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Movimento Revolucionário – 24/06/2009

É urgente fechar o Senado! Mais escândalos mostram que a natureza corrupta e inimiga dos trabalhadores do Senado é incorrigível. 
Mais uma bomba no Senado, depois dos escândalos de pagamento de hora-extra a funcionários-fantasma e no período de recesso, em que nem havia expediente, descobriu-se mais um grande esquema de corrupção. Dezenas de atos definidos pelo Senado eram secretos. Neste clima de “pode tudo” com o dinheiro do povo, policiais eram desviados de função para garantir a segurança particular de senadores, inclusive do próprio Presidente do Senado, José Sarney.
Sarney e mais alguns integrantes da “Casa” foram denunciados por ceder mordomias e empregos a parentes, sendo que somente José Sarney tem sete parentes “apadrinhados” por ele, e ganhando benefícios que vão desde moradias, altos salários, emprego, etc. Tudo pago pelo Senado, no que vem sendo chamado de Ato Secreto, mais uma medida que não foi aprovada em nenhuma instância do Senado, muito menos foi divulgada ou discutida democraticamente.
A tentativa de Sarney para driblar a crise foi a de tentar jogar a culpa nas costas do chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landin, funcionário do Senado, por não ter divulgado esses atos. Landim afirmou que isso aconteceu por ordem de seus superiores, o ex-diretor geral Agaciel Maia e o ex-diretor de recursos humanos João Carlos Zoghbi. 
Sarney tenta culpar seus subordinados para esconder sua própria corrupção. Sarney é mais um coronel cercado de jagunços que ainda existem no Norte, Nordeste e outras regiões do país, como o Centro-Oeste, interior de MG e do RS, por exemplo. Sua história é a de membro da ARENA e defensor da ditadura, e, depois, de presidente corrupto e da hiperinflação. Foi Sarney quem concedeu as licenças públicas de rádio e TV para meia dúzia de famílias, mandou o exército atirar em operários na CSN em greve, e deixou impunes os torturadores militares.
Agora, funcionários do Senado eram empregados até mesmo como mordomos de Roseana Sarney, filha do senador e governadora biônica do Maranhão, pois assumiu pelo canetaço da Justiça, depois de ter perdido a eleição. O mordomo, pago com dinheiro público, obviamente, ganhava R$12 mil!
Essa é a moral que tem Sarney; esse é seu passado; e essa é sua família. É alguém que tem a carreira política marcada por escândalos e mais escândalos, e é esse tipo de gente que não pode ser julgada.
A última saída apresentada pelos senadores do PT, PMDB, PSDB, PSB, PDT e outros é a demissão a demissão do diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, e a adoção de uma reforma administrativa na Casa. Ou seja, costuram mais um acordão para jogar a culpa em um indivíduo, que mesmo que esteja envolvido nos atos secretos, é apenas um dos vários que já foram atingidos por denuncias, como o próprio Sarney.
Uma crise que não é só do Senado, e sim da democracia burguesa 
Diante de tantas denúncias, Sarney foi obrigado a dar uma declaração de quase trinta minutos onde tentava se explicar a respeito da nomeação de 7 de seus parentes a cargos no senado, todos feitos às escondidas. Em seu discurso, Sarney tentou tirar essa crise das suas costas dizendo que essa crise não era sua e sim do senado. Mesmo que Sarney seja a expressão fiel do mais baixo nível de comportamento político, uma coisa nesse raciocínio está correta.
É que, realmente, não é apenas Sarney, mas nem sequer apenas o Senado os antros da roubalheira no país. Não é a toa que os diversos partidos que compões o Senado estão juntos para tentar abafar o escândalo.
Pior que isso, foram as declarações de Lula, que saiu em defesa de Sarney e fez coro com o argumento de que ele é uma pessoa que não pode ser julgada. Isso só serve para deixar mais claro de que lado está Lula. Ao trabalhador que é preso roubando pão ou margarina, Lula não diz uma palavra em sua defesa; agora, para os corruptos do Senado, Lula sai faz de tudo para defendê-los.
Na verdade, tão podre como o Senado é a Câmara dos Deputados, o STF, e todas as instituições do Estado burguês no Brasil, além de suas auxiliares como a imprensa, as Igrejas e todo o aparato ideológico burguês que auxilia o Estado a explorar os trabalhadores.
Essa é o senado de Lula e de Sarney! Essa é a democracia dos ricos!Pelo fim do Senado!
Depois de centenas de escândalos, fica provado que não há como corrigir o Senado. Além da corrupção e reacionarismo inerentes a todas as instituições capitalistas, o Senado é particularmente nefasto, pois só existe para representar um último obstáculo, ainda mais conservador e elitizado, a qualquer aspiração popular. A existência de um Congresso bicameral é um elemento a mais, não o fundamental, evidentemente, mas que aprofunda o caráter antidemocrático, e antioperário do legislativo burguês.
Nós do Movimento Revolucionário achamos que é urgente que o Senado seja fechado. Os trabalhadores têm o direito e precisam avançar para destruir com essa “Casa” dos ricos, ocupando suas dependências, extinguindo seus cargos, salários e regalias, além de confiscar os bens e prender todos os corruptos que vêm lesando o patrimônio público. Não há nada de bom ou útil para os trabalhadores em manter a existência do Senado.
É evidente que a simples extinção do Senado não resolve o problema, pois ele é  parte de um sistema muito maior. Mas fechar o elemento mais explicitamente aristocrático e inimigo dos trabalhadores do legislativo, pode ser usado como um passo e como acúmulo de forças para pôr abaixo o conjunto do Congresso e derrotar Lula, num processo de lutas pela emancipação da classe trabalhadora e luta pelo poder. 
Defendemos o fim do Senado por meio da mobilização dos trabalhadores e da juventude, e não por um decreto ou medida golpista de uma ditadura. Mas não existe esse perigo hoje. A burguesia e as Forças Armadas sabem que não há condições de uma nova ditadura neste momento, e que o melhor regime para implementar seus projetos é a democracia burguesa, atualmente, ainda mais com um governo de Frente Popular, como o de Lula, à frente.
O fim do Senado, neste momento, não seria nenhum golpe na democracia em direção a uma ditadura. O fim do Senado hoje seria um golpe na conciliação burguesa, que unifica os setores mais linha-dura com os exploradores “democráticos”, que hoje estão todos juntos sob o governo Lula destruindo as conquistas da classe trabalhadora. Com o fim do Senado, os explorados só têm a ganhar. Esta medida deve ser expressão e, ao mesmo tempo, impulso, de uma luta rumo a outro tipo de democracia, a democracia operária, onde todas as ações e os representantes sejam controlados pelos trabalhadores através de suas assembléias, oposta a essa farsa que vemos hoje.
Defendemos a democracia direta, onde todos os mandatos sejam revogáveis a qualquer momento. Não vai ser com CPI’s que sempre acabam em pizza, nem tirando supostos parlamentares “maus” que vai se dar um fim à corrupção, seja no Senado, na câmara ou em qualquer lugar do capitalismo. Somente com o Estado passando para o controle dos trabalhadores é possível punir os corruptos, e construir um governo e leis a serviço dos trabalhadores!
Movimento Revolucionário
 

Fonte: Movimento Revolucionário

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