao público, embora alertando que podem ferir algumas sensibilidades, as fotos policiais das mulheres tiradas após cada crime.

Fonte: Folha de Dourados

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