Operação Owari – 10/07/2009
Investigação da Polícia Federal revelou que a família Uemura controla os serviços funerários de 26 municípios em Mato Grosso do Sul e Paraná. As investigações apontaram que além do esquema de fraude à licitações e corrupção de servidores, outros crimes seriam atribuídos à família Uemura. A PF diz que há provas de agiotagem e ameaças. Gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, revelam também que o grupo intimidava concorrentes para que eles não participassem das licitações. Em uma escuta Eduardo Uemura, filho de Sizuo Uemura, acusado de chefiar a organização criminosa, pede ao funcionário da Somatem Empreendimentos, de Cuiabá, que desista da concorrência. Eduardo Uemura: Eu queria ver com vocês porque nós da funerária de Ponta Porã somos só nós, né, Dourados e Ponta Porã. e aí vai atrapalhar nosso andamento lá, né, Luciano. Luciano (Somatem Empreendimentos): Então, vamos fazer o seguinte: vamos andar junto. Eduardo Uemura: Se você puder retirar isso porque lá é região nossa há muito tempo já, né, Luciano. porque a gente não entra na região de vocês, né. você podia , inclusive, se você puder retirar, né, eu acho que vai ser bom, né, pra todo mundo. Segundo o delegado Braulio Galloni, as ivestigações iniciaram com base numa denúncia anônima que dava conta justamente que havia um grande empresário da cidade que trabalhava no ramo de funerária. No andar das investigações se acabou confirmando que toda a fraude que era patrocinada visava manter um monopólio, justamente destes serviços funerários’. De acordo com a Polícia Federal, a família Uemura também é dona de cemitérios em Dourados e Ponta Porã. Para garantir a concessão dos empreendimentos, eles teriam manipulado editais licitatórios. Em um trecho de gravação uma funcionária do grupo conversa sobre as modificações do documento público com Eduardo Uemura. Eduardo Uemura – Você falou com a mulher lá? Ângela Camurci: Falei. Ela falou que agora você vai ter que comprar um edital novo agora, duzentos reais. Eduardo Uemura: Mas tá no negócio da área ou não? Ângela Camurci: Isso, tudo. Eduardo Uemura – Ela incluiu? Àngela Camurci – O projeto, tudo. Sete integrantes da família Uemura e mais trinta e quatro pessoas foram presas esta semana em Dourados pela Polícia Federal. Elas são acusadas de fazer de uma organização criminosa que teria desviado, em dois anos, mais de R$ 20 milhões de seis municípios em MS e PR. Doze dos presos ocupam cargos políticos, entre eles o vice-prefeito de Dourados, Carlinhos Cantor, e o vice-prefeito de Ponta Porã, Eduardo Campos. Mas cerca de 40 horas depois das prisões, o Tribunal de Justiça do Estado concedeu liberdade a quase todos os suspeitos. Dos 41 detidos, 38 foram beneficiados pela decisão. O habeas corpus oletivo partiu de um pedido feito por um vereador de Dourados, que também foi preso na operação. Segundo a juíza Dileta Thomaz, essas fraudes em licitação são resultado da associação de várias pessoas ‘para um fim único de cometer ilícitos’, por meio de ‘empresas laranja, com titulares laranja. Tudo isso é uma coisa que desespera a população, que tem no Judiciário sua última e suprema garantia. As pessoas confiam na Justiça e eu estou confiante que nós faremos tudo, trabalharemos em busca da verdade real’.
Fonte: TV Morena