Em sua primeira Missa do Galo à frente da Igreja Católica, o papa Leão XIV fez um apelo direto contra a exclusão social e a indiferença diante da pobreza. Celebrada na noite de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a cerimônia marcou a estreia do pontífice nesse rito desde sua eleição, em maio, e trouxe críticas explícitas à lógica econômica que, segundo ele, desumaniza pessoas.
Ao recordar o nascimento de Jesus em um estábulo, Leão XIV afirmou que a recusa em acolher os pobres, os migrantes e os marginalizados representa uma negação do próprio Deus. Para o papa, a dignidade humana deve ocupar o centro das relações sociais e econômicas, acima de interesses materiais ou de mercado.
Durante a homilia, o pontífice destacou que sociedades que tratam pessoas como mercadoria acabam corroendo o sentido mais profundo da fé cristã. Segundo ele, onde há espaço real para o ser humano, há também espaço para Deus, ainda que em contextos simples ou desprovidos de prestígio.
Cerca de seis mil fiéis acompanharam a celebração dentro da basílica, enquanto milhares assistiram à missa por telões instalados na Praça de São Pedro, sob forte chuva. Antes do início da cerimônia, Leão XIV saiu para cumprimentar o público e agradeceu a presença dos fiéis, destacando o gesto como sinal de esperança.
No dia de Natal, o papa ainda celebrará missa solene e fará a tradicional bênção Urbi et Orbi. Nascido em Chicago e com cidadania peruana, Leão XIV é o primeiro papa norte-americano e o primeiro integrante da Ordem de Santo Agostinho a ocupar o cargo. Sua trajetória inclui décadas de atuação pastoral na América Latina e forte ênfase em temas sociais, trabalho, migração e dignidade humana.


