Redação –
A Justiça de Deodápolis, determinou que Ângelo Gabriel Pereira França seja submetido a júri popular pelo assassinato do patrão, Vilson José Tondato, de 65 anos. O crime ocorreu no dia 28 de abril deste ano, no Sítio Jardim do Éden, na área rural do município.
A decisão foi proferida pelo juiz Vitor Dias Zampieri e corresponde à segunda sentença de pronúncia relacionada ao caso. Segundo o magistrado, há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime, com base nos depoimentos colhidos durante a instrução processual e nas demais provas produzidas ao longo da investigação.
Conforme a decisão judicial, o próprio réu confessou o homicídio em interrogatório extrajudicial, ocasião em que detalhou a dinâmica dos fatos. A defesa alegou legítima defesa, tese que foi rejeitada pelo juiz.
“Não obstante as alegações defensivas, a tese de legítima defesa não restou demonstrada de forma inconteste. Os elementos colhidos em juízo não permitem reconhecer, com a segurança exigida para a absolvição sumária, que a conduta do acusado ocorreu sob o pálio dessa excludente, cabendo ao Conselho de Sentença dirimir eventual dúvida”, destacou o magistrado na decisão.
O juiz também apontou que a versão apresentada por Ângelo diverge de forma significativa dos relatos de outras testemunhas ouvidas no processo. Além disso, a conduta do acusado foi considerada agressiva e incompatível com a moderação exigida pela legislação penal.
O laudo pericial do exame em local de morte violenta nº 1908/2025 reforçou essa avaliação, apontando que a vítima sofreu doze ferimentos causados por instrumento perfurocortante, além de um ferimento provocado por disparo de arma de fogo.
Outro ponto destacado na decisão foi o comportamento do réu após o crime. Segundo o magistrado, a fuga de Ângelo é incompatível com a alegação de legítima defesa. Conforme apuração do jornal Fátima em Dia, mesmo que se admitisse alguma agressão prévia por parte da vítima, a reação do acusado foi considerada desproporcional, já que ele teria utilizado um facão e uma arma de fogo, atingindo Vilson com ao menos um disparo e diversos golpes.
O homicídio foi classificado como qualificado, cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que o ataque teria ocorrido de surpresa, com o uso de arma branca e arma de fogo.
O julgamento ainda não tem data definida, mas será realizado no município de Deodápolis. A prisão preventiva de Ângelo Gabriel Pereira França foi mantida pela Justiça até a realização do júri popular.

