Redação –
Um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí, em Campo Grande, teve desfecho neste domingo (21), após o autor do crime se apresentar espontaneamente à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O homem confessou ter matado Denis Lincoln Bentos Depetriz, de 48 anos, em abril deste ano, cerca de oito meses após o crime.
Após a confissão, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do suspeito. O pedido foi acatado pelo Poder Judiciário, resultando na imediata prisão do autor.
O corpo de Denis foi encontrado na manhã do dia 12 de abril, às margens de um córrego no distrito de Anhanduí. O cadáver estava nu, coberto por lama e foi localizado próximo a uma ponte da BR-163.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe da vítima relatou que, na quinta-feira (10), Denis e dois amigos foram até o córrego para tomar banho após consumirem bebida alcoólica. No fim do dia, um dos amigos retornou para casa. Cerca de duas horas depois, o outro compareceu à residência da família, sujo de lama, afirmando que estava sendo procurado por uma equipe do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).
O homem permaneceu no local por um período e acabou sendo abordado por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), acionados após a mãe de Denis relatar o desaparecimento do filho. Na ocasião, o amigo acompanhou os agentes até o córrego, mas o corpo ainda não havia sido localizado, e ele foi liberado.
No dia seguinte, familiares e equipes da GCM passaram o dia em buscas pela vítima. Na manhã de sábado (12), equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar retornaram ao local e encontraram Denis já sem vida, nu, com a cabeça coberta por barro e com larvas na região genital.
Equipes da Polícia Civil e da Perícia Científica foram acionadas para os procedimentos de praxe. A perícia constatou ferimentos na cabeça da vítima, que foi identificada por meio de uma tatuagem de águia no braço direito. No local, foram apreendidos um par de chinelos com tiras vermelhas, um pedaço de madeira semelhante a um galho ou tronco, com cerca de 60 centímetros, e uma pequena embalagem plástica utilizada para armazenar cachaça.
Após a localização do corpo, policiais militares e agentes da GCM realizaram diligências e localizaram um dos amigos que estava com Denis no córrego. Ele negou participação no crime e afirmou que deixou o local mais cedo, quando Denis permanecia apenas com o outro amigo.
Ainda conforme o registro, esse amigo relatou que o suspeito foi até sua casa sujo de lama, dizendo que fugia de uma viatura do DOF e que Denis havia ficado no córrego. A mãe da vítima também relatou que ouviu de um dos envolvidos que seu filho poderia ter sido morto por policiais e que “era fácil matar Denis, bastava destroncar o pescoço”.
De acordo com a família, o par de chinelos recolhido no local pertenceria ao suspeito, o que reforçou as suspeitas durante a investigação.
A equipe do GOI (Grupo de Operações e Investigações) realizou buscas, mas o principal suspeito não havia sido localizado até então. Neste domingo, porém, ele se apresentou espontaneamente, confessou o crime e teve a prisão preventiva decretada. O caso segue sob investigação para o completo esclarecimento dos fatos.
