Redação –
A Justiça Federal decidiu manter a prisão preventiva do policial civil Augusto Torres Galvão Florindo, investigado por envolvimento em um esquema criminoso. O pedido de liberdade foi analisado durante o plantão judiciário, mas acabou sendo negado.
A defesa solicitou a revogação da prisão preventiva, com a aplicação de medidas cautelares alternativas, como monitoramento eletrônico ou outras restrições. O principal argumento apresentado foi a existência de “fatos novos” que, segundo os advogados, justificariam a reavaliação da medida.
Conforme a defesa, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia em 16 de dezembro de 2025, imputando ao policial apenas o crime de corrupção passiva. Para os advogados, isso indicaria que acusações mais graves levantadas durante a investigação, como lavagem de dinheiro e organização criminosa, não teriam sido confirmadas, o que enfraqueceria a necessidade da prisão.
Ainda segundo a defesa, Augusto possui bons antecedentes, endereço fixo e ocupação lícita, requisitos que, em tese, permitiriam que ele respondesse ao processo em liberdade.
O MPF, por outro lado, sustentou que, apesar de a denúncia inicial abranger apenas o crime de corrupção passiva, não houve arquivamento formal das investigações relacionadas à lavagem de dinheiro e à organização criminosa, que continuam em andamento.
Na decisão, o magistrado destacou que os elementos reunidos no inquérito apontam para a atuação do investigado em um esquema criminoso estruturado, incluindo a apreensão de uma quantia elevada de dinheiro em espécie e indícios da participação de outras pessoas.
Outro ponto considerado relevante foi o fato de Augusto atuar como policial civil em uma delegacia especializada no combate a crimes graves, como roubos a banco e sequestros. Para o juiz, o eventual uso da função pública para facilitar práticas ilícitas aumenta a gravidade da conduta.
Com a decisão, Augusto Torres Galvão Florindo permanece preso preventivamente. O processo seguirá seu curso normal, e a defesa ainda poderá apresentar novos pedidos de revogação da prisão ao juízo responsável pela ação penal.
Prisão em flagrante
O policial civil, lotado no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), foi preso em flagrante na tarde de sexta-feira (28), em Três Lagoas, a 326 quilômetros de Campo Grande, enquanto recebia R$ 160 mil em propina de um ex-policial.
De acordo com informações divulgadas pela Polícia Federal, a investigação teve início após uma denúncia anônima, indicando que uma mulher sacaria uma grande quantia em dinheiro para pagar propina a um policial supostamente envolvido em um esquema de contrabando e possível favorecimento pessoal.
Após monitoramento para verificar a procedência da denúncia, os agentes constataram a existência de diversos registros criminais por contrabando e descaminho em desfavor do policial. As apurações também indicaram que o marido da denunciante, um ex-policial, integrava a rede investigada.
A Polícia Federal acompanhou a movimentação e realizou a prisão em flagrante no estacionamento de um supermercado em Três Lagoas. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.


